Jogo:
Path of the Healer
Autoria:
Olivier Legrand
Editora:
Legrand Games Studio
Experiência:
Mestrei duas sessões com grupos diferentes.
Livros
usados:
Path of the Healer, o livro básico, apenas.
Onde
Adquirir:
O pdf pode ser adquirido na drivethrurpg e toda a renda é
direcionada para os Médicos Sem Fronteiras (que são obviamente uma
inspiração para esse jogo).
O
primeiro jogo que eu escolhi para começar esse projeto das mil faces
do rpgista foi um sistema indie que eu descobri recentemente e me
apaixonei pela premissa.
Em
Path of the Healer os jogadores são membros da ordem dos Healers,
curandeiros dedicados a levar esperança e compaixão em meio a um
cenário de guerra entre dois reinos que se arrasta a cerca de um
século.
Um
dos pontos interessantes do jogo é que, apesar dos jogadores estarem
em uma situação de conflito, não há um sistema de combate. Ou
seja, o combate não é sequer a ÚLTIMA opção deste jogo. Então
os jogadores precisam criar outras formas de resolver as situações.
Então
vamos ao personagem. Eu tive algumas ideias enquanto ia lendo o
livro, mas escolhi uma que mais me agradou. Pensei em um soldado. Ou
melhor dizendo, um ex-soldado. Alguém que viu a guerra não apenas
como vítima, mas como algoz. Um veterano de guerra que viu
companheiros e comandados morrerem sem nem saber direito o porquê
até que algo dentro dele “estalou”, talvez ele tenha visto
soldados morrerem por um mal comando ou algo assim, e ele desistiu
dessa vida de soldado. Seria nessa época que ele teria descoberto
seu dom da cura e jurado nunca mais pegar em armas.
E
temos um conceito!
Agora,
olhando o livro, e a ficha (que é a coisa mais tosca desse livro e a
minha única grande reclamação contra o sistema) vejo que eu tenho
que definir a Identidade,
a Aparência,
e a Personalidade
do meu personagem.
Em
identidade eu escrevo: “Ex-soldado em busca de redenção.”
Desde
que comecei a construir esse personagem eu tenho uma ideia da
aparência dele. Curiosamente o vejo muito parecido com ator, cantor
e mestre de D&D Jason Charles Miller só que com cicatrizes
no lugar das tatuagens dos braços, então escrevo na ficha: “Um
grande homem branco na faixa dos quarenta, careca e com uma longa
barba branca com pequenas tranças nas pontas. Ele tem cicatrizes em
seus braços sobre as quais não comenta.”
Eu
vou ter de sair agora, mas volto depois para escrever a personalidade
dele e continuar a ficha.
Depois
de dois dias sem tempo, volto a continuar esse personagem. Então
vamos para a Personalidade. Mesmo com toda a carga e culpa que ele
carrega, eu o vejo como alguém acolhedor e bem humorado. A imagem
que me vem à mente é dele tendo sido preso, talvez por
insubordinação, e dentro da prisão ter descoberto seus dons de
cura e isso tocou a sua alma com esperança. Mas em situações de
conflito ele fica sério e o soldado aparece em seu semblante. Então
vou com isso e escrevo apenas: “Acolhedor e bem-humorado na maior
parte do tempo.”
Finalmente
chegamos a parte em que vamos anotar algumas estatísticas na ficha.
Primeiro decidir a ordem de importância dos meus Sources (Corpo,
Mente e Coração) que também dirá o nível dos meus Resources
(Vitalidade, Concentração e Coragem). Como um soldado acho que
Corpo/Vitalidade são os atributos primários, ficando com cinco
pontos e cada. Em segundo lugar acredito que Coragem/Coração para
representar tanto a coragem dele, quanto sua força emocional ficando
com quatro pontos. Por último ficam Mente/Concentração com três
pontos. Ele não é burro, mas não é o mais inteligente também.
Agora
entra escolha dos poderes de cura. Tenho cinco pontos para distribuir
em três poderes que eu posso escolher de cinco disponíveis.
Primeiro
escolho o Way of the Wounded (Caminho do Ferido) porque imagino que
seja o primeiro poder que ela desenvolveu. Talvez na cena da prisão
que eu citei acima. O segundo poder que eu escolho é o Way of the
Unliving (Caminho dos Não-Vivos), que é o poder mais próximo de
uma capacidade de combate nesse jogo, um resquício dos tempos de
soldado. Decido colocar dois pontos em cada um. Isso me dará a
capacidade curar a maioria dos ferimentos além de sentir e despachar
mortos-vivos. Legal.
Qualquer
poder que eu escolha para colocar o meu último ponto só me dará a
habilidade de perceber e diagnosticar doenças. Entre as três opções
a minha disposição eu escolho Way of the Forlorn (Caminho do
Desamparado) que me permitirá sentir o desespero das pessoas ao meu
redor. Meu personagem não poderá curar esse desespero, mas pode
tentar animar a pessoa com seu jeito acolhedor e um grande abraço de
urso.
A
última coisa que falta anotar é o nome. Aliás acho que nos
próximos eu vou começar por aí. O livro traz um cenário aberto,
então a guerra entre os dois reinos pode ocorrer em qualquer mundo
de fantasia. Há uma sugestão de uma campanha do autor com sua
esposa que acontece em uma região inspirada na Normandia e eu
vou seguir esse caminho e escolher um nome francês. Desde o início
estou com o nome “Edmund” na cabeça desde que pensei na cena da
prisão, baseado no protagonista de Conde de Monte-Cristo, só que
meu Edmund se fortaleceu na esperança em vez da vingança. Decido
dar a ele o sobrenome Dumas (talvez será o nome de uma cidade ou
vilarejo da região) em homenagem ao autor do livro que me serviu de
inspiração.
E
está pronto!
Meu
primeiro personagem nesse projeto. Espero que vocês tenham se
divertido tanto lendo meu processo criativo quanto eu me diverti
criando Edmund Dumas.
Grande
abraço e até a próxima.
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Edmund
Dumas
Identidade:
“Ex-soldado em busca de redenção.”
Aparência:
“Um grande homem branco na faixa dos quarenta, careca e com uma
longa barba branca com pequenas tranças nas pontas. Ele tem
cicatrizes em seus braços sobre as quais não comenta.”
Personalidade:
“Acolhedor e bem-humorado na maior parte do tempo.”
Corpo/Vitalidade:
5
Mente/
Concentração: 3
Coração/
Coragem: 4
Caminho
dos Feridos 2 (Primeiros Socorros, Tratar Ferimentos Graves)
Caminho
dos Desamparados 1 (Sentir Tormento)
Caminho
dos Não-Vivos 2 (Sentir os Não-Vivos, Expelir)
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