quinta-feira, 14 de março de 2024
Mil Faces de um RPGista - Wolfspell - Hilda
Jogo: Wolfspell
Sistema: Powered by the Apocalypse (sort of)
Autoria: Epidiah Ravachol
Experiência: Só li.
Livros usados: Só o artigo que saiu na revista Unsung Tales
Certamente Epidiah Ravachol é o meu designer de RPG favorito. A capacidade dele de criar jogos e mecânicas completamente diferentes me impressiona. Desde um jogo de terror que usa torre de blocos em vez de dados (Dread), passando por um que usa sudoku para falar de estagiários viajantes do tempo (Time & Temp), até super-heróis renascentistas (Four Colours of Al Fresco). Wolfspell é um minisistema que ele lançou na revista Unsung Tales onde os jogadores são guerreiros vikings que, por algum motivo, são transformados em lobos para cumprir uma missão.
O sistema é baseado no PbtA, com uma diferença de que os dois dados rolados são de cores diferentes, onde um representa o lado Herói do seu personagem e o outro o lado Lobo deste. Ou seja, o dado mais alto indica não só se o personagem teve sucesso ou não, mas COMO ele vai realizar a ação.
Então, vamos criar um guerreiro viking transformado em lobo.
Passo Zero: Conceito. Estava lembrando outro dia ao conversar com uns amigos sobre um caso uma exploração arqueológica de um cemitério de guerreiros vikings onde originalmente consideraram que todos os mortos ali eram homens. Pesquisas mais apuradas da pélvis das ossadas e até estudos de DNA comprovaram, para o horror da galera nerd machista, que várias guerreiras ali eram mulheres (https://en.wikipedia.org/wiki/Birka_grave_Bj_581). Então, quero fazer uma mulher guerreira viking que se tornará um lobo.
Joguei no google “nomes vikings femininos” e o primeiro que apareceu na lista foi Hilda que significa “a combatente” ou “a guerreira”. Vi nisso um sinal e minha guerreira se chamará Hilda.
Passo Um: A Alcatéia. Em vez dos playbooks de outros jogos PbtA, wolfspell distribui perguntas para a criação dos personagens. Cada jogador só pode se identificar com uma dessas. Lendo a lista, acho que Hilda se identifica logo com a primeira: “Muitos testaram o braço que carrega minha espada e agora me esperam para se vingar de mim no pós-vida”. Bem badass. Isso me dá um bônus de +3 no meu dado de Sangue (que me permite agir como uma guerreira viking, e não Herói como coloquei lá em cima) em tarefas de derramamento de sangue e ódio. Ou seja, mesmo baixando a porrada, Hilda mantém mais a cabeça do se entrega a selvageria.
Passo Dois: A Magia. Agora, como grupo, nós escolhemos dentre as opções a que melhor se aplica ao feitiço que nos transformou em lobos e nos colocou no caminho da nossa jornada.
Olho as opções e achei uma mais legal. “Por gerações a muito passadas, essa maldição esteve sobre vocês e nosso povo. Esta noite vocês devem correr como crianças de Fenris e expulsar um clã rival do vale.” Isso dará um bônus ao final do jogo para que voltemos a ser humanos para cada inimigo cada um de nós matou ao longo da história.
Passo Três: A Transformação. Agora o Inverno (como o mestre de jogo é chamado aqui) pode fazer perguntas que ajudem a aprofundar nosso personagem a respeito da transformação. Olho as quatro perguntas e acho que vou escolher uma aleatoriamente. Rolo 1d4 e...4) Que temor se infiltra em sua alma durante a transformação?
Conforme Hilda corre pelos campos ao lado de seus companheiros transformados as memórias de seus tempos como humana escorrem como a neve em uma manhã de verão e ela se pergunta se algum dia foi uma humana que agora é uma loba, ou sempre fora uma loba que apenas sonhou ser humana?
E é isso. Hilda irá se lançar sobre o clã rival sobre a benção/maldição de Feris e talvez consiga voltar a sua vida normal… mas será que algum dia ela se sentirá normal novamente?
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Hilda
+3 Blood when performing taks of gore or hatred
+1 at Morning’s Light to Blood Die to each enem of your clan you have personally slain this night.
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