sábado, 29 de fevereiro de 2020

RPG - Path of the Healer - Edmund Dumas


Jogo: Path of the Healer
Autoria: Olivier Legrand
Editora: Legrand Games Studio
Experiência: Mestrei duas sessões com grupos diferentes.
Livros usados: Path of the Healer, o livro básico, apenas. 
Onde Adquirir: O pdf pode ser adquirido na drivethrurpg  e toda a renda é direcionada para os Médicos Sem Fronteiras (que são obviamente uma inspiração para esse jogo).
O primeiro jogo que eu escolhi para começar esse projeto das mil faces do rpgista foi um sistema indie que eu descobri recentemente e me apaixonei pela premissa.

Em Path of the Healer os jogadores são membros da ordem dos Healers, curandeiros dedicados a levar esperança e compaixão em meio a um cenário de guerra entre dois reinos que se arrasta a cerca de um século.

Um dos pontos interessantes do jogo é que, apesar dos jogadores estarem em uma situação de conflito, não há um sistema de combate. Ou seja, o combate não é sequer a ÚLTIMA opção deste jogo. Então os jogadores precisam criar outras formas de resolver as situações.

Então vamos ao personagem. Eu tive algumas ideias enquanto ia lendo o livro, mas escolhi uma que mais me agradou. Pensei em um soldado. Ou melhor dizendo, um ex-soldado. Alguém que viu a guerra não apenas como vítima, mas como algoz. Um veterano de guerra que viu companheiros e comandados morrerem sem nem saber direito o porquê até que algo dentro dele “estalou”, talvez ele tenha visto soldados morrerem por um mal comando ou algo assim, e ele desistiu dessa vida de soldado. Seria nessa época que ele teria descoberto seu dom da cura e jurado nunca mais pegar em armas.

E temos um conceito! 

Agora, olhando o livro, e a ficha (que é a coisa mais tosca desse livro e a minha única grande reclamação contra o sistema) vejo que eu tenho que definir a Identidade, a Aparência, e a Personalidade do meu personagem.

Em identidade eu escrevo: “Ex-soldado em busca de redenção.”

Desde que comecei a construir esse personagem eu tenho uma ideia da aparência dele. Curiosamente o vejo muito parecido com ator, cantor e mestre de D&D Jason Charles Miller só que com cicatrizes no lugar das tatuagens dos braços, então escrevo na ficha: “Um grande homem branco na faixa dos quarenta, careca e com uma longa barba branca com pequenas tranças nas pontas. Ele tem cicatrizes em seus braços sobre as quais não comenta.”

Eu vou ter de sair agora, mas volto depois para escrever a personalidade dele e continuar a ficha. 

Depois de dois dias sem tempo, volto a continuar esse personagem. Então vamos para a Personalidade. Mesmo com toda a carga e culpa que ele carrega, eu o vejo como alguém acolhedor e bem humorado. A imagem que me vem à mente é dele tendo sido preso, talvez por insubordinação, e dentro da prisão ter descoberto seus dons de cura e isso tocou a sua alma com esperança. Mas em situações de conflito ele fica sério e o soldado aparece em seu semblante. Então vou com isso e escrevo apenas: “Acolhedor e bem-humorado na maior parte do tempo.”

Finalmente chegamos a parte em que vamos anotar algumas estatísticas na ficha. Primeiro decidir a ordem de importância dos meus Sources (Corpo, Mente e Coração) que também dirá o nível dos meus Resources (Vitalidade, Concentração e Coragem). Como um soldado acho que Corpo/Vitalidade são os atributos primários, ficando com cinco pontos e cada. Em segundo lugar acredito que Coragem/Coração para representar tanto a coragem dele, quanto sua força emocional ficando com quatro pontos. Por último ficam Mente/Concentração com três pontos. Ele não é burro, mas não é o mais inteligente também.

Agora entra escolha dos poderes de cura. Tenho cinco pontos para distribuir em três poderes que eu posso escolher de cinco disponíveis.

Primeiro escolho o Way of the Wounded (Caminho do Ferido) porque imagino que seja o primeiro poder que ela desenvolveu. Talvez na cena da prisão que eu citei acima. O segundo poder que eu escolho é o Way of the Unliving (Caminho dos Não-Vivos), que é o poder mais próximo de uma capacidade de combate nesse jogo, um resquício dos tempos de soldado. Decido colocar dois pontos em cada um. Isso me dará a capacidade curar a maioria dos ferimentos além de sentir e despachar mortos-vivos. Legal.

Qualquer poder que eu escolha para colocar o meu último ponto só me dará a habilidade de perceber e diagnosticar doenças. Entre as três opções a minha disposição eu escolho Way of the Forlorn (Caminho do Desamparado) que me permitirá sentir o desespero das pessoas ao meu redor. Meu personagem não poderá curar esse desespero, mas pode tentar animar a pessoa com seu jeito acolhedor e um grande abraço de urso.

A última coisa que falta anotar é o nome. Aliás acho que nos próximos eu vou começar por aí. O livro traz um cenário aberto, então a guerra entre os dois reinos pode ocorrer em qualquer mundo de fantasia. Há uma sugestão de uma campanha do autor com sua esposa que acontece em uma região inspirada na Normandia  e eu vou seguir esse caminho e escolher um nome francês. Desde o início estou com o nome “Edmund” na cabeça desde que pensei na cena da prisão, baseado no protagonista de Conde de Monte-Cristo, só que meu Edmund se fortaleceu na esperança em vez da vingança. Decido dar a ele o sobrenome Dumas (talvez será o nome de uma cidade ou vilarejo da região) em homenagem ao autor do livro que me serviu de inspiração.

E está pronto!
Meu primeiro personagem nesse projeto. Espero que vocês tenham se divertido tanto lendo meu processo criativo quanto eu me diverti criando Edmund Dumas.

Grande abraço e até a próxima.

_____________________________________

Edmund Dumas
Identidade: “Ex-soldado em busca de redenção.”
Aparência: “Um grande homem branco na faixa dos quarenta, careca e com uma longa barba branca com pequenas tranças nas pontas. Ele tem cicatrizes em seus braços sobre as quais não comenta.”
Personalidade: “Acolhedor e bem-humorado na maior parte do tempo.”

Corpo/Vitalidade: 5
Mente/ Concentração: 3
Coração/ Coragem: 4

Caminho dos Feridos 2 (Primeiros Socorros, Tratar Ferimentos Graves)
Caminho dos Desamparados 1 (Sentir Tormento)
Caminho dos Não-Vivos 2 (Sentir os Não-Vivos, Expelir)





Nenhum comentário: