quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Mil Faces de um RPGista - Dialect - Zac "Zero" Rios


Jogo: Dialect
Autoria: Kathryn Hymes & Hakan Seyalioglu
Editora: Thorny Games
Experiência: Coloquei uma vez na mesa. Esse personagem foi criado nessa vez.
Livros usados: Só o básico. Na verdade só as cartas que vêm com o livro.

Dialect é um RPG com uma proposta muito inusitada. O jogo se desenrola em um ambiente chamado O Isolamento e ao longo de três fases do desenvolvimento desse ambiente a proposta é desenvolver um dialeto, ou ao menos o início de um através da criação de algumas palavras, sentidos e significados da cultura que surge em um Isolamento.

O jogo é sem mestre, sem sistema de aleatoriedade além das cartas especiais de criação de palavras. A ideia é a cada palavra os jogadores criam uma cena onde dois ou mais personagens têm uma conversa na qual a palavra é usada. Isso acontece por três rodadas (quase em um formato de boardgame) e ao final é descrito como o isolamento termina e o quanto dessa cultura criada sobrevive.

Joguei só uma vez e foi bem divertido. Espero jogar de novo em breve. Por ora, vamos criar um personagem. Ou melhor, vamos relatar como criei o personagem da vez que joguei.

Passo 1: Criando o Isolamento. Antes de criarmos um personagem, precisamos criar o Isolamento onde esse personagem vai habitar. Para isso pode-se escolher um dos cenários do livro ou criar o seu próprio. Nessa primeira vez que joguei peguei o cenário “mais básico” do livro, onde somos os membros da primeira leva de colonizadores em marte na metade do século XXI e faz cinco anos que estamos sem contato com a Terra.
Agora precisamos criar os três Aspectos que definem nossa relação com o Isolamento. Fazemos isso respondendo três perguntas.

A primeira pergunta desse cenário é “Nós Fomos Escolhidos: O que nos uniu para essa missão?”
Após um pouco de brainstorm o grupo onde estou cria o Aspecto “Somos os Melhores, mas dispensáveis”. A ideia é que somos muito inteligentes, mas nossa inteligência pode ser de alguma forma perigosa e por isso fomos escolhidos para sermos enviados à Marte. Por não nos quererem na Terra.

A Segunda pergunta é “O Planeta Vermelho: O que sobre o planeta nos desafia em nossa vida diária?”
O grupo decide que temos de sair no meio de tempestades de poeira para conseguir recursos dos quais dependemos para a nossa sobrevivência. Isso vira o Aspecto “Recursos Lá Fora”.

O último Aspecto é livre e o grupo decidiu usar isso para ligar com nossa desconexão com a Terra. Decidem que estamos recebendo sinais, mas não são da Terra. Esse Aspecto fica “Sinais Misteriosos”.

Passo 2: O Personagem em Si. Tendo criado o Isolamento vamos ao personagem em si. Para isso eu compro duas cartas de arquétipos dos baralhos especiais do jogo. Eu compro Líder e Inocente. Eu usei o Líder como exemplo quando estava explicando o jogo para o grupo, por isso pego o Inocente para meu personagem.
A carta traz uma pequena descrição para estimular a criação do personagem e como ele se relaciona com os outros personagens e com os Aspectos.
Eu tenho uma ideia. Meu personagem se chama Zac Rios, mas muitos o conhecem como “Zero” que era seu nome hacker na Terra. Ele é um garoto gênio problemático que causou tantos problemas na Terra que o mandaram nessa missão. O detalhe é que ele só tem 14 anos, ou seja, ele tinha apenas nove anos quando mandaram ele pra lá. Ao mesmo tempo que é um gênio, Zac é apenas uma criança e está muito empolgado por estar no Planeta Vermelho.
Como Inocente eu me identifico com os três Aspectos. Acho que já me identifiquei com dois com a minha história. A carta também diz que um dos Aspectos é mais do que eu posso compreender. E acho que o motivo do Zac ter sido mandado pra Marte pode ser esse, ligado ao Aspecto “Somos os Melhores, mas dispensáveis”. Faltou identificar ele com o dos recursos, mas já tenho uma ideia na primeira cena onde coloco que não deixam ele sair dos domos de habitação.

E é isso. A partir daí foi escolher qual das cartas na minha mão eu vou usar para criar a minha primeira palavra no Isolamento.

Só que não vai ter ficha dessa vez. Fazer o quê!?

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