quarta-feira, 2 de julho de 2025
Mil Faces de um RPGista - The Strange - Carmen Martínez
Jogo: The Strange
Sistema: Cypher System
Autoria: Bruce Cordell & Monte Cook
Editora: Monte Cook Games, não sei se chegou sair uma versão em português, acho que não.
Experiência: Nenhuma. Inclusive esse já é o terceiro personagem do sistema Cypher que posto aqui e ainda não consegui colocar esse sistema na mesa.
Livros usados: O básico desse cenário, mas talvez eu busque uma coisa ou outra no core do cypher.
The Strange foi o segundo cenário lançado para o sistema cypher e foi ele quem levantou a bola que o sistema poderia ser de alguma forma “genérico” devido à multiplicidade de universos contidos no Estranho.
Os jogadores são Quickened. Pessoas capazes de acessar uma estranha dimensão conhecida como “The Strange”. Nessa dimensão habitam diversos mundos principais e recursões que seriam mini-mundos ligados aos mundos principais. Essas recursões podem ser criadas artificialmente através de uma série de procedimentos e com materiais específicos ou podem ser fruto do que é chamado de “vazamento ficcional” quando um mundo ficcional ganha tanta força que passa a ter um certo grau de realidade dentro do Estranho.
Em geral, os jogadores são parte de uma das instituições que estudam o estranho e tentam proteger a Terra tanto de ameaças que venham dessas recursões quanto dos planetovores, devoradores de planetas que vivem no Estranho.
Acho que nunca falei muito de como o sistema cypher funciona então vamos lá. O sistema usa basicamente 1d20 para resolver quase todas as situações. Em aspectos muito específicos são usados 1d6 ou 1d100. Quando o jogador faz uma ação, o mestre dá uma dificuldade baseada no nível do que o jogador está enfrentando. Se uma criatura é nível 3, por exemplo, ele precisa tirar um 9 ou mais no d20 para ter sucesso. O jogador por meio de perícias, recursos e esforço (esse último tem uma regrinha muito específica que eu não vou explicar aqui) em vez de ganhar bônus em sua ação, pode reduzir o nível do que está enfrentando, reduzindo a dificuldade por conseguinte.
Um exemplo, vamos dizer que um jogador vai atacar um macaco alado (uma criatura de nível 3 proveniente de uma recursão criada a partir do vazamento ficcional do mundo de Óz) ele precisar tira 9 ou mais no d20, mas se ele for treinado em uma perícia que o ajude e ainda tiver a ajuda de um aliado que gastou uma ação para isso (um recurso), ele reduz o nível da criatura para um precisando apenas de um 3 ou mais para acertar. Se ainda por cima ele fizer um esforço, reduz o nível para zero e não precisa nem rolar o dado, mas pode rolar para ver se tira um 19 ou 20 e consegue um efeito menor ou maior contra a criatura.
A mesma mecânica vale para ataques, defesas (o mestre não joga dados aqui), ludibriar, intimidar, seduzir, etc.
Bom, isso explicado, vamos criar um quickened.
Passo Um: Conceito. Como eu disse lá em cima essa já é minha terceira personagem para o sistema Cypher. Eu já fiz uma Warrior, um Pteryx (equivalente a um Explorer no livro básico) e queria fazer uma Adepta agora, aqui chamada de Paradox.
Minha personagem, Carmen Martinez, é uma cientista com teorias que saem da caixinha e que foi financiada por anos pele Prêmio da Morrison Fellowship, uma organização de fachada do Estado para captar possíveis recrutas. Carmen estava muito perto de desenvolver uma tecnologia viável para um computador quântico (algo que, por algum motivo estranho, atrai os planetovoros) quando foi interceptada pelos agentes do Estado para trabalhar para eles. Em um primeiro momento ela relutou, mas o acesso a informações, conhecimentos e tecnologias nunca antes vistas a animaram tanto que ela nem se importou de deixar sua velha vida de lado.
Passo Dois: Escolha um Tipo. Eu meio que já defini isso antes. Carmen é uma Paradox. Ela começa com Might 8, Speed 8 e Intellect 12. Eu agora tenho 6 pontos para distribuir entre estes.
Como não quero ela muito fraca em nenhuma área, mas as minhas escolhas futuras vão aumentar bastante o intelecto dela, vamos distribuir igualmente e ficar com valores de Might 10, Speed 10 e Intellect 14.
Anoto que eu tenho Effort 1 e Intellect Edge 1 (ou seja, eu gasto um ponto a menos quando fazendo esforço com intelecto), e Edge 0 nos outros dois.
Eu posso carregar até três cyphers (mais sobre isso em breve). Eu sou treinado em uma área de conhecimento ou técnica a minha escolha, acho que vou pegar Computação, e consigo entender e identificar coisas ligadas aos Strange.
Eu também sei usar armas leves, e como um Paradox eu sou bom em iniciar Traduções (o processo para ir para outros mundos).
Eu também posso pegar duas Revisões, que são os poderes dos Paradoxes. Eu escolho Closed Mind, que me torna treinado em Defesa contra Ataques que mirem meu Intellect e me dá uma armadura mental, e Exception, que me permite causar dano em alguém considerando-o como algo que não deveria estar onde está.
Por fim, eu posso pegar ou jogar em uma tabela de background. Vamos rolar o d20 e ver o que sai. Tirei 2: um experimento que eu fiz na minha garagem explodiu, minha casa pegou fogo e matou alguém da minha família e eu ainda tenho pesadelos com isso. Acho que foi o primeiro experimento de Carmen envolvendo as primeiras descobertas dela sobre o Strange conforme ela estava pesquisando sobre Computação Quântica. Algo deu errado, a casa foi destruída por algo parecido com um buraco negro em miniatura. Sua irmã, Theresa estava em casa, mas seu corpo nunca foi encontrado. Se eu fosse jogar com essa personagem eu poderia descobrir que ela foi parar em algum lugar do multiverso.
Passo Três: Escolha um Descritor. Olhando os Descritores do The Strange, eu gostei de Intelligent. Acho que é bem o foco de Carmen, ela é uma pessoa de pensamento. Uma nerd! Rs
Isso me dá +2 em Intellect, indo para 16. Esse descritor também me dá mais duas skills, uma qualquer a minha escolha e uma para lembrar coisas que eu vi ou li. Para a a skill a minha escolha eu pego Strange Lore para demonstrar como ela foi descobrindo em suas pesquisas informações que a levaram a descobrir sobre o The Strange até antes de ser recrutada. Junto com meu treinamento anterior do meu Tipo isso me faz especialista nessa perícia.
Eu também escolho um link inicial para começar a participar da primeira aventura do grupo. Entre as quatro opções oferecidas escolho a segunda. Eu vi algum valor no que os outros PCs estão fazendo. Pra ser mais exato acho que ela seria guiada por uma curiosidade e interesse em coisas “estranhas”.
Passo Quatro: Escolha um Focus. Por fim vamos ao Focus, o que ela faz. Olhando as opções do livro tem uma perfeita para Carmen: “Conducts Weird Science”. Isso me dá meu equipamento inicial: Roupas comuns, um kit científico de campo, ferramentas leves, uma faca pequena, um celular e o equivalente a dois mil “créditos”, ou dólares.
Isso também me dá uma conexão com um outro PC. Dentre as opções eu gostei da terceira. Acredito que alguma experiência que eu fiz quando mais jovem causou a conexão de outro PC com o Strange e eu me responsabilizo por isso. Isso pode criar uma conexão de infância com esse PC que pode ser algo legal para o desenvolvimento do grupo.
Eu também ganho a habilidade Lab Analysis que me dá uma espécie de equipamento que me permite analisar amostras e dados em campo para conseguir informações que podem ser cruciais para a aventura.
E seria isso, mas eu quero fazer pelo menos duas traduções para essa personagem.
Passo Cinco: Cyphers. Além do equipamento (que eu vou ficar com o básico mesmo) eu começo o jogo com dois cyphers. Cyphers, que são a base desse sistema, são itens especiais que tem habilidades de uso único. Em The Strange esses objetos possuem alguma parcela do Strange e se traduzem junto comigo. Normalmente seria escolhido pelo mestre, como sou só eu vou sortear na tabela aqui do livro.
Eu tiro 43 e 08. Eu tenho um equipamento magnético que podem manipular objetos de metal a distância e um efeito de blackout (que na terra é um app de celular haha) que gera uma escuridão ha área ao redor.
Passo Seis: Recursões. Quando um personagem vai para outra Recursão, para outro mundo, ele é Traduzidp se transforma. Normalmente um personagem inicial não teria ainda suas recursões prontas, só precisando se preocupar com isso quando pulasse para outro mundo. Até porque são infinitos mundos. O livro básico traz dois que são mais importantes, Ardeyn e Ruk, além desses temos uma lista de seis outras apresentadas por alto e mais cinco pinceladas. Ufa! Ou seja, só com o material do livro básico seu personagem pode ter quatorze facetas ao longo de uma campanha. Mas aqui, só pra exemplificar como isso funciona, vou fazer duas traduções para os mundos mais importantes do jogo.
Ardeyn: Scarletta. Ardeyn é um mundo de fantasia medieval que parece um MMORPG, na verdade ele era um projeto de um jogo desses que foi usado para enfrentar um planetovore que se interessou pela Terra quando os fundadores do Estado começaram a te contato com o Estranho. É uma história complicada e não vou me adentrar muito aqui.
Imagino que Carmen ao jogar um jogo desses seria uma personagem de suporte. Entre os Focus típicos dessa revisão eu gostei do Channels Sinfire, isso faz com que Carmen, que em Ardeyn ganha o nome e a identidade de Scarletta, seja uma inquisidora, alguém que detecta os pecados dos outros e caça os seguidores de Lotar o Deus Caído que se virou contra o Criador. Acho interessante esse contraste entre ela ser uma cientista em um mundo e uma inquisidora em outro. hehe
Ter esse focus como equipamento roupas de Ardeyn (com tons vermelhos para combinar com o focus, uma armadura leve, uma arma (um cajado), uma bolsa de explorador, uma vela e 300 coroas (o dinheiro desse mundo). Eu também ganho o poder Sinfire Touch que faz a minha mão entrar em chamas e causar danos de fogo ou um dano de intelecto queimando os pecados dos meus alvos.
Ruk: Xyd. Ruk é uma recursão que não é originária da Terra. Ela veio de outro mundo primário que foi destruído. As informações exatas foram perdidas ao longo de milhões de anos de viagem que essa recursão transitou pelo Strange até se ligar ao nosso planeta. É um cenário cyberpunk/ biopunk/ pós-apocalíptico. E isso é um baita resumão da coisa toda.
Em Ruk, imagino Carmen, que aqui adquire a identidade de Xyd, assumindo uma forma mutante, pego então o Focus Metamorphosis, que me permite assumir certas formas biomecânicas de combate e atuação.
Meu equipamento básico nessa tradução é uma roupa típica desse mundo (imagino um traje colado que parece couro mas na verdade é algum tipo de tecido inteligente, armadura leve, uma arma a minha escola (uma blowgun, uma espécie de pistola de agulhas), um umbilical (uma espécie de cabo que me permite entrar na “internet” desse mundo), e uma conta com 70 bits.
Eu também ganho duas habilidades: Battle Chrysalid que me permite assumir uma forma de combate com garras e carapaça que aumenta meu Might e meu Speed, inclusive aumentando o Edge desses dois Traits. Eu também ganho a habilidade de ser treinado ao usar os ataques dessa minha forma de batalha.
E é isso. Carmen/Scarletta/Xyd está pronta para explorar o Strange e todos os mundos além do nosso em busca de conhecimentos que a ajudem a enfrentar os planetovoros e quem sabe descobrir que sua irmã está perdida em outra recursão?
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Carmen Martinez
Intelligent Paradox Who Conducts Weird Science
Might 10 (0), Speed 10 (0)e Intellect 16 (1).
Skills: Computers (T), Memory (T), Strange Lore (S)
Revisions: Closed Mind, Exception, Lab Analysis
Cyphers: Magnetic Mastery & Blackout.
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