segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Leituras 2023 - Semana 43



Leituras 2023 - Semana 43
68 Lidos
Lendo:
01 - Werewolf: The Apocalypse 5ed (RPG) - Justin Achilli & Karim Muammar - 69%
02 - Shibari For Beginners: The Step-by-Step Guide to Learn the Art of Japanese Bondage - 27%
03 - Brindlewood Bay (RPG) - Jason Cordova - 12%
04 - O Governo no Futuro - Noam Chomsky - 33%
05 - Clube Shadowlands - Mestres do Shadowlands 01 - Cherise Sinclair - 02% [006]

Contos, Poesias & Artigo*
- Deus Ex Machina - Deuses e Monstros - Vários Autores - 78% (05)
- Mulheres vs Monstros - Vários Autores - 65% (05)
- Ecos do Golpe - Vários Autores - 40% (08)
- Paranoia XP - Crash Priority (RPG) - Vários Autores - 03% [02] (08)
- Olhares Sobre a Formiga: Comunidade, escola e universidade em um encontro de saberes - 05% (13)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.

Lidos:
01 - Border, e agora? Do Diagnóstico ao dia a dia - Letícia Lopes
02 - The Dare: Call of Cthulhu Adventure (RPG) - Kevin A. Ross
03 - It Takes A Child To Raze A Village (RPG) - Matt Jones
04 - Como Educar Crianças para a Paz - Laura Perls
05 - Dreadful: Three Ready to Play Scenarios for Dread (RPG) - Sam Gundaker
06 - Laser & Feelings (RPG) - John Harper
07 - L5R 1e - Code of Bushido (RPG) - Ree Soesbee, Rob Vaux, John Wick e Pat Kapera
08 - Renewal & Riot (RPG) - Joan Nobile
09 - Vampire: The Masquerade V5 (RPG) - Jason Carl (org.)
10 - Hentai Ouji to Warawanai Neko Vol. 01 (Mangá) - Sagara, Sou & Okomeken
11 - Hentai Ouji to Warawanai Neko Vol. 02 (Mangá) - Sagara, Sou & Okomeken
12 - Hentai Ouji to Warawanai Neko Vol. 03 (Mangá) - Sagara, Sou & Okomeken
13 - Wise Women (RPG) - Aleksandra Brokman
14 - 7th Sea 1e - For the Sake of Change (RPG) - Les Simpsom
15 - SMH 2016 - Remoções no Rio de Janeiro Olímpico - Lucas Faulhaber & Lena Azevedo
16 - Black Silence (HQ) - Mary Gagnin
17 - Dangerous Times Zine (RPG) - Michael Bacon
18 - A luta esquecida dos negros pelo fim da escravidão no Brasil - Amanda Rossi Juliana Gragnani
19 - Mage: The Ascension 1e - Loom of Fate (RPG) - Chris Hind
20 - Parselings Core Rulebook (RPG) - Leo Cheung
21 - PoliEdro Position (RPG) - Daniel Capua
22 - Picking Up the Pieces (RPG) - Summer
23 - Transformers RPG Core Rulebook (RPG) - Ryan Costello, Gabriel Hicks, JF Sambrano, Bryan C.P. Steele, Elisa Teague, Eddy Webb
24 - GURPS MAGE - The Outside Place (RPG) - Steve Kenson
25 - Correntes de Veneno e Caos - Ana Cristina Rodrigues
26 - M20 - Mage Made Easy Advice from That Damn Mage Guy (RPG) - Satyros Phil Brucatto
27 - Goddess Save the Queen (RPG) - Carol Neves e Julio Matos
28 - I'm Sorry Did You Say Street Magic (RPG) - Caro Asercion
29 - Welcom to Global Dragon Egg Conservation Training Manual (RPG) - KuumatheBronze
30 - M20 Book of Secrets (RPG) - Satyros Phil Brucatto
31 - Goddess Saves the Queen Fastplay (RPG) - Carol Neves e Júlio Matos
32 - Rebel R - Jogo Rápido (RPG) - Júlio Matos
33 - Anos 20 (RPG) - Luís Heavy
34 - Amusing Genetic Copies (RPG) - Aaron Lins
35 - Fae's Anatomy - A Melodramatic Medical Mystery RPG (RPG) - Caleb Stokes
36 - Maid (RPG) - Ryo Kamiya
37 - Candela Obscura Quickstart Guide (RPG) - Spenser Starke & Rowan Hall
38 - Ôoo, Tia (RPG) - Ann Botticelli, Bruno Ricardo da Silva, Ginosik, Jorge Botticelli e Ton Botticelli
39 - Mídia em Luta (RPG) - Klint Finley
40 - Paper Girls Vol 01 (HQ) - Brian K. Vaughan
41 - Lankhmar - Cidade dos Ladrões (RPG) - Thomas M. Reid
42 - Paper Girls Vol 02 (HQ) - Brian K. Vaughan
43 - Paper Girls Vol 03 (HQ) - Brian K. Vaughan
44 - Paper Girls Vol 04 (HQ) - Brian K. Vaughan
45 - Paper Girls Vol 05 (HQ) - Brian K. Vaughan
46 - Paper Girls Vol 06 (HQ) - Brian K. Vaughan
47 - Meu Brinquedo Preferido (RPG) - Eduardo Caetano
48 - Dungeon World (RPG) - Sage LaTorra and Adam Koebel
49 - Faith e Força Futuro (HQ) - Jody Houser
50 - Republic (RPG) - Karl Larsson
51 - A Menina que Roubava Livros - Marcus Zuzak
52 - O que os donos do poder não querem que você saiba - Eduardo Moreira
53 - Predation (RPG) - Shanna Germain
54 - Dust Devils Corebook (RPG) - Matt Snyder
55 - Nana to Kaoru: Black Label (Mangá) Vol.1 - Amazume Ryuta
56 - Nana to Kaoru: Black Label (Mangá) Vol.2 - Amazume Ryuta
57 - Nana to Kaoru: Black Label (Mangá) Vol.3 - Amazume Ryuta
58 - Ryuutama - Atsuhiro Okada, Ayako Nagamori, Mariko Kobayashi, Mia Nekozuki, Ryutaro Matsukawa
59 - Nana to Kaoru: Black Label (Mangá) Vol.4 - Amazume Ryuta
60 - Nana to Kaoru: Black Label (Mangá) Vol.5 - Amazume Ryuta
61 - Nana to Kaoru: Last Year (Mangá) Vol.1 - Amazume Ryuta
62 - Nana to Kaoru: Last Year (Mangá) Vol.2 - Amazume Ryuta
63 - Nana to Kaoru: Last Year (Mangá) Vol.3 - Amazume Ryuta
64 - Nana to Kaoru: Last Year (Mangá) Vol.4 - Amazume Ryuta
65 - Nana to Kaoru: Last Year (Mangá) Vol.4 - Amazume Ryuta
66 - My Life With Master (RPG) - Paul Czege
67 - Economia do Desejo - A Farsa da Tese Neoliberal - Eduardo Moreira
68 - Something Wrong With This House (RPG) - Anna Landin & Jonah Baumann

Abandonados:
01 - Buddhism: A Beginners Guidebook (audiobook) - Sam Siv - 51%
02 - Legend of the Five Rings 4th Edition (RPG) - Shawn Carman, Robert Hobart, Jim Pinto & Brian Yoon - 27% [106]
03 - Objection! (RPG) - VoidKris - 43%

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Mil Faces de um RPGista - Fae's Anatomy - Dr. Buda (não aquele)


Jogo: Fae’s Anatomy – A Melodramatic Medical Mystery RPG
Autoria: Caleb Stokes
Editora: Hebanon Games
Experiência: Mestrei uma sessão online e quero mestrar outras.
Livros usados: Só o básico mesmo.

Quando eu falo que vivemos em um momento de ouro (ou mitril) do RPG são jogos assim que me vem a mente. Melodrama médico e fantasia, como um jogo que mistura essas duas coisas pode não ser bom!? Em Fae’s Anatomy os jogadores são provedores em um hospital que mistura magia, fadas, seres interdimensionais, viagem no tempo e o que mais brotar na imaginação do grupo.
Um dos jogadores atuará como o paciente, porque a proposta é que esse seja um jogo gm-less (a única coisa que eu acho que ele não consegue ser em sua proposta. O sistema é não aleatório baseado em uso de recursos para conseguir pistas e quando você fica sem recursos basta fazer uma cena de melodrama para recuperá-los.
Segundo o próprio autor, Fae’s Anatomy não é um jogo de investigação médica onde eventualmente teremos cenas melodramáticas. É um jogo de melodrama médico onde, por sorte, em algum momento, de algum jeito, curaremos alguém.
E é divertido pra k-7!
Com certeza colocarei na mesa outras vezes.

Mas, por ora, vamos fazer um provedor.

Passo Um: Sorteie Suas Especialidades. Essa é basicamente a única parte mecânica da criação de personagem. Eu recebo duas especialidades, uma super- e uma -natural. Para isso eu rolo 2d10 e comparo em duas tabelas. Se você estiver usando o aplicativo do site www.faesanatomy.com (o que eu recomendo) isso é sorteado automaticamente pelo sistema. Aqui vamos rolar os dados e ver no que dá.
Tirei um 7 e um 2. O que me dá um Psiquiatra Abençoado ou um Meio-Anestesiologista. Acho que vou com a primeira opção.
Ser um Psiquiatra me dá a habilidade de uma vez por jogo eliminar uma cena de Drama do Paciente (normalmente quando as coisas dão errado e nada anda) pelo Paciente realizando uma confissão emocionada que me dá uma pista para um diagnóstico.
Ser Abençoado me dá a habilidade de fazer outro jogador recuperar uma especialidade uma vez por jogo (efetivamente permitindo que este jogador a use duas vezes durante a sessão.

Passo Dois: Construa um Conceito. De posse das minhas Especialidades eu crio um conceito para meu personagem. Imagino ele como um Monge Iluminado, mas para torná-lo engraçado imagino ele também como um reclamão que está de saco cheio dos pequenos problemas humanos e louco para voltar para casa no final do turno e mergulhar em sua piscina de ouro celestial ou coisa do tipo. As cenas de melodrama dele poderiam envolver ele resistindo à tentações “mundanas”, ou se entregando totalmente mostrando que não está tão iluminado assim. O nome dele é Dr. Buda, sem nenhum parentesco envolvido (e ele pode se estressar se alguém apontar alguma “semelhança”) rs

Passo Três: Estabeleça Conexões. Eu escolho quem são o Crush, o Bestee e o Rival do meu personagem. Normalmente isso envolveria os outros personagens do grupo para estabelecer as relações do meu personagem com os deles e vice-versa. Como sou apenas eu, poderia pular essa parte, mas como esse post vai ficar curtinho desse jeito vou criar uns personagens para o Dr. Buda se relacionar.
Meu Crush é a Dra Orochi, uma Oni que trabalha como cirurgiã no hospital. Eu sei que é errado, mas algo nos tentáculos dela me atraem.
Meu Bestee é o interno Chico. Ele me lembra de mim mesmo em minha juventude como um escolhido para cuidar dos doentes e aliviar o sofrimento alheio. Pena que o tempo acaba por destruir esses sonhos, não é mesmo?
Meu Rival é a Dra Anjélica. Só porque ela é uma Seraphin especialista em diagnóstico, ela pensa que é mais iluminada do que eu? Absurdo! Não há ser mais iluminado, generoso e modesto nesse hospital do que a minha pessoa. Eu vou mostrar a ela, nem que eu o paciente tenha de morrer enquanto eu tento.

E é isso! Dr. Buda está pronto para abençoar as mentes de seus pacientes em busca de uma cura.
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Dr. Buda (Not That One)

Specialties:
Blessed
Psychiatrist

Crush: Dr Orochi
Bestee: Chico
Rival: Dr Anjélica

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Mil Faces de um RPGista - Candela Obscura Q - Jaffar Tales


Jogo: Candela Obscura Quickstart
Sistema: Forged in the Dark
Autoria: Spenser Starke & Rowan Hall
Editora: Darrington Press
Experiência: Li esse quickstart bem recentemente.
Livros usados: Apenas os arquivos do Quickstart que foram liberados.

Se você curte RPG e não esteve preso em outra dimensão nos últimos 10 anos sabe quem é são o grupo chamado Critical Role, o mais famoso grupo de streaming de jogos de RPG no mundo. E se você acompanhou as notícias da cagada da Wizards of the Coast com relação a Licença Aberta do D&D 5e talvez saiba que o pessoal do Critical Role anunciou que sua atual campanha será a última utilizando esse sistema e que, ao exemplo de outras empresas que ficaram indignadas com a jogada frustrada da WotC, lançará dois novos sistemas de RPG que guiarão seus streamings.
O primeiro desses sistemas é Candela Obscura, o qual já tem seu próprio show de streaming e lançou seu quickstart gratuitamente. O cenário é uma fantasia/terror pós-industrial focada em uma região que sobreviveu a uma guerra após descobrir o uso da eletricidade e utilizá-la para expulsar os invasores.
Os jogadores são membros da sociedade secreta do título que pesquisa eventos sobrenaturais e tenta impedir ou minimizar os danos que alguns desses eventos podem causar no mundo.
O sistema é Forged in the Dark, ou seja, baseado em Blades in the Dark que também é um sistema aberto, com algumas modificações que eu achei bem interessantes. Eles simplificaram os rolamentos de dados e criaram algumas mecânicas para o sistema de dano que eu achei muito boas.
Eu pretendia demorar mais para fazer um personagem desse jogo, mas foi o que saiu no sorteio, então vamos lá.

Vamos criar um investigador da Candela Obscura.

Passo Zero: Conceito. Como sempre eu gosto de começar com um conceito mesmo que o livro não cite esse passo. Acho que quero criar o típico estudioso que só agora começa a ir a campo. Alguém que conhece muito da teoria dos fenômenos sobrenaturais, mas nada da terrível realidade destes. Também quero me basear em Taliesin Jaffe, meu Critical Role preferido, então o nome do meu personagem será Jaffar Talles e terá um pouco do visual de Taliesin como inspiração.

Passo Um: Escolha um Papel. Os papéis são os típicos Playbooks para quem já conhece Blades in the Dark e outros jogos Powered by the Apocalypse. O quickstart traz cinco papéis (não sei se haverão mais no livro final) com escolhas limitadas em cada um. Fiquei em dúvida entre alguns, mas para meu conceito o Scholar é o encaixe perfeito.
Isso me dá um ponto em Control e dois em Focus (que são minhas Gilded Actions, o que me permite jogar um dado de cor diferente para, se eu escolher o resultado dele em um teste, recuperar pontos de Drive que eu use para essas duas ações), dois em Sway e Survey e também um em Read e Sense. Move, Strike e Hide ficam com zero.
Se fosse a versão final do jogo eu escolheria agora uma habilidade especial do meu papel, mas como esse é o quickstart minha única opção é Well-Read que me permite recuperar pontos do meu Drive de Intuition quando os gasto-os em um teste que falhou.
Agora eu escolho minha especialidade, no quickstart cada papel tem apenas duas opções, no jogo completo haverão outras. Minhas opções são Steel Mind ou Chemical Concotion. Apesar de o segundo ser mais útil, o primeiro tem mais a ver com meu conceito então fico com ele que me permitirá gastar pontos de Intuition para evitar danos mentais.

Passo Dois: Catalyst e Question. Preciso definir o Catalyst do meu personagem. O evento ou situações que o levaram a se juntar ao Candela Obscura e minha Question, a pergunta que ele busca responder ao longo da campanha.
Desde a infância Jaffar sempre teve muitos sonhos com símbolos e fenômenos sobrenaturais. Esses sonhos o impulsionaram a buscar o oculto e a Candela Obscura. Um desses sonhos é o que mais se repete. Nele, Jaffar está diante de um espelho e estica o braço para tocá-lo, seu reflexo faz o mesmo, mas, de repente, a mão de seu reflexo sai do espelho e agarra seu pescoço e ele acorda com falta de ar.
Então seu Catalyst é “O Oculto Sempre me Convocou” e sua Question é “Eu sou aquele diante do espelho ou aquele dentro do espelho?”. E vou deixar meu mestre imaginário brincar com isso. Rs

Passo Três: Connections, Gear e Marks. Os últimos passos eu não posso fazer sem um grupo ou demandam o início da primeira sessão de jogo.
Connections são minhas conexões com os membros do meu Círculo. Nesse Quickstart isso é feito fazendo perguntas aos meus companheiros de mesa. Como estou sozinho, não há muito o que fazer.
Gear é o equipamento e isso é decidido pelo Mestre de Jogo ao nos passar nossa missão.
Por fim, Marks são os danos físicos, mentais ou místicos do meu personagem. Jaffar viveu uma vida protegida… até agora.

E é isso. Jaffar Tales está pronto para descobrir os mistérios do oculto e conter o sangramento dos outros mundos para esse.

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Jaffar Tales
Scholar

Nerve Driver oo
Move
Strike
Control* o

Cunning Driver ooo
Sway oo
Read o
Hide

Intuition ooo o
Survey oo
Focus* oo
Sense o

Specialty: Professor
- Steel Mind

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Mil Faces de um RPGista - Meu Brinquedo Preferido - Zezinho e Hércules


Jogo: Meu Brinquedo Preferido
Autoria: Eduardo Caetano
Editora: Publicação Própria.
Experiência: Li as duas versões, ainda tentando entender alguns pontos das mecânicas, mas quero colocar na mesa em algum momento.
Livros usados: O arquivo disponibilizado pelo autor em seu site: https://rolistaindependente.wordpress.com/

Fui apresentado a esse RPG por um amigo (fala Luiz Felipe) que participou do financiamento coletivo para o lançamento da versão física dele. Ele me emprestou o livro por um tempo e depois encontrei esse arquivo que estou usando para montar esse personagem.
A proposta do jogo é até um pouco ambiciosa. Os jogadores são brinquedos de uma criança no estilo Toy Story, mas diferente de outros jogos com propostas parecidas (como Knights of the Underbed e Threadbare), nesse jogo os brinquedos são projeções dos recursos da criança para lidar com seus medos.
Nesse sentido o jogo me lembra um tanto de Girl Underground onde os jogadores giram ao redor de uma personagem compartilhada.
O sistema, nessa versão que estou usando, utiliza dominós como principal mecânica, com d6s como complemento para a pilha de inocência. É interessante que o sistema trabalha com uma mecânica de apostas, onde cada um dos envolvidos em um desafio (ou um jogador e o Moderador) puxam uma peça de dominó e revelam apenas metade da peça, desafiando um ao outro para continuar na aposta ou desistir. É uma mecânica interessante e constitui o terceiro sistema que eu conheço que usa dominós.

Vamos fazer um brinquedo.

Etapa Um: O Dono. Primeiro é preciso criar uma criança para ser o Dono dos brinquedos. Normalmente essa etapa é feita em grupo, mas aqui sou apenas eu. Vamos lá.

Passo Um: Idade. Essa talvez seja a informação mais importante do Dono (que eu cismo em chamar de a Criança). A idade determina quanto de Inocência (um recurso compartilhado entre todos os jogadores), de Medo (os desafios a serem enfrentados) e Pontos de Imaginação (um recurso individual que é necessário para a construção de conexões cognitivas – falo mais disso adiante).
Quero criar um garotinho de oito anos (uma idade significativa para mim), acho que o nome dele será João Vicente, mas só sua mãe o chama assim e só quando está brava com algo que ele fez, para todas as outras pessoas ele é o Zezinho.
Com oito anos Zezinho tem 5d6 de Inocência, 12 pontos para colocar em seus Medos e cada brinquedo terá 2 Pontos de Imaginação.

Passo Dois: Medos. Se estivesse em um grupo, seria o momento de um brainstorm pensando em quais medos Zezinho tem e como isso se reflete em seu Mundo Imaginário. Mas, novamente, sou apenas eu.
Não quero repetir os Medos do personagem exemplo do livro, então acho que vou começar com um medo de grandes concentrações de água. Zezinho quase se afogou quando era muito pequeno e isso se reflete em seu Mundo Imaginário com água brotando de todos os lados.
Para um segundo medo imagino que o irmão mais velho de Zezinho pegue muito no pé dele, mesmo sendo apenas poucos anos mais velho (talvez doze anos), ele zomba da “infantilidade” do irmão como só um pré-adolescente é capaz de fazer.
Para o último medo, acho que vou ficar com medo de cachorros. Talvez o irmão mais velho, Robson, ficou provocando Zezinho que um cachorro ia morder ele quando eram mais novos e isso ficou na mente do garoto.
No Mundo Imaginário isso pode aparecer com Robson sendo o senhor do Grande Mar Assustador e seus soldados serem um bando de cachorros raivosos.
Vou colocar cinco pontos no medo de água, quatro no medo do irmão (que tem um tanto de medo de desapontá-lo também) e três no medo de cachorros.

Passo Três: Potenciais. Potenciais são capacidades que o Dono possui mas não tem consciência e se ligam aos Traços dos brinquedos então vou deixar para criar um dos potenciais de Zezinho depois de criar meu brinquedo.

Etapa Dois: O Brinquedo.

Passo Um: Nome e Tipo. Existem seis tipos de brinquedos. Acho que no livro físico (meio que uma primeira edição desse jogo), só tinham três, mas posso estar enganado. O livro diz para sortear, mas eu já tenho uma clara ideia de qual eu quero então vou escolher um veículo. Na verdade quero fazer um caminhão de brinquedo chamado Hércules.

Passo Dois: Vantagem e Adjetivos. Veículos inspiram a busca por conhecimento e saber, diz o livro e essa é a minha vantagem. Não vi em lugar nenhum no que a Vantagem afeta o jogo, mas acho que é mais uma inspiração do que outra coisa.
Agora posso criar até quatro adjetivos que descrevem meu Brinquedo no Mundo Imaginário e que me permitem acessar dados extras da pilha de Inocência. Acho que vou roubar alguns do tipo Herói para compor meu personagem. Então escolho Corajoso, Resistente e Protetor.

Passo Três: Poder Super-Legal. Meu personagem pode ter um Poder Super-Legal (e eu adorei esse nome. rs) que é uma habilidade especial que ele pode usar uma vez por sessão para conseguir um sucesso automático. Para Hércules acho que ele tem sua caçamba onde ele pode carregar seus amigos, talvez tirando-os de uma situação de perigo. Eu preciso colocar uma limitação, mas acho que o fato de precisar ter a caçamba conectada já é uma limitação suficiente.

Passo Quatro: Defeito de Fábrica. Essa é uma desvantagem que meu personagem tem em uma determinada situação e que pode ser ativada por qualquer jogador (não apenas o Moderador, como o Mestre de Jogo é chamado aqui) uma vez por sessão e eu ganho pontos de imaginação em troca. Acho que Hércules tem uma das rodas solta e isso faz com que ele perca o controle quando vai muito rápido.

Passo Cinco: Traços. Um traço é uma habilidade que o brinquedo recebe de seu Dono e tem conexão com o Potencial. Então vamos fazer os dois agora. Acho que Zezinho é um menino muito retraído exceto quando vê alguém que ele gosta em perigo, nesse momento ele se coloca entre essa pessoa e o perigo (seja real ou, mais provável, imaginário) e, por isso, Hércules tem um Campo de Força que ele usa para proteger os outros. Ele não pode usar esse poder para proteger apenas a si, só quando usa para proteger os outros.

E é isso! Os personagens estão prontos, mas eu quero comentar mais um aspecto desse sistema antes de fechar essa postagem que são os mapas cognitivos. Ao longo do jogo, quando um brinquedo consegue realizar certos desafios ele pode gastar Pontos de Imaginação para acrescentar a peça de dominó usada em um mapa cognitivo, que possui uma ficha própria, onde você vai construindo caminhos (de dominós e metafóricos) para a Criança adquirir recursos que lhe permitam superar ou, ao menos, lidar com seus medos. A mecânica aqui está muito melhor desenvolvida e explicada do que no livro físico que eu li primeiro. Essa mecânica talvez seja o grande motivo pelo qual eu me interessei por esse jogo e que me faça colocá-lo em mesa.

Mas por agora, termino por aqui.
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Dono: João Vicente, Zezinho.
Idade: Oito anos.
Inocência: 5d6
Pontos de Imaginação de Cada Brinquedo: 2

Medos:
Água 5
Seu Irmão 4
Cachorros 3

Potencial: Proteger seus amigos se colocando entre eles e o perigo.

Brinquedo: Hércules
Veículo
Vantagem: Veículos inspiram a busca por conhecimento e saber
Adjetivos: Corajoso, Resistente e Protetor.
Poder Super Legal: Caçamba para Carregar Seus Amigos. Precisa estar conectada.
Defeito de Fábrica: Roda solta que o faz perder o controle quando vai muito rápido.
Traço: Campo de Força para Proteger os Outros

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Mil Faces de um RPGista - Rokugan d20 - Kakita Sakura


Jogo: Rokugan d20
Sistema: Dungeons & Dragons 3.5/ d20system
Autoria: Rich Wulf, Shawn Carman & Seth Mason.
Editora: Wizards of the Coast. Não sei se houve uma versão em português.
Experiência: Com a ambientação, muita. Com essa versão, praticamente nenhuma. Só li lá nos anos 2000, mas nunca cheguei a mestrar ou jogar já que preferia o sistema original do cenário.
Livros usados: O Player’s Handbook da terceira edição, o oriental adventures dessa edição e o próprio Rokugan Campaigh Setting.

Voltamos a Rokugan, mas agora com uma cara nova. Para quem não sabe, Legend of the Five Rings originalmente era um card game cujos campeonatos iam moldando a história do cenário. Nos anos 2000, no auge do D&D 3a edição, a Wizards of the Coast comprou os direitos do cardgame e, em conseguinte, do cenário. Foi uma época em que Rokugan ficou entulhado de magia e itens mágicos. Por quê? Porque Rokugan passou a ser o cenário oficial do “Oriental Adventures” do D&D, no lugar de Kara-Tur.
O interessante é que o RPG de L5R continuou nas mãos da AEG, que estava na sua 3a edição também. Os suplementos que saíram nessa época eram adaptados nos dois sistemas.

Então, mais uma vez, vamos criar um samurai.

Passo Zero: Conceito. Apesar de em D&D não funcionar criar conceitos antes de sortear ou montar os atributos básicos, vou seguir com meus modelos tradicionais porque já tenho algumas ideias para essa personagem. Estava entre fazer uma shugenja e uma courtier, mas vou optar pela segunda opção porque gosto de como adaptaram essa classe para o Rokugan d20. Foi a melhor versão de uma classe social para D&D que eu já vi.

Passo Um: Atributos Básicos. Bom, vamos rolar 4d6, ignorar o mais baixo seis vezes: 13, 16, 12, 14, 11, 14, bem mediano. Carisma é o atributo principal, então fica com o meu 16. Sabedoria e Inteligência são igualmente importantes como atributos secundários, então recebem os dois 14s. Deixo o 13 para Destreza, o 13 para Constituição e o 11 fica com Força que é o atributo menos útil para a personagem que estou criando.

Passo Dois: “Raça”. Coloquei entre aspas porque, apesar de haverem duas raças não-humanas em Rokugan, os Naga e os Nezumi, o grande foco do jogo é nos humanos, seus clãs e famílias. Já fiz um Leão, uma Phoenix e um Caranguejo. Dessa vez quero fazer uma Garça (e, sim, eu sei que a tradução oficial de Crane é Grou, mas eu já usava Garça lá em 1998 e acho mais temática essa tradução). O caminho óbvio seria fazer da família Doji, mas quero ver minhas opções...Acho que vou fazer uma Kakita… Kakita Sakura, porque ela sempre foi vista como um ser delicado como a flor de cerejeira. Isso me dá a opção de escolher entre samurai e courtier como minha classe preferida, escolho a segunda. Também começo com 3 de Honra, adiciono Perform como uma perícia de classe e escolho a segunda opção de equipamento inicial que me dá uma roupa da realeza e 150 koku (que é dinheiro para um K-Raio!).

Passo Três: Classe. Essa ambientação tem várias classes novas legais. Como disse antes, minha escolha é o Courtier. No primeiro nível eu tenho 6 hps, 40 pontos de perícia, proficiência com todas as armas simples e com a wakizashi, mas não sou proficiente com armaduras ou escudos. Eu começo também com as habilidades Wealth, que me dá mais 150 koku (50 x meu modificador de Carisma), grana que eu só posso gastar para ajudar meu clã; Recebo também Style and Grace que me dá um bônus de competência de +4 em todos os testes de perícias relacionadas à Carisma em interações sociais (ou seja, eu sou um monstro nessa área); e Talent, que aumentar qualquer Skill Focus que eu pegue para perícias baseadas em Carisma, Sabedoria ou Inteligência de +2 para +4.
Estou pensando se aumento o nível dessa personagem para 4 a fim de pegar umas habilidades especiais legais, mas vou deixar pra decidir isso no final.

Passo Quatro: Perícias. Como eu disse eu tenho 40 pontos para distribuir em perícias. Deixa eu ver a minha lista de perícias de classe pra ver quais me interessam: Bluff (Cha), Diplomacy (Cha), Gather Information (Cha), Knowledge (Etiquete) (Int), Knowledge (Nobility and Royalty) (Int), Listen (Wis), Perform (Cha), Read Lips (Int), Sense Motive (Wis), Tea Ceremony (Wis). Dez Perícias. Coloco 4 pontos (o máximo mesmo) em cada uma e pronto.

Passo Cinco: Feats. Eu começo com dois feats (um por ser humano) e vários dos feats aqui são adaptações das técnicas e/ou vantagens do L5R RPG. Eu gostaria de pegar ao menos um Skill Focus para poder me beneficiar do meu Talent. Também estou considerando se pego Void Use.
É! Vou de Void Use mesmo. No Oriental Adventures dessa edição esse feat substitui o feat racial dos humanos, inclusive. E como meu feat de nível 1, vou de Skill Focus em Diplomacy mesmo.

Passo Seis: Equipamento. Vou ficar só com o basic outfit com minha vestimenta real e meu 150 koku. Possivelmente outro jogador seria meu yojimbo (guarda-costas).

Passo Sete: Passos Finais. Eu começo com Honor 3 e escolho meu alinhamento. Acho que Neutral Good seria o melhor. Sakura é uma jovem que tenta ajudar os outros, mas coloca seu clã acima de todas as outras escolhas.

Acho que é isso.

Sakura está pronta para trilhar suas batalhas não no fio da espada, mas na corte onde vidas são decididas.

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Kakita Sakura
Human (Crane Clan)
Courtier 1

Str: 11 (0)
Dex: 13 (+1)
Cons: 13 (+1)
Int: 14 (+2)
Wis: 14 (+2)
Cha: 16 (+3)

Skills: Bluff (Cha) 7, Diplomacy (Cha) 11, Gather Information (Cha) 7, Knowledge (Etiquete) (Int) 6, Knowledge (Nobility and Royalty) (Int) 6, Listen (Wis) 6, Perform (Cha) 7, Read Lips (Int) 6, Sense Motive (Wis) 6, Tea Ceremony (Wis) 6.

Feats: Void Use, Skill Focus (Diplomacy)

Special Abilities: Wealth, Style & Grace, Talent

Equipment: Royal Vestiment e 300 koku.