quarta-feira, 9 de abril de 2025
Mil Faces de Um RPGista - Mojubá Fastplay - Okó
Jogo: Mojubá Fastplay
Autoria: Lucas Conti
Editora: Auto-publicação por parte do autor.
Experiência: Só li esse arquivo do Fastplay.
Livros usados: Só o Fastplay mesmo.
Mojubá é um rpg brasileiro sobre afrofuturismo, misturando elementos cyberpunk e elementos da cultura afrobrasileira, como o conceito de quilombo e a espiritualidade dos orixás.
No cenário apresentado nesse arquivo fastplay vemos que os personagens jogadores (chamados aqui de “Crias”) precisam equilibrar seus “corres”, fazendo trabalhos a fim de se sustentar e às suas famílias ao mesmo tempo que enfrentam os Kiumbas, que são como espíritos malignos que infestam áreas onde há muita fome, ganância, medo, etc.
A mecânica de jogo é bem simples. Você rola 2d6 e soma um atributo apropriado além de quaisquer bônus que você receba da sua Herança, Dádiva ou Trampo e compara com um número alvo (dificuldade) estipulado pelo Girô (como o mestre de jogo é chamado aqui).
Não sei a versão completa tem mais detalhes, mas nesse fastplay é isso.
Infelizmente o fastplay não traz as regras de construção de personagem. Pensei em fazer uma engenharia reversa pra tentar criar um personagem original, mas vi que não dá.
Então vou escolher um dos personagens prontos e colocá-lo ali.
Além disso, vou convidar vocês a baixar o fastplay e conhecer o cenário. Se ficarem curiosos coloquem em suas listas de compras. Já está na minha!
O meu personagem escolhido é Okó (todos os personagens possuem nomes de linguagem africana, imagino eu que Yorubá).
Atributos: Ipá 3, Ori 0, Ginga 2 e Gan 1.
Ipá é a força, seja física, mental ou social. Serve tanto para levantar algo pesado quanto convencer alguém no grito.
Ori é cabeça. Capacidade de raciocínio, reconhecer padrões ou juntar informações de uma forma coerente.
Ginga é balanço. Tem a ver tanto com equilíbrio e agilidade quanto com uma certa malandragem.
Gan é gana. É força de vontade, presença, espírito. Usado para convencer alguém (sem ser no grito), resistir tentações ou manipulações, ou fazer todos olharem para você.
Trampo: Entregador. Okó tem uma bicicleta “tunada” que pode fazer acrobacias e ele também conhece os melhores atalhos da cidade.
Ancestral: Odé. Okó é filho do grande caçador. O ancestral confere a cada jogador uma herança e uma mácula. No caso de Odé, ele confere a herança de controlar a madeira e a mácula é ir tornando Okó cada vez mais e mais selvagem.
Dádiva: Lança dos Ancestrais. Okó também recebe uma lança feita da madeira da árvore-mãe que lhe dá um bônus de +1 em combate. Se ele a perder, recebe um ponto de mácula.
E é isso por hoje pessoal. Quando eu conseguir colocar minhas mãos no livro completo ele com certeza vai aparecer aqui. Até lá, bons jogos.
quinta-feira, 3 de abril de 2025
Mil Faces de um RPGista - Way of the Shadowlands - Hamono
Jogo: Legend of the Five Rings First Edition
Autoria: John Wick
Editora: Alderac Entetainment Games
Experiência: MUITA! Mestrei muito e joguei muito esse sistema no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Livros usados: O básico e o suplemento Way of Shadowlands.
Chegamos ao décimo segundo e penúltimo livro da série Way of the Clans. Esse e o próximo foram lançados já na segunda edição do Legend of the Five Rings então talvez eu vá ter que fazer algumas adaptações porque me recuso a usar as regras da 2a edição que são muito ruins (tanto que foram descartadas na 3a edição).
O livro não situa tanto em uma determinada época, contando a história de Rokugan pelo lado das Terras Sombrias. Por fim, ele fala daqueles que por escolha ou acidente foram maculados por essas forças. Alguns lutam contra a corrupção, outros a abraçam.
Vamos fazer um servo de Fu Leng.
Passo Um: Conceito. Quero criar uma bushi. Alguém cujo o fanatismo a fez mergulhar em uma visão distorcida do bushido e a tornou uma fiel serva das trevas ao mesmo tempo que em sua loucura vê isso como um serviço ao Império Esmeralda. Sim, todos nós conhecemos alguém assim hoje em dia, não é verdade?
Way of the Shadowlands traz algumas opções para personagens interessantes, incluindo uma escola de Berserker, uma de Ishikens corrompidos, uma que representa os mortos vivos da família Moto que sacrificaram para permitir o retorno do Clã Unicórnio à Rokugan, além de uma Templo de Monges que servem a Onnotangu (o deus da Lua) e um Otokodate Ronin.
Ela se lembra vagamente do tempo antes da escuridão. O nome “Matsu” aparece em seus sonhos, quando ela consegue dormir, mas sempre é com um ódio e uma fúria incontrolável. Alguns Onis a chamam da Hamono (arma branca) e ela abraçou o nome. Ela é uma arma. Uma arma contra seus inimigos. Os inimigos do Império. Aqueles que se escondem por trás de palavras de honra e máscaras de sorrisos. Sim, ela será uma arma, e cortará a falsidade de cada um deles.
Passo Dois: Clã, Família, Escola. Quanto ao clã, acho que é nenhum. Hamono serve as Shadowlands. Se eu fizesse um agente duplo talvez este ainda tivesse o contato com seu clã, mas ela já se perdeu demais na escuridão para isso. Acho que ela mantém o bônus de família, entretanto. Vou fazê-la uma Matsu mesmo, o que dá a ela um bônus de +1 Strength. Quanto a escola acho os Damned Berserkers encaixam bem com ela. Ela ganha +1 Willpower, as perícias Battle, Defense, Herbalism, Kenjutsu, Lore (Shadowlands), Meditation e uma Weapon Skill. Curiosamente eu também ganho 1,5 em Honra. Deixa eu ver isso aqui...
Pensei que fosse uma nova versão dos Damned Berserkers, mas não. Os damned berserkers apareceram originalmente no Way of the Crab e são guerreiros que aprendem a canalizar o poder das shadowlands dentro de si como uma fúria contra as próprias shadowlands. Mas aqui vou considerar que seja o caminho que Hamono instintivamente seguiu após ser tomada pela mácula.
Eu ganho a técnica Burning the Shadow que me dá a habilidade de reduzir a velocidade com que vou me corrompendo (o que não pretendo usar) e me permite somar meu Rank de Taint em todos os totais de ataque e dano (isso que eu quero!).
Passo Três: Distribuir Pontos. E vamos aos 25 pontinhos. Primeiro quero definir qual é a Weapon Skill inicial dela, e escolho Heavy Weapons (esqueci o nome em japonês e não estou encontrando aqui agora) porque quero ela usando um machado ou uma marreta.
Depois quero diminuir a honra dela em um nível, o que vai me dar dois pontos e deixar minha honra em 0,5.
Agora vamos para as desvantagens. Eu sei que eu quero o máximo de shadowlands taint que eu puder, então são 5 pontos por dez de taint que me deixa com um total de 1,0. Eu quero Brash (2 pontos) e Frail Mind (3 pontos) foi essa combinação que a jogou nas shadowlands pra começo de conversa. O que me deixa com um total de 37 pontos para gastar agora.
Eu vejo uma “Shadowlands School” que eu tinha esquecido que tinha nesse livro. Basicamente são os poderes que as trevas te dão conforme você vai ficando cada vez mais corrompido. Eu preciso ter Water 3 e gastar três pontos para poder entrar nessa escola. Pergunto ao meu mestre imaginário se posso fazer isso e manter minha escola de Danmed Berserker, ele topa desde que eu abra mão do Major Power que eu receberia no lugar da minha técnica. Beleza! Eu ainda ganho um Minor Power, deixa eu ver o que tem de interessante.
Eu escolho Blood Sense, que me permite sentir a presença de sangue e pessoas vivas. Também me dá uma sede insaciável de sangue. Acho que isso reflete bem a “sede de sangue” que ela tinha antes de se corromper.
Bom, vou gastar oito pontos para aumentar Perception e outros oito para aumentar Stamina, fazendo com que Water e Earth vão para 3.
Isso me deixa com 18 pontos ainda.
Deixa eu ver umas vantagens.
Eu quero Death Trance (3) e o máximo de Strength of the Earth (8), ela é uma arma, afinal de contas.
Isso me deixa com 7 pra finalizar. Eu quero colocar dois em Kenjutsu, Defense, Onojutsu e um em Battle e pronto.
Hamono está pronta para continuar lutando e lutando e lutando até Jigoku clamar de vez sua alma… quando ela deve voltar a lutar, lutar e lutar.
______________________________________________________
Hamono
Matsu ?
Danmed Berserker School/”Shadowlands School”.
Earth 3
Willpower 3
Stamina 3
Fire 2
Intelligence 2
Agility 2
Air 2
Awareness 2
Reflexes 2
Water 3
Perception 3
Strength 3
Void 2
Advantages: Darkness Beyond Darkness (3), Death Trance (3), Strength of the Earth (8)
Disadvantages: Brash (2), Frail Mind (3), Shadowlands Taint (5)
Skills: Battle 2, Defense 3, Herbalism 1, Kenjutsu 3, Lore (Shadowlands) 1, Meditation 1, Onojutsu 3
Technique: Burning the Shadow
Shadowlands Powers: Minors: Blood Sense.
Honor: 0,5
Glory 0,0
Insight 134
Shadowlands Taint 1,0
terça-feira, 1 de abril de 2025
Leituras 2025 - Semana 13
Leituras 2025 - Semana 13
19 lidos
Lendo:
01 - Iberia by Night (RPG) - Phillipe R. Boulle (org.) - 40% [056]
02 - Zero (RPG) - Steve Stone & Lester Smith - 20% [19]
03 - Absolute Batman: The Zoo #1/#2 - Scott Snyder & Nick Dragotta -
Contos, Poesias & Artigos*
- Afrofuturismo - Vários Autores - 08% (08)
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 36% (18)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 37% (17)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 27% (06)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
09 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.)
10 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook
11 - Knights of Underbed (RPG) - Bem Woerner
12 - Pandora: Total Destruction Preview Edition (RPG) - Todd Crapper
13 - Cordel do Reino do Sol Encantado EdEspecial (RPG) - Pedro Borges
14 - Survival of the Able Ashcan (RPG) - Jacob Wood
15 - World Wide Wrestling (RPG) - Nathan D. Paoletta
16 - Shudderspeed (RPG) - Richard Kelly
17 - Quarta Asa - Rebecca Yarros
18 - Kobolds and Trenchcoats (RPG) - Jonathon Boyle
19 - Cupim - Layla Martínez
Abandonados:
01 - Utopias Possíveis - Rutger Bregman - 10%
02 - Chasing the Dragon's Tail - Yoshio Manaka MD - 19% [055]
quarta-feira, 26 de março de 2025
Mil Faces de um RPGista - Cyberpunk 2020 - Miyuki Watannabe
Jogo: Cyberpunk 2020 – Um RPG num Futuro Sombrio. Essa é a versão brasileira. O jogo é americano.
Sistema: Interlock.
Autoria: Mike Pondsmith (org.)
Editora: Essa é a versão da Devir, mas o jogo originalmente é da R. Talsorian Games.
Experiência: Joguei uma vez em 1995.
Livros usados: Só o básico.
No distante futuro de 2020… Pois é, um dia esse ano era um futuro distante e no outro ele já se passou cinco anos atrás. De uma certa forma esse é a segunda (ou terceira, não tenho certeza agora) de um rpg chamado Cyberpunk. A versão mais recente é a Red que acho que se passa em 2073, cada vez empurrando mais o futuro para o futuro. Rs
Decidi fazer um personagem dessa edição porque a joguei em 1995 (no RPG Rio de Bom Fracasso) e porque uma amiga querida está para mestrar a versão mais recente.
O jogo se passa no futuro quando as mega corporações se tornaram mais poderosas do que os governos, passando a explorar a vida e o trabalho das pessoas à exaustão e causaram um desastre climático que talvez seja irreversível por pura ganância. Mas diferente do nosso presente aqui temos implantes cibernéticos!
Os jogadores são “sobreviventes em um mundo duro e cruel” como diz o livro, em geral atuando como mercenários para uma ou outra corporação enquanto planejam sua destruição (ou não, eles podem apenas ter se acomodado, já vi muitos grupos jogando assim).
O sistema interlock usa uma mecânica de teste simples. Você rola 1d10 e soma seu atributo ou perícia e compara com uma dificuldade definida pelo mestre. O jogo também usa d6s para dano e d100s para algumas tabelas.
Vamos fazer uma cyberpunk!
Passo Um: Escolha um Papel. Papéis são “meio que classes”, eles te dão uma habilidade especial e possuem uma lista de perícias profissionais. Também são um prompt para um conceito de personagem. Eu sei o que eu quero fazer, mas acabo de me dar conta que o conceito que eu quero surgiu depois desse livro. Quero fazer uma samurai de rua. Os samurais de rua são guerreiros treinados, normalmente cheios de implantes e armas. Também são uma ótima desculpa para usar uma katana em um jogo de ficção científica. Dos papéis oferecidos aqui o que melhor se encaixa é o solo (que é bem o que eu descrevi acima, só sem uma katana, mas veremos isso). A habilidade especial que eu ganho é ter acesso as perícias Iniciativa e Atenção.
Agora um conceito: Minha personagem, Miyuki Watanabe, foi uma soldado que lutou nas guerras corporativas, mas após ter contato com os ensinamentos do bushido (que seus criadores acharam que a tornaria mais obediente) entrou em uma crise ética e começa a questionar pelo que ela está lutando.
Acho que isso é o suficiente para eu começar.
Passo Um: Atributos. O jogo tem nove atributos (Ah os anos 90…) e eu vejo o valor deles aleatoriamente rolando 1d10 para cada um. Posso fazer isso rolando na ordem ou apenas rolo o dado nove vezes (descartando valores 1 e 2) e ajeito como eu quiser. Checo com meu mestre imaginário. Ele diz que o primeiro métodos é estúpido, eu concordo com ele e faço o segundo. Eu tirei 10, 2, 4, 8, 2, 7, 9, 4 e 4. Descartando os dois 2s eu tenho: 9 e 3 no lugar. Vamos ver como vou distribuir essa budega.
Os atributos são: Inteligencia (INT), Reflexos (REF), Autocontrole (AuCon), Habilidade Técnica (TEC), Sorte (Sor), Atratividade (ATR), Capacidade de Movimento (MOV), Empatia (EMP) e Tipo Corporal (TCO).
Eu sei que eu quero TCO e REF altos. Vou colocar os dois 9s neles. O 10 eu vou colocar em Sorte porque sempre me parece um atributo importante. AuCon fica com o 8 e TEC com o 7. INT, EMP e MOV ficam com os 4s o que deixa ATR com o 3.
Isso me deixa com INT 4, REF 9, AuCon 8, Habilidade TEC 7, Sor 10, ATR 3, MOV 4, EMP 4 e TCO 9.
Passo Dois: Fluxovida. Agora eu sorteio ou escolho uma série de opções que vão tornar minha personagem um ser um pouco mais tridimensional (ou assim o livro me promete). Vamos ver.
Primeiro eu tenho uma tabela com estilo pessoal. Infelizmente ao longo dos anos a ideia do cyberpunk acabou reduzida muito mais a um estilo do que uma ideia, mas vamos lá. Eu vou rolar 3d10 e ver o que sai. Tirei 9, 8 e 5. O que me dá Nu, Cabelo Curto e Arrumado e um Brinco no Nariz (engraçado que na época não chamavam de piercing. rs). Ou seja um estilo bem parecido com da personagem Major Motoko Kusanagi do anime Ghost in the Shell. Acho que posso trabalhar com isso.
Origem eu já escolhi como japonesa, então ela sabe falar japonês. Eu também sei falar o “Idioma das Ruas”, segundo o livro uma mistura de inglês, francês, alemão, japonês e mais meia dúzia de línguas.
Agora eu vejo meus antecedentes familiares. Vamos continuar rolando os dados e vendo o que sai. Nível Familiar 2, gerente de corporação. Isso me tira um pouco da minha ideia original de ser uma mercenária. Talvez ela atue resolvendo as coisas de forma mais direta. Talvez ela se veja como uma Shogun, uma senhora da guerra corporativa.
Pais, eu tiro 5, ambos estão vivos. O que me leva a tabela Status Familiar onde eu tiro 4, minha família está em risco de perder tudo (ou já perdeu) para uma Tragédia Familiar, que é a próxima tabela onde eu tiro 9, sua família é atormentada por uma guerra familiar que á dura várias gerações. Talvez a corporação Watanabe tenha sofrido um ataque de uma outra corporação comandada por uma outra família tradicional japonesa, mas que agora conta com o apoio financeiro e por baixo dos panos de uma corporação americana que pretende dominar o mercado do sul asiático. Como se trata de uma questão familiar, Miyuki considera isso um assunto pessoal e não algo para colocar na mão apenas de mercenários cuja lealdade varia com o vento.
Para Motivações eu vou rolar todos os dados de uma vez e vou colocando os resultados aqui.
Miyuki tem uma personalidade exigente, meticulosa e nervosa (bem o que eu estava imaginando mesmo).A “pessoa” que ela mais valoriza é seu gato, Neko, ela aprendeu a não confiar em ninguém totalmente, nem mesmo em sua família. O que ela mais valoriza é o poder (isso pode entrar em contraste com sua recém adquirida honra, o que pode ser bem legal). A opinião dela sobre a maioria das pessoas é neutra, ações dizem quem você é para ela. E o objeto mais estimado dela é um livro, a Arte da Guerra, um exemplar que foi dado a ela pelo seu bisavô em seu leito de morte e onde ela começou ater os primeiros ensinamentos sobre o Bushido.
As últimas tabelas são agrupadas sob o título Eventos de Vida e eu começo rolando 2d6+16 pra determinar minha idade, o que deixa com 27 anos. O que me dá 11 eventos de vida. O que significa que eu vou ter de rolar 11d10 e ver quais eventos surgem.
Primeiro evento, 4 – Amigos e Inimigos. Rolo 1d10 pra determinar qual deles eu ganhei. Tiro 8, inimigo, claro! As tabelas me dizem que é alguém que trabalha pra mim, a quem eu acusei de covardia ou algum outro defeito, ele me odeia, eu o ataco verbalmente e só tem ele mesmo contra mim. Talvez aos 17 anos Miyuki descobriu um desvio de caixa das empresas e acusou um contador. Em vez de eliminá-lo, Miyuki o colocou sob sua asa para que ele volte a provar seu valor e ela abusa dele verbalmente de forma diária. Ele a odeia, mas não pode fazer nada contra ela… ainda!
Segundo e vento, tirei 7- Envolvimento romântico. Foi um caso amoroso problemático, um de nós está pulando a cerca e a outra pessoa me odeia. Aos 18 Miyuki teve um caso com uma pessoa de outra família, uma noiva prometida, e o romance causou desgraça a esta que nunca perdoou Miyuki.
Terceiro evento, tirei 9. Nada interessante aconteceu nos 20 anos de Miyuki.
Quarto evento, tirei outro 4 – Amigos e Inimigos. Outro inimigo. Um ex-amigo, acusou de covardia ou outra coisa (Miyuki é uma baita dedo-duro rs), nós nos odiamos, se nos encontrarmos ele vai ser possuído por uma cólera assassina e tentará arrancar minha cabeça e ele só tem ele mesmo e alguns amigos para vir contra mim. Aos 21, Miyuki se envolveu com más companhias. Acabou fazendo amizade com um líder de gangue, Hiro, que não sabia de sua verdadeira identidade e com quem ela saia para se divertir e relaxar de sua persona corporativa. Durante algum evento, Miyuki acusou Hiro de covarde e o venceu em combate, desmoralizando-o perante a gangue. Apenas alguns amigos mais fiéis ficaram ao lado dele. Ele deseja vingança contra ela, mas será que ele agora sabe quem ela realmente é?
Tanto o quinto e o sexto evento foram 6s, Amigos e Inimigos de novo. Vou rolar os dois como se fossem um só e considerar que é uma dupla. Amigos, até que enfim! Eu tiro um homem e uma mulher, um tutor e uma ex-amante. Hummm… E se um dos tutores de Miyuki estiver servindo como pombo correio para ela recuperar o contato com sua amante de 19 anos? Essa reaproximação pode ter durado por dois anos. Talvez tenha sido essa amante Tomoyo Daidoji, quem deu a Miyuki seu gatinho. Como Tomoyo nunca a perdoou não sei se isso vai acabar bem. Vamos ver se aparece alguma coisa para o fim desse romance mais a frente ou se é um gancho para algo que aconteceria se eu fosse jogar com essa personagem.
Três 9s seguidos. Então foram três anos sem grandes eventos na vida de Miyuki. Talvez tenha sido o tempo em que ela ganhou seus implantes cibernéticos.
O décimo evento é outro 4! Para alguém que parecia antissocial Miyuki teve vários amigos e inimigos em sua jovem vida. Tiro outro amigo. Um homem e como se fosse um pai adotivo. Pode ser o técnico ou o fisioterapeuta que cuidou dela depois das cirurgias cibernéticas. Myasaki acabou se tornando alguém em quem Miyuki tem alguma confiança, afinal ele poderia ter acabado com ela a qualquer momento nos últimos quatro anos. Sua sabedoria de homem simples junto com seu conhecimento técnico lhe servem como um conselheiro “fora da caixa” em alguns momentos de indecisão.
Por fim, não houve nenhum grande evento no último ano de vida de Miyuki.
Nossa, como isso foi longo. Mas até que foi divertido.
Passo Três: Perícias. Eu tenho 40 pontos para distribuir nas minhas perícias. No personagem inicial eu só posso gastar em perícias profissionais e preciso colocar ao menos um ponto em Noção de Combate que é minha “habilidade especial”, mas devo colocar muito mais já que ela é importante para outras coisas.
Vamos distribuir aqui:
Noção de Combate 8
Atenção/ Notar 4
Armas Curtas 3
Briga ou Artes Marciais 5
Conhecimento de Armas 4
Fuzil 3
Atletismo 5
Submetralhadora 3
Furtividade 5
Como eu não posso começar com habilidades fora dessa lista, imagino que Miyuki ainda não tenha posição corporativa, atuando mais “nas sombras” das negociações ou com uma lógica de “negociação do porrete”.
Passo Quatro: Equipamento. Eu detesto essa parte, mas é necessária em um jogo cyberpunk. Eu vejo quanto eu ganho pelo meu nível na minha perícia especial e multiplico por 1d6 meses que estou empregado… nossa, que mecânica horrível, mas vamos lá. Meu salário base sendo uma solo é 7000 por mês e rolo um 4 nos meus dados, o que me dá 28 mil pra gastar. Eu vou pular o equipamento por agora e partir para os implantes cibernéticos.
Eu queria um de invisibilidade ou coisa parecida, mas não tem nada parecido no livro. Mesmo assim achei muita coisa que me interessa:
Nanocirurgiões (Dobra a regeneração) 6000
Pele Reforçada (PB=12) 2000
Amplificador Kerenzikov (+2 em Iniciativa) 1000
Relógio Subcutâneo 50
Intensificador de Adrenalina (Aumenta Ref +1 por 1d6+2 turnos 3x por dia) 400
Ciberópticos 500
Infravermelho 200
Armações Lineares (Força 12) 6000
Ao do o custo 16150 unidades de crédito (acho que é assim o nome da moeda desse jogo). Também tenho um custo de Perda de Humanidade, vou poupar vocês dos rolamentos de dados e matemática e terminou com uma PH de 26 o que me faz perder dois pontos de Empatia, reduzindo para 2. Se chegasse a zero eu poderia ter uma tipo de psicose cibernética.
Vamos voltar para os equipamentos.
Eu quero uma Kendachi Monokatana, basicamente uma Katana feita com alta tecnologia e capaz de cortar aço. Acho que o foco de Miyuki é em armas leves, então vou pegar duas pistolas Federated Arms X-22, isso tudo me custa 900 und. Acho que ela não usa nenhuma armadura além dos implantes que já tem (afinal, pelo sorteio, ela costuma atuar nua… por quê? Não sei!)
Por fim, eu fico com uns 11 mil para pagar custos de quaisquer outros equipamentos que seriam necessários para jogar com essa personagem. Como não vou jogar com ela, o que fiz até aqui já serve.
Checando se tem mais alguma coisa pra fazer. Se eu tivesse feito uma netrunner teria mais um passo, mas como ela não é, termino por aqui.
Miyuki Watannabe está pronta (ou quase) para entrar em campo na guerra corporativa.
____________________________________________-
Miyuki Watannabe
Solo
Atributos:
INT 4
REF 9
AuCon 8
TEC 7
Sor 10
ATR 3
MOV 4
EMP 2
TCO 9.
Perícias
Noção de Combate 8
Atenção/ Notar 4
Armas Curtas 3
Briga ou Artes Marciais 5
Conhecimento de Armas 4
Fuzil 3
Atletismo 5
Submetralhadora 3
Furtividade 5
Implantes Cibernéticos
Nanocirurgiões
Pele Reforçada
Amplificador Kerenzikov
Relógio Subcutâneo
Intensificador de Adrenalina
Ciberópticos
Infravermelho
Armações Lineares
Equipamento:
Kendachi Monokatana
Duas pistolas Federated Arms X-22
Nanocirurgiões
Pele Reforçada
Amplificador Kerenzikov
Relógio Subcutâneo
Intensificador de Adrenalina
Ciberópticos
Infravermelho
Armações Lineares
Equipamento:
Kendachi Monokatana
Duas pistolas Federated Arms X-22
quarta-feira, 19 de março de 2025
Mil Faces de um RPGista - As Extraordinárias Aventuras do Barão Munchauses - Roberto Bustamante, Marquês de Tranquilitas.
Jogo: As Extraordinárias Aventuras do Barão Munchausen, essa é a versão em português, mas o jogo originalmente é em inglês.
Autoria: Escrito pelo próprio Barão Munchausen (só que não) e “transcrito” por James Wallis.
Editora: A versão brasileira é da Devir, não sei a editora americana.
Experiência: Ainda não joguei, mas uma amiga tem e estamos tentando marcar um jogo.
Livros usados: Só o básico. Acho que não existe outro. Rs
As Extraordinárias Aventuras do Barão Munchausen é uma mistura de RPG com drinking game. Sim, você leu certo. A proposta do jogo é cada um dos jogadores (não há uma figura de “mestre de jogo” aqui) conte uma história fantástica e exagerada, no melhor estilo do Barão de Munchausen que, caso você não conheça, ficou famoso por contar histórias como viajar montado em uma bala de canhão, jornadas a lua, ou se livrar de areia movediça puxando a si próprio pelos cadarços dos calçados.
Os outros jogadores podem acrescentar detalhes ou contestar pontos da história apostando uma “moeda”, um recurso do jogo que cada jogador possui em número igual ao número de jogadores (mas se o total de moedas para cada jogador for maior que vinte vocês devem contratar alguns mercenários e planejarem uma invasão à Bélgica, recomenda o autor).
E onde entra a parte do drinking game? Se o contador de histórias da vez gaguejar, ou não conseguir responder a um desafio na sua história este deve dar a vez a outro contador de histórias e beber uma dose. Se um jogador contestar a história de outra pessoa e perder, também deve tomar uma dose.
O jogo continua até que todos tiverem contado uma história ou estejam caídos de bêbados.
Enquanto estou sóbrio, vamos fazer um nobre contador de histórias.
Passo Um: Escrever seu título e seu nome. Primeiro preciso decidir um título de nobreza para meu personagem. O livro (escrito como se fosse pelo próprio Barão Munchausen) recomenda que no caso de meu personagem não for um nobre que eu invente um. Mas acho que vou fazer um Marquês.
Para aqueles plebeus incultos que desconhecem a diferença entre um Barão e um Marquês, um marquês é um nobre cujas terras se localizam em regiões nos limiares do Império ou do Reino ou são terras recém-adquiridas em campanhas militares.
Roberto Bustamante, Marquês de Tranquilitas, esse é meu nome e meu título. Agora sublinho-o duas vezes e vou para o...
Passo Dois: Escreva o que quiser. Abaixo do nome, o livro recomenda escrever o que desejar. Suas terras, suas moradas, a ascendências de jovens senhoras (ou senhores) que atraíram o seu olhar. Deve se deixar medalhas e outras condecorações para outro momento.
Coloco apenas o meu título de posse do Mar da Tranquilidade, no lado escuro da Lua. Como consegui esse título? Bom, é uma história bem interessante…
E com isso meu personagem está pronto. Nem vou fazer uma ficha aqui.
Espero jogar esse jogo em breve e não cair bêbado no processo (até porque sou fraco para bebida).
E, feliz aniversário para mim!
quarta-feira, 12 de março de 2025
Mil Faces de um RPGista - Way of the Shinsei - Ikki
Jogo: Legend of the Five Rings First Edition
Autoria: John Wick
Editora: Alderac Entetainment Games
Experiência: MUITA! Mestrei muito e joguei muito esse sistema no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Livros usados: O básico e o suplemento Way of Shinsei.
Os monges de Rokugan sempre viveram vidas contemplativas separados da Ordem Celestial, esses homens e mulheres abdicaram de preocupações e desejos mundanos a fim de alcançar um maior entendimento do universo. Mas diante dos sofrimento dos camponeses causado pela guerra dos clãs, mesmo os mais elevados entre os monges não puderam mais se abster e passaram a agir. Alguns falam de visões de um grande mal surgindo ao sul e o retorno do maior inimigo do Império Esmeralda.
Bem-vindos ao décimo primeiro livro da série Way of the Clans. Dessa vez falaremos dos monges de Rokugan. Quase mil anos atrás um velhinho ensinou aos kami o caminho para derrotar Fu Leng. Suas palavras inspiradoras foram registradas no Tao de Shinsei e é a base da espiritualidade no Império Esmeralda. Agora eles deixam seus monastérios e se juntam a luta, seja pelos camponeses, seja contra as forças das Trevas e da Sombra.
Então, vamos fazer um monge!
Passo Um: Conceito. Vejo meu personagem como alguém que entrou para a ordem não por um chamado, mas por necessidade. Membro de uma família camponesa pobre, ele entrou na ordem para ser menos uma boca a alimentar em sua casa. Ter acesso a uma melhor educação e viajar pelo Império ampliaram os horizontes do pequeno Ikki. Em meio a guerra dos clãs ele viu o quanto as disputas dos samurais muitas vezes ignoravam o povo no meio do conflito. Ele hoje tenta mobilizar outros monges para ajudar os necessitados e por fim a essa guerra sem sentido. Afinal, qual o sentido da iluminação enquanto tantos sofrem ao nosso redor?
Beleza, gostei do conceito. Já dá pra trabalhar em cima disso.
Passo Dois:
O Templo das Sete Fortunas me dá um kiho extra na criação de personagem. O que são Kihos? Mais sobre isso em breve.
Ele também me dá uma Honra inicial de 2,5 e as skills: Atemi, Hand-to-Hand, History, Meditation, Shintao e uma perícia de Lore e uma perícia High quaisquer.
Passo Três: Gaste Pontos. Como (quase) sempre, eu tenho 25 pontinhos para distribuir. Vamos ver o que o Way of Shinsei me traz de interessante para começar. Com certeza eu quero Sage por 2 pontos para me dar 1k1 em testes de History e Lore. Shinsei’s Servant é legal (eu sou um dos servos diretos do descendente de Shinsei), mas acho que não faz muito sentido, da mesma forma eu acho Elemental Harmony interessante (Meus Anéis são considerados de valor mais alto para Kihos em um eleento específico), mas não sei se encaixa.. Nas desvantagens acho que Cast Out faz sentido, certos religiosos estão ficando incomodados com as falas de Ikki que devemos deixar a contemplação e partirmos para a ação e proteção dos mais fracos. Vou pegar no nível mais baixo (-3) e depois vejo se é o caso de aumentar.
Antes de continuar acho melhor escolher minha Lore e minha High Skill. Vamos dar uma olhada no livro básico e ver o que surge. Acho que o Lore que melhor encaixa é Ancestors e a High Skill é Sincerity. Mantendo a ideia dele aproveitar essa chance para estudar mais.
Quero aumentar alguns atributos. Aumento Intelligence e Awareness para 3 cada por um total de 16 pontos. E quero aumentar todas as skills em, pelo menos, um nível por mais sete pontos. Isso me deixa com uma sobra de três pontos.
Deixa eu ver se tem mais alguma desvantagem que me interesse no livro básico. Acho que Driven e Meddler se encaixam bem. Driven teria ligação com essa obstinação dele de proteger os camponeses e de esclarecer os outros monges a respeito da importância dessa proteção. E Meddler é que ele é intrometido, principalmente situações de injustiça. Isso me dá mais cinco pontos para gastar para um total de oito. Vou aumentar Agility para 3 e fechar Fogo para 3 também e com isso acabam meus pontos.
Passo Quatro: Kihos. Kihos são habilidades especiais dos monges. Diferente das magias dos Shugenja que convencem os kami a agirem conforme seus desejos, os kihos dos monges focam mais nos elementos dentro do próprio corpo e mente destes. São o equivalente a habilidades marciais místicas que vemos em filmes de kung-fu.
Normalmente eu teria três Kihos, mas como eu peguei o Templo das Sete Fortunas ganho um kiho a mais. Ótimo, como existem quatro tipos de Kihos eu vou pegar um de cada e aí aproveito pra explicá-los.
Primeiro vamos escolher um Mushin, um Kiho equivalente a um Kata praticado ostensivamente e é uma técnica aplicada com algum golpe marcial. Deixa eu ver aqui algum que se encaixe a proposta desse personagem. Rest, My Brother é um kiho de terra que me dá bônus em dados rolados e mantidos igual ao dobro do Shadowland Taint do meu alvo, o melhor disso é que faz isso canalizando o que resta de pureza naquele ser para enfrentar o Taint. Com certeza tem a ver com Ikki.
O segundo tipo de kiho é o Aiki, que são técnicas meditativas que dão ao monge uma defesa ou resistência a alguma coisa, normalmente a um custo. Vendo a lista, Self, No Self chamou minha atenção. É um kiho de vazio que permite ao monge recuperar todos seus Void Points em cinco minutos, mas fica incapaz de fazer raises por se sentir desconectado com o mundo.
O terceiro tipo são os Kharmic. Como você pode imaginar também são técnicas defensivas, mas um pouco mais diretas que o Aiki. O que eu quero se chama Ai Uchi e é um Kiho de fogo com o qual eu posso fazer um contra-ataque que acerta automaticamente contra qualquer oponente que me acerte em um ataque corpo a corpo.
O último tipo de kiho se chama Zanshin e eles são os mais esotéricos e estranhos. Aqui entre nós acho que eles são apenas os que eles não conseguiram encaixar nos outros três. Hehehe. Para Ikki eu escolhi Ancestral Guidance, um kiho de Void que permite a ele entrar em um transe onde ele pode direcionar perguntas aos elementos, aos ancestrais ou até às próprias fortunas e receber algumas respostas.
E isso termina a criação de Ikki, meu monge revoltado. Rs
__________________________________________________
Ikki
Bhotherhood of Shinsei
Temple of Seven Fortunes
Earth 2
Willpower 2
Stamina 2
Fire 3
Intelligence 3
Agility 3
Air 2
Awareness 3
Reflexes 2
Water 2
Perception 2
Strength 2
Void 3
Advantages: Sage (2)
Disadvantages: Cast Out (-3), Driven: Help Heimin (-3), Meddler (-2).
Skills: Atemi 2, Hand-to-Hand 2, History 2, Lore: Ancestors 2, Meditation 2, Shintao 2, Sincerity 2
Kihos: Rest, My Brother (Munshin Earth), Self, No Self (Aiki Void), Ai Uchi (Kharmic Fire), Ancestral Guidance (Zhanshin Void).
terça-feira, 11 de março de 2025
Leituras 2025 - Semana 10
Leituras 2025 - Semana 10
15 lidos
Lendo:
01 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 18%
02 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 94%
03 - Iberia by Night (RPG) - Phillipe R. Boulle (org.) - 15%
04 - Kobolds and Trenchcoats (RPG) - Jonathon Boyle - 83%
Contos, Poesias & Artigos*
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 24% (20)
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 26% (21)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
09 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.)
10 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook
11 - Knights of Underbed (RPG) - Bem Woerner
12 - Pandora: Total Destruction Preview Edition (RPG) - Todd Crapper
13 - Cordel do Reino do Sol Encantado EdEspecial (RPG) - Pedro Borges
14 - Survival of the Able Ashcan (RPG) - Jacob Wood
15 - World Wide Wrestling (RPG) - Nathan D. Paoletta
domingo, 9 de março de 2025
Mil Faces de um RPGista - Geist: The Sin-Eaters 2e - Miguel dos Anjos e O Acorrentado
Jogo: Geist: The Sin-Eaters 2nd edition.
Sistema: Storyteller system(não confundir com o storytelling system… ou será o contrário?)
Autoria: Travis Stout (org.)
Editora: Onyx Path Publishing
Experiência: Mestrei um arco de história em 2021 e quero mais.
Livros usados: Apenas o básico.
Já comentei aqui que o “Novo Mundo das Trevas” não me pegou de primeira. Eu sentia muito como uma re-invenção da roda e não me empolguei muito com nada… até conhecer Geist. Geist é mais ou menos o herdeiro espiritual (trocadilho não intencional) de Wraith: The Oblivion, um jogo que eu gosto muito apesar de ter mestrado pouco. Mas diferente de Wraith que foca em um sentimento de desespero e desamparo diante da finitude (quase a náusea sartreana), Geist tem um olhar mais esperançoso, focando em um tema de segundas-chances e em dar voz a quem nunca teve voz. O tema me capturou quando vi um gameplay do grupo Streampunks e foi só aí que dei uma chance ao universo de Chronicles of Darkness
Aqui você joga com um Sin-Eater, uma pessoa que morreu e enquanto estava do outro lado foi abordado por uma criatura que lhe ofereceu uma barganha. “Eu levo você de volta, se você me levar comigo”. Essa criatura é um Geist, um fantasma tão poderoso que esqueceu sua própria identidade. E memória e identidade são elementos chave nesse jogo.
Vamos fazer um Devorador de Pecados.
Passo Um: Conceito. Eu tive uma ideia para um personagem desde que li esse livro em 2023. Miguel dos Anjos era um dos muitos policiais militares do Rio de Janeiro, acostumado a entrar nas favelas cariocas com arma em punho e considerar qualquer morte “acidental” como “baixa de guerra”. Até que ele próprio foi uma baixa. Em uma situação no mínimo, estranha (talvez fogo amigo?). Ele não lembra muito do que presenciou no mundo dos mortos, mas lembra de suas vítimas. Cada uma delas tentando destruí-lo, roubar sua essência como um castigo pelo que fez em vida. Até que o Acorrentado o salvou e lhe ofereceu a Barganha. Voltar ao mundo dos vivos e tentar compensar cada uma das almas que ele matou, compensar o sofrimento que ele fez as famílias, lutar por justiça de verdade.
Acho um ótimo conceito.
Agora preciso definir três Aspirations, objetivos que meu personagem tem ou que eu tenho para meu personagem, duas de curto prazo e uma de longo prazo.
A de longo prazo eu quero que seja “Descobrir a verdade sobre minha morte”. Já as de curto prazo eu quero que sejam “Pedir perdão a alguém que eu matei injustamente” e “Ajudar a alma de uma de minhas vítimas”. Acho que o personagem vai girar muito em torno disso, inclusive.
Passo Dois: Atributos. O velho esquema de priorizar com 6/4/3. Acho que a sequência para Miguel é Físico, Social e Mental.
Physical: Strength 3, Dexterity 3, Stamina 3
Social: Presence 2, Manipulation 2, Composure 3
Mental: Intelligence 2, Wits 2, Resolve 3
Passo Três: Abilities. Aqui a priorização é 11/7/4 e estão divididas da mesma forma que os atributos. Acho que a distribuição é a mesma Físico, Social e Mental.
Physical: Athletics 1, Brawl 2, Drive 1, Firearms 2, Larceny 1, Stealth 2, Weaponry 2
Social: Intimidation 3, Streetwise 2, Subterfuge 2
Mental: Academics 2, Investigation 2.
Se eu puder vou aumentar mais algumas depois.
Passo Quatro: Specialties. Eu posso pegar 3 especialidades nas minhas habilidades. Quero Law para Academics, Crime Scene para Investigation e Immobilization para Brawl.
Passo Cinco: Template de Devorador de Pecados. Aqui que as coisas começam a ficar interessantes. Como dizia o tio Jack, vamos por partes:
Burden: Esse é o “splat” desse jogo. O que me motivou a voltar da morte. Acho que Miguel é perfeito para os Kindly, ele quer consertar o que ele fez.
Root and Bloom: Essas são minhas definições de personalidade. Root é a minha relação com os mortos e Bloom com os vivos. Como alguém que habita os dois mundos eu preciso equilibrar os dois. Root com certeza é Advocate. Miguel tenta ser uma voz para os que já partiram, principalmente para aqueles que ele tirou a vida e seu Bloom é Cowl, ele perdeu tudo com a vida que levava e com a morte, ele teme perder ainda mais, mas vai levar esse medo a quem o transformou em uma máquina de matar.
Touchstone: Um objeto ou uma pessoa que me conecta ao mundo dos vivos. Sei que é clichê, mas acho que o filho dele, João. Ele não tem uma boa relação com a mãe do menino por motivos de, bom, ele era um escroto, mas ele sempre quis ser um herói para o filho. Ele continua querendo, mas agora um outro tipo de herói.
Além disso eu começo com Sinergy 1 e três pontos para distribuir nos meus Haunts, os poderes que eu recebo pela minha conexão com um Geist. E os poderes desse jogo são muito legais e bem montados. Dois pontos desses pontos precisam ir para um Haunt que meu Burden tem afinidade. No meu caso esses são Dirge, Marionette e Shroud. Deixa eu dar uma lida pra ver quais se encaixam. Hummm… tanto Marionette (manipular objetos, animais e pessoas) quanto Shroud (meio que uma invisibilidade fantasmagórica) me interessam. Dirge, não. Vou colocar um em cada e deixar dois em Marionette pra manipular vários objetos ou animais de uma vez.
Eu também escolho uma chave ligada a forma como eu morri. A chave me permite aprimorar meus Haunts, por um preço. Acho que Key of Blood é a que melhor encaixa por representar uma morte por violência, premeditada ou não.
Por fim, eu começo com doze de Plasm (10+Synergy).
Passo Seis: Merits. Agora eu tenho 10 pontos de Merits. Nenhum dos que tem no livro do Geist me interessa, então vamos pegar o Chronicles of Darkness pra ver se tem algo que me interessa.
E aí eu encontro algo perfeito. Police Tactics. Técnicas usadas pela polícia para imobilizar e desarmar rapidamente oponentes. Obviamente Miguel aprendeu isso em seu tempo na polícia. Eu até poderia pegar outros Merits desse tipo, mas acho que não faz tanto sentido para quem o personagem se tornou ao voltar da morte.
Voltando ao livro do Geist eu encontro um merit que tinha me passado despercebido. Reconcilier, basicamente é mais fácil segundo as regras doidas de “portas” do CoD para mim quando eu faço Manobras Sociais que envolvem corrigir um erro ou propor uma conciliação. Eu ainda recupero pontos de Willpower quando tenho sucesso com isso pela minha Barganha ser Kindly. Vou colocar dois pontos nesse.
Acho que vou gastar meus últimos cinco pontos para aumenar minha Sinergia para 2. Aumentando o meu contato com meu Geist.
Passo Sete: Vantagens. Que deveriam se chamar atributos derivados porque é o que eles são.
Defense é o menor entre Dex ou Wits + Athletics = 3
Size = 5
Health é Size + Stamina = 8
Willpower é Resolve + Composure = 6
Initiative é Dexterity + Composure = 6
Speed é Strength + Dexterity = 6
Passo Oito: Montando o Geist. Agora vamos montar meu Geist. Pra começar eu imagino O Acorrentado como um fantasma de um homem negro, vendado e acorrentado. Ele está vestido em roupas simples e flutua no ar. Tanto suas roupas quanto correntes parecem se mover como se ele estivesse debaixo d’água. Eu o vejo como o espírito de um escravo que foi jogado pra fora de um navio negreiro. Essa seria a ideia que eu daria ao mestre de jogo caso fosse usar esse personagem, mas talvez o mestre tenha uma ideia mais sombria sobre a história por trás dele.
Porque esse é um dos pontos interessantes desse jogo. Com o passar do tempo você vai descobrindo e se conectando com seu geist. Descobrindo a história que ele esqueceu ao beber dos rios do submundo para conseguir seu poder. E talvez resolvendo o que foi deixado inacabado.
Eu escolho apenas a Rememberance, Uma memória forte que eu tenho a partir da minha conexão. Acho que seria a lembrança de bater na água fria, sem conseguir me mover, a água entrando pelos meus pulmões enquanto tento voltar a superfície em busca e ar…
Passo Nove: Atritbutos de Lembrança (Rememberance Traits). Eu tenho uma perícia ou mérito que eu posso acessar a partir da minha conexão com o Acorrentado.
Sinceramente acho esquisito isso estar no início da criação do Geist. Então volto aqui depois.
Voltei. Acho que Survival é uma boa perícia para representar as lembranças do Acorrentado, então vamos deixar assim.
Passo Dez: Atributos do Geist. Um Geist, como muitos NPCs no CoD, tem apenas três atributos: Power, Finesse e Resistance. Eu tenho 12 pontos para distribuir sendo que já começo com um em cada. Acho que o Acorrentado tem mais Power e Resitance do que Finesse, então deixo-o com os valores finais Power 6, Finesse 3 e Resistance 6.
Passo Onze: Virtue e Vice do Geist. Geists têm Virtudes e Vícios como mortais e fantasmas. A Virtude do Acorrentado pode ser Compaixão e o Vício é Implacável. Ele sempre estará pronto a acolher os que precisam e os arrependidos (como o próprio Miguel), mas não perdoa aqueles que ferem estes.
Passo Doze: Gatilho de Crise. Cada Geist tem uma situação que a coloca em crise e o faz agir de forma extrema. O Acorrentado tem como Gatilho Injustiça. Sempre que ele está diante de alguém sendo tratado de forma errônea ou sofrendo uma violência, ele instigará Miguel a agir a respeito.
Passo Treze: Características Efêmeras. Meu Geist começa no Rank 1 e eu preciso decidir um Ban, um Bane e uma Chave Inata vinda dele. Ban é um objeto ou som ou evento que afasta o geist. Bane é um objeto que pode afetar o Geist como se ele fosse material e pode ser usado como arma contra ele. Por fim, a Chave é uma mecânica que aumenta o poder dos Haunts do Sin-Eater por um preço e tem possível conexão de como o Geist morreu.
O Ban do Acorrentado é o cheiro do mar.
O Bane são correntes.
A Chave Inata é a Key of Deep Waters, que é ligada a mortes por sufocamento ou, o mais provável no caso do Acorrentado, afogamento.
Passo Quatorze: Vantagens (Ou Atributos Secundários) do Geist.
Defense é o menor entre Power e Finesse, ou seja, é 3.
Size é 5
Initiative é Finesse + Resistance = 15
Speed é Power + Finesse = 10
E, finalmente, é isso! Miguel e o Acorrentado estão prontos para levar justiça aos vivos e aos mortos nas noites cariocas.
_________________________________________________________
Miguel dos Anjos
Geist: O Acorrentado
Root Advocate.
Bloom: Cowl
Burden: Kindly
Attributes:
Physical: Strength 3, Dexterity 3, Stamina 3
Social: Presence 2, Manipulation 2, Composure 3
Mental: Intelligence 2, Wits 2, Resolve 3
Abilities:
Physical: Athletics 1, Brawl (Immobilization) 2, Drive 1, Firearms 2, Larceny 1, Stealth 2, Weaponry 2
Social: Intimidation 3, Streetwise 2, Subterfuge 2
Mental: Academics (Law) 2, Investigation (Crime Scene) 2.
Touchstone: João, seu filho.
Aspirations:
“Descobrir a verdade sobre minha morte”.
“Pedir perdão a alguém que eu matei injustamente”
“Ajudar a alma de uma de minhas vítimas”
Merits: Police Tactics, Reconcilier
Haunts: Marionette 2, Shroud 1.
Keys: Key of Blood
Defense 3
Size 5
Health 8
Willpower 6
Initiative 6
Speed 6
Synergy 2
Plasm 12
O Acorrentado
Virtue: Compassion
Vice: Implacable
Ban: cheiro do mar.
Bane: correntes.
Trigger: Injustice.
Attributes:
Power 6, Finesse 3 e Resistance 6.
Rememberance Traits: Survival
Innate Key: Key of Deep Waters
Defense 3.
Size 5
Initiative 15
Speed 10
Power 6, Finesse 3 e Resistance 6.
Rememberance Traits: Survival
Innate Key: Key of Deep Waters
Defense 3.
Size 5
Initiative 15
Speed 10
segunda-feira, 3 de março de 2025
Leituras 2025 - Semana 09
Leituras 2025 - Semana 09
13 lidos
Lendo:
01 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 18%
02 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 76%
03 - World Wide Wrestling (RPG) - Nathan D. Paoletta - 30%
04 - Survival of the Able Ashcan (RPG) - Jacob Wood - 70%
Contos, Poesias & Artigos*
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 21% (20)
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 26% (21)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
09 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.)
10 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook
11 - Knights of Underbed (RPG) - Bem Woerner
12 - Pandora: Total Destruction Preview Edition (RPG) - Todd Crapper
13 - Cordel do Reino do Sol Encantado EdEspecial (RPG) - Pedro Borges
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
09 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.)
10 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook
11 - Knights of Underbed (RPG) - Bem Woerner
12 - Pandora: Total Destruction Preview Edition (RPG) - Todd Crapper
13 - Cordel do Reino do Sol Encantado EdEspecial (RPG) - Pedro Borges
sábado, 1 de março de 2025
Mil Faces de um RPGista - Solaria Playtest
Jogo: Solaria Playtest
Sistema: Fate Core adaptado.
Autoria: Luíza “Luluzinha” Ferreira e Mario “Ozymandias” Lima
Editora: IndieVisível Press
Experiência: Com esse jogo, nenhuma. Com o sistema Fate, alguma e conheço razoavelmente bem o gênero de ficção científica em que ele se baseia.
Livros usados: Só o pdf que foi liberado pelos autores.
Nos últimos anos eu encontrei e comecei a acompanhar vários criadores de conteúdo de rpg aqui do Brasil e lá de fora. Fico feliz de ver o que a nova geração de rpgistas está trazendo para a mesa. Uma dessas criadoras que encontrei foi a “Luluzinha” como ela se chama no seu canal do youtube. Gostei das análises e dos comentários dela, ainda estou pra ver os gameplays, principalmente deste jogo que ela criou. Quando vi um vídeo dela falando de um jogo com temática solarpunk eu corri para pegar o Playtest pra ler.
E o que é solarpunk, alguns podem estar se perguntando. É um gênero da ficção científica que assim como o cyberpunk traz uma crítica social ao nosso momento histórico e nossas questões sociais. A diferença deste para o cyberpunk (o que faz muita gente criticar dizendo que ele não é tão “punk” assim) é uma posição mais otimista e esperançosa a respeito do futuro. Não chega a ser uma ficção “poliana”, apesar de alguns autores do gênero poderem ter esse nível de açucaramento em suas histórias, mas tem uma posição de entender que temos questões a se lidar e criar formas de como podemos ou poderemos lidar em um futuro e quais novas questões podem advir disso. Em resumo, é isso.
Ah! Mas porque “solar”, Sandro? Porque um dos aspectos otimistas desse gênero é justamente o foco em tecnologias verdes e sustentáveis como a energia solar, eólica, etc.
Solaria é um cenário para o sistema FATE que traz exatamente esses aspectos. Os jogadores são pessoas que lutam pelos direitos das pessoas, como definido no próprio pdf de playtest. Seja em uma Fazenda, seja na academia para Solares (uma espécie de elite acadêmica pelo que entendi) e isso envolve criar novas soluções para velhos problemas como discriminação, desigualdade social, desastres climáticos, etc. Imagino que um jogo desse cenário seja mais voltado para intrigas políticas e criação de invenções do que combate, então não é um jogo para qualquer pessoa.
Mas, vamos fazer uma pessoa solar.
Passo Um: Aspectos. Em geral eu começo com um conceito, mas como isso se relaciona com os Aspectos, vamos fazer tudo junto. Eu quero uma personagem com o otimismo proposto pelo cenário e com uma certa inspiração na criadora deste. Vou chamá-la de Luna (sacaram a brincadeira?). Eu vejo Luna como uma cientista, uma resolvedora de problemas. Seu Aspecto Principal deve refletir isso e talvez alguma especialidade científica? Olhando a lista de habilidades acho que não vou precisar da especificidade, então acho que um bom Aspecto principal pode ser “Inventora que Resolve Problemas Pensando Fora da Caixa”.
Como seu Aspecto Problema posso pegar aqui a questão do otimismo exacerbado e dizer que ela “Sempre há algo de bom em todo mundo”. Isso pode ser positivo para tentar transformar inimigos em aliados, mas também representa uma certa inocência dela diante das pessoas.
Eu vou pular o Aspecto de Vínculo porque esse me ligaria ao personagem de outros jogadores e aqui sou apenas eu. Se um dia colocar Luna em uma mesa eu penso nisso.
E agora eu tenho dois Aspectos Livres que eu também poderia deixar em branco para serem preenchidos nas primeiras sessões, mas quero fazer pelo menos um deles.
“Todo Problema tem Solução” é ótimo pra representar o otimismo e a perseverança dessa personagem. Acho que vou parar por aqui e se surgir uma outra ideia para outro Aspecto eu volto aqui.
Pensei em outro quase no final: “Uma Ferramenta para Cada Situação”, para representar que Luna sempre está preparada com alguma coisa para tentar resolver os problemas ao seu reador.
Passo Dois: Habilidades. Aqui temos a tradicional escadinha de habilidades do FATE Core com uma lista de 18 habilidades. Dessas vou pegar uma como Ótima (+4), duas como Boas (+3), três como Razoáveis (+2), quatro como Regulares (+1) e as outras oito ficam como Comuns (+0).
Eu quero Tecnologia como Ótima, e Conhecimento como Boa. A outra Boa eu quero Empatia. Luna tem um jeito de se conectar com os outros. Cada vez mais vejo essa personagem transformando inimigos em amigos (mas não necessariamente em aliados).
Para Razoáveis eu quero Construir, Observar e Recursos, e as Regulares podem ser Herbalismo, Lidar com Animais, Medicina e Vontade. Isso deixa Atirar, Enganar, Esconder, Ginástica, Lábia, Liderar, Lutar e Vigor como Comuns.
Passo Três: Especializações. Isso meio que substitui os Stunts do FATE original. Basicamente eu escolho um arquétipo e ele já me dá uma série de habilidades especiais. Gosto dessa mecânica, facilita bastante.
Para Luna (preciso pensar em um sobrenome antes de terminar), acho que Inventora é perfeito. Isso me dá um bônus de +2 em Construir, me permite sempre ter uma bugiganga para cada emergência, copiar equipamentos que eu já tenha visto e me dá um bônus em Tecnologia para hackear ou controlar máquinas. Perfeito!
Passo Quatro: Toques Finais. Eu começo com 3 Pontos de Aprendizado (FATE points, mas um pouquinho diferentes) e três tanto de Saúde Física quanto Mental (uma versão simplificada do sistema de dano do FATE, ótima para novos jogadores).
Agora só um pouco de história.
Luna Boa Vista nasceu em Terra Vasta e desde muito pequena demonstrou uma incrível habilidade com máquinas e robôs. Pessoas são fascinantes para ela, quase como uma antropóloga de Marte e ela busca entender as relações humanas de uma forma analítica. Acima de tudo ela gosta de ver as pessoas felizes e não entende como em uma sociedade em que todos tem acesso ao que precisam ainda existam pessoas que sintam necessidade de ter mais do que os outros. Talvez elas só precisem que uma melhor explicação?
E é isso. Luna Boa Vista está pronta para criar soluções para um mundo melhor.
________________________________________________
Luna Boa Vista
Aspectos:
Principal: “Inventora que Resolve Problemas Pensando Fora da Caixa”.
Problema: “Sempre há algo de bom em todo mundo”
Vínculo: ???
“Todo Problema tem Solução”
“Uma Ferramenta para Cada Situação”
Habilidades:
Ótima (+4): Tecnologia
Boa (+3): Conhecimento e Empatia.
Razoáveis (+2): Construir, Observar e Recursos
Regulares (+1) Herbalismo, Lidar com Animais, Medicina e Vontade
Comuns (+0): Atirar, Enganar, Esconder, Ginástica, Lábia, Liderar, Lutar e Vigor
Especialização: Inventora
Pontos de Aprendizado: 3
Principal: “Inventora que Resolve Problemas Pensando Fora da Caixa”.
Problema: “Sempre há algo de bom em todo mundo”
Vínculo: ???
“Todo Problema tem Solução”
“Uma Ferramenta para Cada Situação”
Habilidades:
Ótima (+4): Tecnologia
Boa (+3): Conhecimento e Empatia.
Razoáveis (+2): Construir, Observar e Recursos
Regulares (+1) Herbalismo, Lidar com Animais, Medicina e Vontade
Comuns (+0): Atirar, Enganar, Esconder, Ginástica, Lábia, Liderar, Lutar e Vigor
Especialização: Inventora
Pontos de Aprendizado: 3
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Leituras 2025 - Semana 08
Leituras 2025 - Semana 08
12 lidos
Lendo:
01 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 18%
02 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 61%
03 - World Wide Wrestling (RPG) - Nathan D. Paoletta - 11%
04 - Survival of the Able Ashcan (RPG) - Jacob Wood - 30%
05 - Cordel do Reino do Sol Encantado EdEspecial (RPG) - Pedro Borges 30%
Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 22% (22)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
09 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.)
10 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook
11 - Knights of Underbed (RPG) - Bem Woerner
12 - Pandora: Total Destruction Preview Edition (RPG) - Todd Crapper
12 lidos
Lendo:
01 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 18%
02 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 61%
03 - World Wide Wrestling (RPG) - Nathan D. Paoletta - 11%
04 - Survival of the Able Ashcan (RPG) - Jacob Wood - 30%
05 - Cordel do Reino do Sol Encantado EdEspecial (RPG) - Pedro Borges 30%
Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 22% (22)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
09 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.)
10 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook
11 - Knights of Underbed (RPG) - Bem Woerner
12 - Pandora: Total Destruction Preview Edition (RPG) - Todd Crapper
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Mil Faces de um RPGista - Way of the Wolf - Mizu
Jogo: Legend of the Five Rings First Edition
Autoria: John Wick
Editora: Alderac Entetainment Games
Experiência: MUITA! Mestrei muito e joguei muito esse sistema no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Livros usados: O básico e o suplemento Way of the Wolf, talvez pegue alguma coisa de outros livros.
Rou-nin. O povo onda. Samurais sem mestre. Um paradoxo em si. Ainda assim, conforme a Guerra dos Clãs avança, mais e mais desses guerreiros sem clã se espalham pelo Império Esmeralda. Sejam os decadentes membros da família Akodo, extirpados de seu nome por dois erros fatais de seu campeão. Sejam os remanescentes do traidor clã do Escorpião, que foram exilados para as Areias Escaldantes ao norte, mas cujos muitos membros permanecem nas sombras, seu habitat natural. Sejam apenas homens e mulheres que perderam tudo na guerra e agora só tem uma espada e uma barriga vazia. Em meio a esse cenário, uma nova força se levanta, unindo todos esses desgarrados sob a bandeira do lobo e do nome do campeão desgraçado Toturi. Qual destino esses simples mortais podem ter no futuro de Rokugan?
O cenário acima descreve muito da situação dos ronins na segunda edição de Legend of the Five Rings, quando saiu o livro que vou explorar hoje. Continuando a mini-série de personagens de L5R baseados nos livros do “way of the clans”, chegamos ao décimo personagem com Way of the Wolf que fala desses samurais sem mestre, mas não necessariamente sem honra. E é importante lembrar que em Rokugan, a Honra é mais afiada do que a Espada.
Então, vamos fazer uma ronin.
Passo Um: Conceito. Estava sem ideias para essa personagem quando lembrei dessa reportagem sobre um grupo de mulheres que libertavam escravas sexuais do estado isâmico (e acho que de outros grupos, também) e recrutavam algumas destas pra continuar a luta. Então imaginei uma região cujos homens camponeses foram todos ou convocados como ashigaru (soldados camponeses) ou mortos para não se tornarem ashigaru. Mesmo Rokugan tendo uma proposta mais igualitária na questão de gênero do que o Japão feudal, imagino que os homens ainda seriam vistos como soldados mais fortes… o que é um grande erro. Um desses vilarejos, as mulheres se cansam de ser atacadas por bandos de ronins e decidem se organizar e se defender. Talvez com a ajuda de uma samurai-ko. Mizu, minha personagem, seria uma camponesa nesse vilarejo. Após descerem o sarrafo nos bandidos ela e outras mulheres guerreiras começaram a viajar por outros vilarejos para ensinar outras camponesas a lutar e se defender. Isso daria até uma ótima campanha, um “Sete Samurais” só de mulheres.
Passo Dois: Clã, Família e Escola. Sem clã! Sem família! A segunda edição de L5R e o Way of the Wolf introduziram as escolas ronin que só tem um rank, mas para essa personagem vou abrir mão disso. Talvez quando ela subir de rank. Agora ela começa com Bad Reputation: Ronin, 45 pontos de personagem em vez de 25, Hunting mais seis skills iniciais e Honra 2,5. Acho que posso fazer algo com isso.
Passo Três: Distribua os Pontos. Só que dessa vez eu tenho 45 em vez de 25 para distribuir. Isso é o que recebo mecanicamente em vez de dois bônus em atributos e uma técnica. Primeiro deixa eu pegar minhas skills iniciais. Athletics, Stealth, Weaponsmith, Herbalism, Hand-to-Hand Combat, Defense. Não acho correto ela começar com Kenjutsu, mas certamente pagarei pontos para isso. Antes, vantagens e desvantagens.
Eu sei que eu quero Large e Crab Hands (do Way of the Crab), acho que Mizu é uma mulher grande para os padrões Rokugani (o que a coloca com algo em torno de 1,75m de altura) e tem uma habilidade natural em combate. Também quero que ela tenha pelo menos dois níveis de Strength of Earth e quero Provincial Hero do way of the wolf. O bando de Mizu já está começando a ficar famoso, mesmo que apenas de uma forma local, por enquanto.
Passando pelas desvantagens eu fico pensando na personalidade que eu quero para Mizu. Vejo ela como uma “mãezona” das outras mulheres do grupo, então pego Gullible e gostei de Heimin do Way of the Wolf. Acho que encaixa bem.
Ao todo gastei seis pontos, o que me deixa ainda com 40 para gastar.
Sei que eu quero aumentar a força dela ao menos para 3, o que me custa outros oito pontos. Deixa eu ver se tem mais algum atributo que eu queira aumentar… Sim! Quero gastar mais dezesseis para aumentar tanto Willpower quanto Stamina para 3 e deixá-la com Earth 3 também. O que me deixa com 24 pontos.
Vamos para perícias. Quero aumentar todas as que eu peguei em um ponto menos Weaponsmith. Também quero Yarijutsu 2. Isso vai me custar um total de mais oito pontos, me deixando com 16.
Aumento Strength para 4 por mais oito e com os últimos 8 vou aumentar Hunting, Defense e Hand-to-Hand Combat e pegar mais um nível de Strength of the Earth. O último ponto eu quero um nível de Ikebana (do Way of the Crane), apesar de não ter ainda tanta técnica, Mizu tem uma percepção de como fazer arranjos de flores e é algo que acalma sua alma.
O que Mizu não tem em técnica ela esbanja em força bruta e resistência.
Anoto a Honra Inicial de 2,5 e a Glória inicial de 0,0 (graças ao fato dela ser Heimin) e pego meu equipamento de ronin (tão bom ter isso em um pacote).
Mizu está pronta para viajar pelos vilarejos de Rokugan defendendo mulheres, crianças, idosos e enfermos de aproveitadores e bandidos, já que os samurais não fazem o seu dever.
______________________________________________________
Mizu
True Ronin
Earth 3
Stamina 3
Willpower 3
Fire 2
Agility 2
Intelligence 2
Air 2
Reflexes 2
Awareness 2
Water 2
Strength 4
Perception 2
Void 2
Advantages: Crab Hands (6), Large (2), Provincial Hero, Strength of the Earth x3 (8)
Disadvantages: Bad Reputation: Ronin (0), Soft-Hearted (2)
Skills: Athletics 3, Defense 3, Hand-to-Hand 3, Herbalism 2, Hunting 3, Ikebana 1, Stealth 2, Weaponsmith 1, Yarijutsu 2
Honor 2,5
Glory 1,0
Insight 130
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Leituras 2025 - Semana 07
Leituras 2025 - Semana 07
11 lidos
Lendo:
01 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 14%
02 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 39%
03 - Pandora: Total Destruction Preview Edition (RPG) - Todd Crapper - 46%
Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 22% (22)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
09 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.)
10 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook
11 - Knights of Underbed (RPG) - Bem Woerner
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Mil Faces de um RPGista - Adventure! - Henriqueta Trás-os-Montes
Jogo: Adventure! - Tales from the Aeon Society
Sistema: Storytelling adaptado.
Autoria: Warren Ellis (org.)
Editora: White Wolf Publishing
Experiência: Nenhuma. Só li o livro básico bem por alto uns anos atrás, mas conheço um tanto do gênero utilizado como base.
Livros usados: Só o básico.
Adventure! É o terceiro e final módulo da série iniciada em Trinity de rpgs com uma pegada “supers” que a White Wolf lançou no final dos anos 90. Enquanto Trinity explorava os gêneros da ficção científica com pessoas munidas de incríveis poderes psíquicos e Aberrant trazia um novo olhar para o batido universo “four-colour” dos super...-heróis(??), Adventure! foca mais nos heróis Pulp dos anos 20 (leia-se 1920 e não os atuais anos 20 de 2020 rs). Com heróis como Indiana Jones, Mandrake, Flash Gordon, Fantasma e outros como inspiração.
Aliás, esse termo Inspiração vai aparecer muito aqui por ser a base de muitos dos poderes desse jogo, apesar de que os heróis aqui (se é que podemos chamá-los assim) não são poderosos assim. O jogo também traz o início da Sociedade Aeon que terá papel crucial tanto no cenário de Aberrant quanto de Trinity.
Eu li o livro bem por alto e muitos anos atrás, quando eu tinha outra cabeça. A ideia era dar mais uma lida antes de fazer um personagem para cá, mas já que ele foi sorteado vamos assim mesmo e se depois eu pegar pra ler mais a fundo e achar que merece um novo personagem assim o farei.
Por ora, vamos fazer uma Inspirada.
Fase Um: Genesis. Assim como em Aberrant e depois nos livros do Chronicles of Darkness primeiro fazemos o personagem como um humano normal e depois aplicamos um template.
Passo Um: Conceito. Estou com três ideias para esse jogo. Mas como quero focar nos Inspirados, uma delas não se aplica e não sei se a segunda vai ficar legal, então vamos ficar com a terceira. Pensei em uma versão de Indiana Jones ou, melhor, de Lara Crof. Imagino minha personagem como uma professora de alguma faculdade especializada em história antiga que busca o conhecimento de artefatos estranhos que é uma das molas propulsoras do cenário. Depois ela irá se tornar uma aventureira, mas por ora vamos torná-la apenas uma Professora em Arqueologia como conceito. Eu agora preciso escolher Origin, Nature e Allegiance para ela. Obviamente sua Origin é Academic e sua Nature Explorer e como Allegieance acho que vou ficar com a Aeon Society of Gentlemen mesmo, apesar dela atuar ali meio como consultora, meio como freelance. Seu nome é Henriqueta Trás-os-Montes, sim ela é portuguesa, não eu não vou fazer sotaque português se um dia jogar com ela, e imagino muita confusão com os anglófonos ao chamá-la de Henry e num primeiro momento pensar se tratar de um homem.
Passo Dois: Atributos. O velho esquema de priorizar e distribuir 6/4/3 pontos em cada grupo. Com certeza Mental é primário para ela, com Físico como secundário e Social como Terciário. Distribuo os pontos assim:
Physical: Strength 2, Dexterity 3, Stamina 3.
Social: Charisma 2, Manipulation 2, Appearence 2
Mental: Perception 3, Intellingence 4, Wits 2
Talvez aumente alguma coisa depois.
Passo Três: Habilidades. Agora tenho 23 pontos pra pegar Abilities, sem agrupamentos. Fica assim: Archery 1, Brawl 1, Athletics 1, Legerdemain 1, Stealth 1, Awareness 1, Investigation 2, Academics 3, Linguistics 3, Medicine 1, Science 1, Survival 1, Drive 1, Pilot 1, Intimidation 1, Subterfuge 1, Command 1,Rapport 1.
Basicamente botei um em cada habilidade que eu queria e os pontos que sobraram coloqueis nas que eu achava mais interessantes para Henriqueta. Com certeza voltarei aqui para aumentar algumas coisas.
Passo Quatro: Backgrounds. Tenho 6 pontos para distribuir aqui. Eu quero Influence 3 com a opção de ser reconhecida em minha área de pesquisa em Arqueologia comparada. Olhando a lista acho que só Resources se aplicam agora. Parece que Henriqueta veio de uma família abastada e, por isso, conseguiu ter acesso a um grau de educação e oportunidades não muito comuns para mulheres dos anos 1920.
Passo Cinco: Toques Finais da Fase Um. Eu registro meu Willpower 3, Inspiration 0, Iniciativa 5 (Wits+Dex) e Movimento 4/14/26 e gasto meus 15 pontos de bônus. No momento eu não posso comprar Inspiração ainda então vou gastar com algumas habilidades. Tem muitas que eu quero aumentar, mas por hora fico com colocar mais um ponto em Athletics 2, Stealth 2, Investigation 3, Academics 4, Science 2, Survival 2, gastando um total de 12 dos meus 15. Aumento Willpower para 4 e aumento minha Iniciativa para 6 e pronto.
Fase Dois: Transformation. Agora vamos para a parte divertida.
Passo Um: Inspiração. Eu finalmente ganho um ponto de Inspiration e preciso escolher o tipo de transformação que eu tive: heróica, psíquica ou dinâmica. Basicamente eu escolho se eu sou uma proto-psion (psíquica), uma proto-nova/aberrat (dinâmica) ou uma daredevil (heróica). Com o conceito da minha persongam vou ficar com heróica mesmo e fazê-la uma aventureira bem no estilo pulp.
Passo Dois: Defina sua Inspiração. Agora eu escolho a faceta primária da minha inspiração… e o que é isso? Não lembro. Existem três tipos de Inspiração: Intuitiva, Reflexiva e Destrutiva, cada ponto em Inspiração aumenta um dos três tipos o que me dá uns bônus específicos para cada tipo. Eu não vejo Henriqueta como destrutiva, mas não consigo me decidir se ela é mais Intuitiva ou Reflexiva. Dei uma olhada aqui e não faz diferença com qual você começou, então como pretendo aumentar a Inspiração no próximo passo em, pelo menos, um ponto vou manter os dois tipos e depois decido quanto ela vai ter de cada.
Passo Três: Pontos de Transformação. Agora eu tenho treze pontos de transformação para distribuir para comprar, entre outras coisas, meus knacks, os poderes desse jogo. Dou uma olhada nos Heroics que são os que eu posso pegar e gostei de alguns, só que eu não lembrava que eles tinham pré-requisitos e os mais interessantes demandas habilidades e perícias que ela não tem (ainda), então já vou gastar dois pontos para ganhar 2 em pontos em Atributos (Charisma e Wits) e 5 em habilidades (Brawl, Drive, Awareness, Intimidation e Subterfuge). Agora, voltando aos knacks, eu quero Instant Expert, Perfect Poise, Resilient e Steely Gaze. Isso tudo me custou 10 dos meus treze pontos. Com os últimos três eu quero aumentar Inspiration para 2 e Willpower para 8.
Prontinho! Henriqueta Trás-os-Montes está pronta para investigar sítios arqueológicos coleções clandestinas atrás de artefatos munidos da misteriosa energia telúrica.
__________________________________________________________-
Henriqueta Trás-os-Montes
Nature: Explorer
Allegiance: Aeon Society of Gentlemen
Origin: Academic
Attributes.
Physical: Strength 2, Dexterity 3, Stamina 3.
Social: Charisma 3, Manipulation 2, Appearence 2
Mental: Perception 3, Intellingence 4, Wits 3
Abilities: Archery 1, Brawl 2, Athletics 2, Legerdemain 1, Stealth 1, Awareness 2, Investigation 2, Academics 4, Linguistics 3, Medicine 1, Science 2, Survival 2, Drive 2, Pilot 1, Intimidation 2, Subterfuge 2, Command 1,Rapport 1.
Backgrounds: Influence 3, Resources 3
Willpower 8
Inspiration 2
Iniciativa 7
Movement 4/14/26
Knacks: Instant Expert, Perfect Poise, Resilient e Steely Gaze.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Leituras 2025 - Semana 06
Leituras 2025 - Semana 06
10 lidos
Lendo:
01 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 09%
02 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 23%
03 - Knights of Underbed (RPG) - Bem Woerner - 02%
04 - Pandora: Total Destruction Preview Edition (RPG) - Todd Crapper - 08%
Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 22% (22)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
09 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.)
10 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025
Mil Faces de um RPGista - SIWWTH - Criatura nas Paredes
Jogo: Something Is Wrong With This House
Autoria: Anna Landin & Jonah Baumann
Editora: Auto-publicado mas pode ser encontrado com outras obras da autora em https://annalandin.itch.io/
Experiência: Mestrei uma sessão no Halloween de 2024 e, por isso, resolvi puxar ele pra cima na fila do projeto.
Livros usados: Só o básico. Existe um suplemento chamado Ghost Hunt que eu ainda não li, talvez faça um novo personagem depois de ler.
O típico cenário de um filme de terror. Uma família se muda para uma casa nova. A habitação tem seus problemas, mas com um tanto de trabalho e muita dedicação pode se tornar um lar… exceto que ela já é um lar, para criaturas da noite que vivem na escuridão da casa. Os jogadores são essas criaturas e tentam espantar a família antes que a noite acabe. O jogo se passa em turnos que representam partes da noite nos quais os seres macabros tentam assustar cada um dos membros da família antes do raiar do dia.
Vamos fazer uma criatura da noite.
Passo Um: Escolha uma Criatura. O primeiro passo é escolher o tipo de criatura com a qual eu quero jogar. Tem opções como Boneca Assombrada, Cão do Inferno, Demônio, Espectro, Poltergeist e a minha escolha: A Criatura de Dentro das Paredes. A fúria de um espírito invisível. Eu ganho uma habilidade que me permite assustar dois membros de uma família em uma mesma cena.
Passo Dois: Por Que Você Está Aqui? Eu escolho uma das opções oferecidas ou crio uma própria. Eu vou pegar a letra a. Você foi abandonado neste lugar muitos anos atrás e fez deste lugar seu lar.
Passo Três: Essa é Nossa Casa. Esse é um passo que seria feito em grupo, para decidir as características da casa. Cada pergunta tem uma lista de opções, mas também pode ser construída em grupo algo novo.
- Que tipo de casa é?
a) Uma casa no subúrbio.
- O que está errado aqui?
a) Um assassinato terrível foi cometido aqui.
- Nomeie uma característica.
c) Lugares secretos por onde rastejar.
A casa foi usada como cativeiro de um sequestro e meu personagem, quando vivo, ficou preso lá. Os sequestradores ou receberam a grana, ou foram presos, ou mortos pelos outros habitantes da casa e meu personagem foi esquecido e morreu de fome e sede e seu espírito ficou preso nas paredes da casa.
Passo Quatro: Os Residentes. Eu responderia uma série de perguntas para falar das minhas conexões com os outros residentes da casa, mas como sou apenas eu vou pular essa parte.
E, bom, é isso. É um sistema simples. Acho que poderia ser ainda mais simples. Não gostei do sistema de “dano” que acabou atrasando o jogo quando o mestrei.
Quero mestrar de novo, talvez com alguma modificação sobre isso ou usando o suplemento que citei acima.
_____________________________________________________
Creature in the Walls
Why are you here?
a) You were abandoned on these premises many years ago. You made yourself at home.
Ability: Omnipresence.
This is our House
- what kind of House is it?
a)suburban home
- what is wrong here?
a)gruesome murder
- Name one Feature
c)secret crawlspaces
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
Leituras 2025 - Semana 05
Leituras 2025 - Semana 05
08 lidos
Lendo:
01 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.) - 78%
02 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 07%
03 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 14%
04 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook - 52%
Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 22% (22)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
08 lidos
Lendo:
01 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.) - 78%
02 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 07%
03 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 14%
04 - Planescape: Guia do Jogador para os Planos (RPG) - David "Zeb" Cook - 52%
Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 22% (22)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
Mil Faces de um RPGista - Way of the Minor Clans - Kaito
Jogo: Legend of the Five Rings First Edition
Autoria: John Wick
Editora: Alderac Entetainment Games
Experiência: MUITA! Mestrei muito e joguei muito esse sistema no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Livros usados: O básico e o suplemento Way of the Minor Clans.
Apesar do poder e influência que os Grandes Clãs exercem em Rokugan, eles não são os únicos clãs no Império Esmeralda. Ao longo dos séculos algumas pessoas fizeram feitos tão grandiosos pelo próprio Império ou pelo Imperador que este lhes concedeu o direito de ter seu próprio clã. Muitos pereceram e foram esquecidos, mas existem aqueles que perduraram e tem um papel, mesmo que pequeno, na história e nas disputas políticas de Rokugan.
Então, vamos fazer um samurai de um clã menor.
Passo Um: Conceito. O livro traz os nove clãs menores ativos durante a Guerra dos Clãs (Louva-a-Deus, Raposa, Libélula, Pardal, Texugo, Centopeia, Falcão, Tartaruga e Vespa), e um capítulo sobre os clãs perdidos, incluindo informações sobre três (Javali, Coelho e Serpente). Então eu vou rolar 1d10 pra sortear de qual clã vou fazer meu personagem e se tirar dez sorteio um dos três perdidos. Tirei oito. Tartaruga. Deixa eu reler a história deles aqui que eu não lembro.
Eita! Vamos lá. Como explico isso rápido. Uns 500 anos atrás Rokugan foi invadida por uma frota de Gaijins que resultou na Batalha do Cervo Branco, na região ao norte da capital, Otosan Uchi. Um grupo de samurais, liderados por um membro do clã dragão, decidiu salvar os últimos gaijin e levá-los de volta às suas terras. Eles voltaram, tiveram uma conferência com o Imperador que os perdoou de seus crimes e lhes deu o direito de fundar um clã e cuidar das terras onde a supracitada batalha ocorreu, mas não lhes deu o direito a ter um daimyo, com o clã reportando diretamente ao Imperador. Isso deu uma má fama ao clã e uma poderosa proteção ao mesmo tempo, já que para ter um embate com os membros do clã era preciso reportar diretamente ao Imperador. Boa parte do clã é formada pelos descendentes dos samurais que saíram em missão ou de camponeses e ronins que se uniram a eles no início. Sendo um clã muito independente.
Em verdade, o clã tem um grande segredo. Em sua viagem eles descobriram um povo que vive ao norte de Rokugan, os Yobanjin, que não tem interesse em navegações e com quem começaram a fazer comércio clandestino (porque depois desse incidente o Imperador proibiu qualquer comércio com gaijins), mas quem iria denunciar um clã cujo daimyo é o próprio Imperador?
Quanto ao meu personagem, dou uma pesquisada em nomes e escolho Kaito, que fala da profundidade do oceano. Acho que ele é um navegador, como alguns do clã. Ele se ressente que os outros clãs vejam o Tartaruga com desdém por conta de sua origem e suas raízes humildes, mas ele entende o papel que eles tem em manter contato com o mundo lá fora, o qual ele um dia sonha em conhecer e velejar.
Acho que é isso. Sem tabela de herança dessa vez, infelizmente.
Passo Dois: Clã, Família e Escola. Bom, o clã é Tartaruga, mas eles não tem uma família (alguns clãs menores não tem). Eu não recebo um bônus de atributos por isso, mas recebo “Má Reputação: Tartaruga” e menos um Rank de Glória, mas posso usar perícias Low e Merchant sem perder Honra.
Quanto a Escola, o livro traz apenas uma escola de cada clã e elas só vão até o Rank 3 (exceto o Louva-a-Deus que vai até Rank 4). Isso visava demonstrar o menor poder dos Clãs Menores. Mais pra frente outros suplementos eliminarão essa limitação e acrescentarão novas escolas aos clãs menores. Eu pensei em pegar a vantagem Different School, mas acho que vou ficar com a Escola Tartaruga de Bushi mesmo que me dá +1 em Perception, Honra inicial 1,5 e as perícias Athletics, Defense, Hand-to-Hand, Nofujutsu, e quaisquer 3 outras Merchant ou Low Skills. Eu também ganho a Técnica Fortune’s Favor que me dá um bônus quando uso uma arma de camponês escolhida. Escolho a Tonfa. Acho que Kaito é um cara que evita conflitos desncessários então estará mais disposto a se defender e desarmar seus oponentes do que matá-los.
Passo Três: Gastar os Pontos. O velho esquema. Tenho 25 pontos para gastar. Eu já começo gastando três para aumentar a Honra para 2,5 porque vejo Kaito como alguém mais honrado que a média de seu clã. Não tem nenhuma vantagem ou desvantagem exclusiva do clã, então vamos pegar o livro básico e ver o que encaixa para ele.
Primeiro vamos definir as perícias que eu ganho extras da minha escola. Primeiro eu quero Sailing, para poder velejar a costa de Rokugan. Depois pego Stealth e Commerce. Eu vejo Kaito como um mercador para seu clã e também como um certo espião. Olhando para as vantagens eu sei que eu quero Absolute Direction (1), Ambidextrous (3) (pra usar duas tonfas), Perfect Balance (2) e Read Lips (2), o que me custa oito pontos e me deixa com apenas mais 14.
Vendo algumas desvantagens pra contrabalancear eu já começo com Bad Reputation: Tortoise sem receber pontos por isso e quero Brash (3), Meddler (2) e talvez True Love? Taí, acho que fica legal. Ele tem uma paixão em uma moça da casa imperial, seu nome é Otomo Kumiko, mas ela está prometida em casamento para um membro do clã Garça, Kakita Toya, que eu também posso pegar como Sworn Enemy por 3 pontos cada. Nada como um triângulo amoroso pra aquecer as coisas. Pode ser ainda mais interessante que Toya sequer saiba da existência de Kaito no início. Então ele é o Inimigo Jurado de Toya que nem faz ideia de quem ele é e talvez demore a reconhecer sua importância, mas está sempre no caminho de Kaito em seu amor por Kumiko. Isso me dá onze pontos de volta o que passa do limite de dez pontos em desvantagens. Pergunta ao meu mestre imaginário se está tudo bem e ele me dá o aval. Ele adora uma trama dramática. Isso me coloca de novo com 25. Desses, quatorze vão para aumentar as sete skills que o personagem já tem para 3. Ficam 11 de sobra. Aumento Agility para 3 por oito pontos e me deixa apenas mais 3. Acho que vou pegar Quick (3) para completar.
Prontinho, Kaito está pronto para navegar pela costa de Rokugan e além. Talvez ele traga um presentinho especial para sua amada Otomo Kumiko e isso o coloque em confronto contra o maldito Kakita Toya (que não faz ideia de quem é esse samurai que olha pra ele com cara de quem comeu sushi estragado).
__________________________________________________________
Kaito
Clan Tortoise
Tortoise Clan Bushi School
Earth 2
Stamina 2
Willpower2
Fire 2
Agility 3
Intelligence 2
Air 2
Reflexes 2
Awareness 2
Water 2
Strength 2
Perception 3
Void 2
Advantages: Absolute Direction (1), Ambidextrous (3), Quick (3), Perfect Balance (2) e Read Lips (2),
Disadvantages: Bad Reputation: Tortoise (0), Brash (3), Meddler (2) e talvez True Love: Otomo Kumiko (3).
Skills: Athletics 3, Commerce 3, Defense 3, Hand-to-Hand 3, Nofujutsu 3, Sailing 3, Stealth 3
Honor 2,5
Glory 0,0
Insight 121
Livros usados: O básico e o suplemento Way of the Minor Clans.
Apesar do poder e influência que os Grandes Clãs exercem em Rokugan, eles não são os únicos clãs no Império Esmeralda. Ao longo dos séculos algumas pessoas fizeram feitos tão grandiosos pelo próprio Império ou pelo Imperador que este lhes concedeu o direito de ter seu próprio clã. Muitos pereceram e foram esquecidos, mas existem aqueles que perduraram e tem um papel, mesmo que pequeno, na história e nas disputas políticas de Rokugan.
Então, vamos fazer um samurai de um clã menor.
Passo Um: Conceito. O livro traz os nove clãs menores ativos durante a Guerra dos Clãs (Louva-a-Deus, Raposa, Libélula, Pardal, Texugo, Centopeia, Falcão, Tartaruga e Vespa), e um capítulo sobre os clãs perdidos, incluindo informações sobre três (Javali, Coelho e Serpente). Então eu vou rolar 1d10 pra sortear de qual clã vou fazer meu personagem e se tirar dez sorteio um dos três perdidos. Tirei oito. Tartaruga. Deixa eu reler a história deles aqui que eu não lembro.
Eita! Vamos lá. Como explico isso rápido. Uns 500 anos atrás Rokugan foi invadida por uma frota de Gaijins que resultou na Batalha do Cervo Branco, na região ao norte da capital, Otosan Uchi. Um grupo de samurais, liderados por um membro do clã dragão, decidiu salvar os últimos gaijin e levá-los de volta às suas terras. Eles voltaram, tiveram uma conferência com o Imperador que os perdoou de seus crimes e lhes deu o direito de fundar um clã e cuidar das terras onde a supracitada batalha ocorreu, mas não lhes deu o direito a ter um daimyo, com o clã reportando diretamente ao Imperador. Isso deu uma má fama ao clã e uma poderosa proteção ao mesmo tempo, já que para ter um embate com os membros do clã era preciso reportar diretamente ao Imperador. Boa parte do clã é formada pelos descendentes dos samurais que saíram em missão ou de camponeses e ronins que se uniram a eles no início. Sendo um clã muito independente.
Em verdade, o clã tem um grande segredo. Em sua viagem eles descobriram um povo que vive ao norte de Rokugan, os Yobanjin, que não tem interesse em navegações e com quem começaram a fazer comércio clandestino (porque depois desse incidente o Imperador proibiu qualquer comércio com gaijins), mas quem iria denunciar um clã cujo daimyo é o próprio Imperador?
Quanto ao meu personagem, dou uma pesquisada em nomes e escolho Kaito, que fala da profundidade do oceano. Acho que ele é um navegador, como alguns do clã. Ele se ressente que os outros clãs vejam o Tartaruga com desdém por conta de sua origem e suas raízes humildes, mas ele entende o papel que eles tem em manter contato com o mundo lá fora, o qual ele um dia sonha em conhecer e velejar.
Acho que é isso. Sem tabela de herança dessa vez, infelizmente.
Passo Dois: Clã, Família e Escola. Bom, o clã é Tartaruga, mas eles não tem uma família (alguns clãs menores não tem). Eu não recebo um bônus de atributos por isso, mas recebo “Má Reputação: Tartaruga” e menos um Rank de Glória, mas posso usar perícias Low e Merchant sem perder Honra.
Quanto a Escola, o livro traz apenas uma escola de cada clã e elas só vão até o Rank 3 (exceto o Louva-a-Deus que vai até Rank 4). Isso visava demonstrar o menor poder dos Clãs Menores. Mais pra frente outros suplementos eliminarão essa limitação e acrescentarão novas escolas aos clãs menores. Eu pensei em pegar a vantagem Different School, mas acho que vou ficar com a Escola Tartaruga de Bushi mesmo que me dá +1 em Perception, Honra inicial 1,5 e as perícias Athletics, Defense, Hand-to-Hand, Nofujutsu, e quaisquer 3 outras Merchant ou Low Skills. Eu também ganho a Técnica Fortune’s Favor que me dá um bônus quando uso uma arma de camponês escolhida. Escolho a Tonfa. Acho que Kaito é um cara que evita conflitos desncessários então estará mais disposto a se defender e desarmar seus oponentes do que matá-los.
Passo Três: Gastar os Pontos. O velho esquema. Tenho 25 pontos para gastar. Eu já começo gastando três para aumentar a Honra para 2,5 porque vejo Kaito como alguém mais honrado que a média de seu clã. Não tem nenhuma vantagem ou desvantagem exclusiva do clã, então vamos pegar o livro básico e ver o que encaixa para ele.
Primeiro vamos definir as perícias que eu ganho extras da minha escola. Primeiro eu quero Sailing, para poder velejar a costa de Rokugan. Depois pego Stealth e Commerce. Eu vejo Kaito como um mercador para seu clã e também como um certo espião. Olhando para as vantagens eu sei que eu quero Absolute Direction (1), Ambidextrous (3) (pra usar duas tonfas), Perfect Balance (2) e Read Lips (2), o que me custa oito pontos e me deixa com apenas mais 14.
Vendo algumas desvantagens pra contrabalancear eu já começo com Bad Reputation: Tortoise sem receber pontos por isso e quero Brash (3), Meddler (2) e talvez True Love? Taí, acho que fica legal. Ele tem uma paixão em uma moça da casa imperial, seu nome é Otomo Kumiko, mas ela está prometida em casamento para um membro do clã Garça, Kakita Toya, que eu também posso pegar como Sworn Enemy por 3 pontos cada. Nada como um triângulo amoroso pra aquecer as coisas. Pode ser ainda mais interessante que Toya sequer saiba da existência de Kaito no início. Então ele é o Inimigo Jurado de Toya que nem faz ideia de quem ele é e talvez demore a reconhecer sua importância, mas está sempre no caminho de Kaito em seu amor por Kumiko. Isso me dá onze pontos de volta o que passa do limite de dez pontos em desvantagens. Pergunta ao meu mestre imaginário se está tudo bem e ele me dá o aval. Ele adora uma trama dramática. Isso me coloca de novo com 25. Desses, quatorze vão para aumentar as sete skills que o personagem já tem para 3. Ficam 11 de sobra. Aumento Agility para 3 por oito pontos e me deixa apenas mais 3. Acho que vou pegar Quick (3) para completar.
Prontinho, Kaito está pronto para navegar pela costa de Rokugan e além. Talvez ele traga um presentinho especial para sua amada Otomo Kumiko e isso o coloque em confronto contra o maldito Kakita Toya (que não faz ideia de quem é esse samurai que olha pra ele com cara de quem comeu sushi estragado).
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Kaito
Clan Tortoise
Tortoise Clan Bushi School
Earth 2
Stamina 2
Willpower2
Fire 2
Agility 3
Intelligence 2
Air 2
Reflexes 2
Awareness 2
Water 2
Strength 2
Perception 3
Void 2
Advantages: Absolute Direction (1), Ambidextrous (3), Quick (3), Perfect Balance (2) e Read Lips (2),
Disadvantages: Bad Reputation: Tortoise (0), Brash (3), Meddler (2) e talvez True Love: Otomo Kumiko (3).
Skills: Athletics 3, Commerce 3, Defense 3, Hand-to-Hand 3, Nofujutsu 3, Sailing 3, Stealth 3
Honor 2,5
Glory 0,0
Insight 121
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Leituras 2025 - Semana 04
Leituras 2025 - Semana 04
08 lidos
Lendo:
01 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.) - 59%
02 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 03%
03 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 08%
Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 18% (26)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
08 lidos
Lendo:
01 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.) - 59%
02 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 03%
03 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 08%
Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 18% (26)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.
Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Mil Faces de um RPGista - Renewal & Riot - Lúcia Bonfim
Jogo: Renewal & Riot – A Hopepunk-themed Laser and Feelings Hack
Sistema: Laser and Feelings
Autoria: Joan Noble
Editora: Auto-publicado, você pode encontrar esse e outros livros da autora em https://lady-goggles.itch.io
Experiência: Li o folheto e gostaria de colocar um dia na mesa, mas ainda não rolou.
Livros usados: Só o folheto disponível no site acima.
Eu já postei aqui um personagem de Laser & Feelings que é um sistema indie super simples. Por ser também um sistema aberto ele possui uma enorme variedade de “hacks” que usam o sistema espalhados pela internet. Eu mesmo estou escrevendo um. E é incrível como você tem um jogo tão interessante em apenas duas páginas.
Em Renewal & Riot os jogadores são parte de uma comunidade que está lutando por melhorias junto aos poderes públicos e privados (tudo bem que na democracia burguesa os dois se confundem). O jogo usa o sistema do Laser & Feelings que explico melhor mais abaixo.
Então, vamos criar uma pessoa que queira melhor sua vizinhança.
Passo Um: Escolha um Estilo. As opções são Insightful, Brave, Weird, Leader, Serious, Techy, Michievous e Artistic. Como eu fiz um personagem mais acolhedor no último post estou querendo fazer uma mais guerreira agora. Estou entre Brave e Leader… hummm… Vou de Leader.
Passo Dois: Escolha uma Profissão. As opções são Capinteiro, Jardineiro, Estudante, Adolescente, Parente, Encanador e Professor. Para a ideia que estou tendo eu quero Estudante.
Passo Três: Escolha um Número. Essa é única parte numérica desse sistema. Eu escolho um número de 2 a 5 para ser meu único atributo Renewal/Riot. Um número alto significa que ela é melhor em Renewal (consertar coisas, criar, persuadir, precisão, projetar, etc) e um numero menor que ela é melhor em Riot (protestar, confrontar, ajuda mútua, intimidar, sabedoria de rua, intuição, “ver o todo”). Aqui cabe eu explicar rapidinho o sistema.
Quando tenho de fazer um teste eu rolo 1d6 e tenho de tirar acima do meu número para uma ação Riot e abaixo para uma ação Renewal. Eu ganho um dado extra se minha ação tiver algo a ver com meu estilo e mais um dado extra se tiver a ver com minha profissão. Também ganho um dado extra se alguém gastou uma ação me ajudando. Cada dado que tirar o número desejado é um sucesso. Se eu tirar EXATAMENTE meu número eu preciso descrever como resolvo a situação ao mesmo tempo usando Renewal E Riot. Eu acho esse sistema genial.
Voltando a minha personagem, eu escolho colocar 3. Ela é melhor em Riot, mas não é totalmente inepta em Renewal. Talvez só falte a ela a paciência para ações que demandam mais tempo e atenção.
Passo Quatro: Dê um Nome a sua Personagem. Vou chamá-la de Lúcia Bonfim. Lúcia em homenagem a uma querida amiga que já se foi e Bonfim em homenagem a deputada Sâmia Bonfim que é uma guerreira no congresso nacional (e se não gostar a porta da rua é serventia da casa).
Passo Cinco: Crie um Centro Comunitário. Essa é parte seria feita em grupo, mas como sou apenas eu aqui vamos lá. Eu escolho duas forças e um problema do nosso centro comunitário a partir de duas listas. Eu diria que meu centro comunitário tem um Arquivo da História da Comunidade e uma Ligação com a Câmara de Vereadores (seria conselho municipal, mas estou adaptando ao modelo brasileiro) como suas forças e seu problema é Má Administração, talvez exatamente essa conexão com a câmara faça com que as pessoas que estão hoje na administração do centro comunitário o vejam apenas como um trampolim para uma carreira política. Há muitos assim no Rio de Janeiro, infelizmente.
Passo Seis: Crie um Problema. Esse é um passo para o GM e eu já estava esquecendo. Basicamente rolo 4d6 em ordem e vejo em uma tabela qual o problema que Lúcia e sua comunidade terão de enfrentar. Tiro 2, 1, 2 e 5. Isso me dá “Uma Corporação… Quer Destruir… Habitações...Que Irá Destruir os Recursos Locais”. Então vamos dizer que uma empresa quer destruir o pequeno comércio interno da comunidade para forçar as pessoas a comprarem um supermercado de sua imensa rede que fica logo ao lado da comunidade mas que tem preços exorbitantes. Parece bem real para mim.
E é isso. Lúcia Bonfim está pronta para botar a boca no trombone e lutar contra a péssima administração em sua comunidade.
_________________________________________________________
Lúcia Bonfim
Líder
Estudante
Renewal/Riot 3
Centro Comunitário
Forças: Arquivo da História da Comunidade e uma Ligação com a Câmara de Vereadores
Problema: Má Administração
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Mil Faces de um RPGista - Parselings - Sam "Doc" Muprhy
Jogo: Parselings – Words Are What Define Me – A Deck Building Table Top RPG
Autoria: Leo Cheung
Editora: Smunchy Games
Experiência: Nenhuma. Apenas li o livro. Não sei como esse jogo funcionaria em mesa, mas tenho curiosidade em ver.
Livros usados: Só o básico mesmo.
Esse vai ser um longo post, já deixo o aviso. Eu peguei esse jogo em um bundle uns dois anos atrás e estava bem curioso por conta de uma mecânica que aparece até no título do livro. Ele é um deck building, para quem não conhece o termo do mundo dos jogos de tabuleiro modernos é um tipo de jogo onde você vai montando um baralho conforme vai se jogando. Aqui, no caso a montagem do baralho é feita na criação de personagem e as suas ações são regidas não por dados ou cartas normais, mas pela forma como você administra o seu próprio baralho. Ainda não sei bem como isso funcionaria em mesa, principalmente se o sistema seria fluído ou travado. Achei um gameplay aqui e depois vou ver.
E quanto à ambientação? Bom o jogo se passa em Nominal City, que era uma cidade qualquer antes de receber esse nome. Aliás, nomes são muito importantes nesse jogo. Anos atrás (acho que são quinze, mas preciso confirmar) aconteceu um evento mundial e Nominal City foi o epicentro. O aparecimento de um vírus mágico interdimensional (pois é, vocês não leram errado) que ao infectar as pessoas se manifesta na pele de uma forma similar a uma tatuagem de palavras. Essas palavras conferem poderes ao infectado que eu vou falar melhor mais pra frente.
Há o risco de um parse (as pessoas infectadas pelo parsecyte) serem dominadas por uma das palavras, apagando toda identidade para além dela e se tornando uma criatura perigosa.
O jogo gira muito em torno da metáfora dos rótulos que recebemos da sociedade ao nosso redor e de como encaramos os rótulos que compõem a nossa identidade. É um jogo que fala muito da comunidade LGBTQIAPN+, claro, e sua busca de ser quem se é.
Em suma, é um jogo cuja proposta eu acho bem interessante, mas precisaria de um grupo certo para jogá-lo.
Após essa introdução enorme, vamos fazer um parse.
Passo Um: Detalhes. Mas poderia ser conceito, só que de forma estruturada. Antes de começar a preencher a ficha, vamos pensar um pouco sobre ele. O jogo não tem um papel específico para os jogadores. Algo como “aventureiros” ou coisa parecida. Há muitos cenários possíveis propostos no capítulo do mestre, mas eu particularmente gostei do estilo “slice of life” que é apresentado nos contos que entremeiam o livro. Ou seja, pessoas normais em situações normais que ganham uma dimensão extraordinária. Sei que esse é tipo mais difícil de colocar na mesa e conseguir um grupo empenhado em jogar, mas como esse personagem é para mim (e para os poucos que me leem) vou me dar o prazer de fazer como eu quero.
Imagino meu personagem como alguém que tinha a vida toda definida antes do Evento. Ele estava chegando aos 30, terminando a residência de medicina (ainda não pensei em uma especialidade, talvez cirurgia que é uma carreira que tem algum prestígio), noivo de sua namorada de colégio, vindo de família abastada (não sei se rica, talvez), mas internamente sentia que algo não encaixava. Ele não falava disso com ninguém, apenas seguia sua vida o mais normal que podia.
Então veio o evento e uma das tatuagens apareceu no seu rosto. Não havia como esconder. Amigos se afastaram com medo de pegar, apesar das autoridades dizerem que não era pelo contato direto que se pegava o vírus (não lembro se o livro especifica como isso acontece), a noiva o largou quando ele deixou de ser “perfeito”.
Acho que até sua família meio que o renegou. Ele acabou senso acolhido entre aqueles que foram afligidos, muitos deles da comunidade LGBTQIAPN+, que o ajudaram a se descobrir como não-binárie. Seu nome é Sam Murphy. Sam que pode ser Samuel ou Samantha, mas as pessoas da comunidade paresecyte costumam chamá-lo de “Doc” por sua atuação na clínica comunitária.
Elu tem uma aparência masculina, de ascendência irlandesa, com cabelos e uma barba rala ruiva.
O livro fala para eu definir os princípios do meu personagem, uma espécie de guia para a personalidade delu, mas não dá nenhum parâmetro para isso e parece não haver nenhuma importância mecânica nisso. Vou deixar com algo como “Acolher e cuidar”.
Também teria de escolher alguns Goals de curto e longo prazo para ganhar Script (o xp desse jogo), mas não tenho nenhuma ideia no momento. Vamos ver se surge algo mais a frente.
Passo Dois: Palavras. Agora eu escolho quais palavras o parsecte tatuou no corpo de Sam. Há duas formas de fazer isso, uma é em grupo, a outra que eu vou usar é chamada de Ad Lib. Na verdade essa também é em grupo, mas parece mais fácil de fazer sozinho. Eu receberia de cada jogador na mesa, incluindo o GM, 1 Aspect e 2 Augments até um total de seis e doze respectivamente, daí eu sorteio pra ficar com um e três deles inicialmente. Deixa eu ver qual a diferença entre ambos pra escolher aqui.
Então, Aspects representam características principais do seu personagem e sempre são substantivos. Já Augments podem ser substantivos, verbos, adjetivos ou advérbios que são usados para descrever seu personagem. Um dos fatores que torna fazer seu personagem em grupo interessante é que os outros jogadores vão te dar palavras que representam como os personagens deles veem seu personagem.
Sei que eu quero algo que represente a vida que ele vivia antes. Algo covardia, medo, máscara, ilusão… Pensando melhor se eu for explicar cada palavra esse post vai ficar ainda mais gigantesco do que já está prometendo ficar. Vou só colocar as listas e pronto:
Aspects: Medo, Vermelho, Líder, Arrependimento, Doutor, Luz
Augments: Farol, Amável, Calado, Gentil, Cura, Firme, Parceiro, Distante, Fechado, Ocultar, Só (ou sozinho, não consegui me decidir), Encruzilhada.
Agora que tenho as palavras (e foi difícil fazer isso sozinho), rolo 1d6 e 3d12 pra ver com quais Doc começa. Tiro Doutor, Gentil, Cura e Só. Se eu fosse jogar com esse personagem eu poderia ir acrescentando uma palavra a lista por sessão até ficar com 10 e 20, respectivamente. A tatuagem que elu tem no rosto é Doutor e, por isso, todo mundo chama de “Doc”.
Ah! Esqueci de explicar, mas as palavras servem para fazer “parse” que é a magia desse jogo. Vários parselings podem combinar suas palavras para criar um efeito. Em uma história no livro, duas pessoas combinam as palavras Consertar (fix) e Memória (memory) para dar a uma senhora em fase terminal de alzheimer a capacidade de viver suas últimas horas com seus filhos e netos com alguma dignidade.
Mas preciso rever como isso funciona na mesa.
Passo Três: Imagens. Imagens demonstra como seu personagem se mostra no mundo. Cada Imagem é dividida em dois… não tem um nome no livro, mas vou chamar de atributos porque é o que eles são. A montagem é em um sistema de priorização, estilo World of Darknes, mas com menos pontos e apenas dois atributos por grupo. Acho que Doc tem como primário Intent (Intelligence, Insight), como secundário Conduct (Charm, Cunnig), com Push (Potential, Perseverance) e Feats (Force, Finesse) por último.
Agora eu distribuo 3, 2, 1 e 1 em cada Image, sendo que cada… atributo já começa com um. No final ficou assim:
Intent (Intelligence 3, Insight 2)
Feats (Force 1, Finesse 2)
Conduct (Charm 3, Cunnig 1)
Push (Potential 1, Perseverance 2)
Passo Quatro: Aptitudes. Assim, eu sou super a favor de novos nomes e termos em RPGs, mas se é pra dar um novo nome, torne algo novo. As Aptitudes são, como o próprio livro descreve, os Talentos e Perícias do seu personagem. Então por que raios não chamar de Talentos ou Perícias, cacilda!?
De qualquer forma cada grupo de Aptitudes está ligada a uma Image e temos um sistema de priorização de novo, sendo que a distribuição é 7, 5 e 3 e você já começa com um ponto em cada uma. Push não tem Aptitudes ligadas a ela.
Acho que vou manter a ordem anterior com Intent, Conduct e Feats. Não, pensando melhor, vou inverter Conduct e Intent. Após distribuir os pontos fica assim:
Intent (Crafting 1, Medicine 4, Memory 1, Perception 2, Research 2, Technology 1)
Feats (Athletics 3, Larceny 1, Melee 1, Ranged 1, Riding 1, Stealth 2)
Conduct (Acting 2, Animals 1, Empathy 4, Etiquete 3, Manipulation 2, Rumors 1)
Passo Cinco: Estatísticas Derivadas.
Health é Perseverance+Force = 3 (acho que não sou muito resistente)
Potential (Resource) e 1. Não lembro pra que isso serve.
Defence é Perseverence+Insight+Finesse/2, arredondado pra baixo que dá...6
Initiative é Potential+Insight+Finesse = 5
Speed é Force+Finesse = 3
Carry é [(Potential+Force)x2] +Perseverance que fazendo os cálculos aqui é igual à… 6.
Deck Size a soma total da sua Image que é 15 para todo personagem inciante.
Não sei se realmente todos esses valores são necessários.
Passo Seis: Características de Parse. Se não me engano esses são os valores que me permitem fazer Parse, a magia desse jogo. Não sei, mas acho que o sistema poderia ser simplificado basicamente a isso, mas é só minha opinião.
Articulation é 1 no início. Isso diz quantas palavras posso usar no meu Parse.
Coherency é 7, se chegar a zero o vírus domina meu personagem e eu corro o risco de virar um monstro que é definido por uma única palavra.
Syllable representa minha capacidade de usar meus poderes Parse. É a soma de Insight, Cunning e Articulation. No meu caso 4!
E, por fim eu anoto as minhas Parse Aptitudes. Que são minhas perícias (olha essa palavra aí de novo) pra usar meus Parse.
Emission (Intelligence+Insigh = 5) é a habilidade pra criar ideias e conceitos do nada.
Embodiment (Finesse+Force = 3) me permite manipular o meu corpo e daqueles participando de um Parse.
Enchantment (Cunning+Charm = 4) é a habilidade de manipular objetos e pessoas que não estão participando do Parse.
Você também notou que cada um deles é apenas a soma dos atributos de uma Image? Então pra que tantos termos para a mesma coisa? Não sei, vamos em frente.
Passo Sete: Finalizando. Só que não já que ainda vai faltar montar o deck depois, mas agora tem mais três coisas pra anotar aqui, Tricks, Challenges e Script, mas eu não lembro o que cada uma dessas coisas é e pra que serve. Vou ler aqui e já volto.
Ok, Tricks são basicamente habilidades especiais ou vantagens que eu tanho. Eu começo com sete pontos para comprá-los. Dou uma olhada rápida nos Tricks e alguns me chamam logo a atenção: Holistic Treatment por três pontos me permite combinar minha habilidade de Medicine e a Empathy de outra pessoa para curar melhor e Inspirantio por um ponto faz com que todos os meus companheiros de equipe tenham um sucesso extra toda vez que me virem ter um sucesso crítico. Sobraram três pontos e eu jurava que tinha visto ontem um Trick de Charm que tinha me interessado, mas agora não estou achando...Não estou achando agora. Vou então pegar Vitality (2 pontos) para aumentar minha Health para 4 e Trustworthy (1 ponto) que me permite revelar uma carta a mais quando faço um teste de Etiquette em alguém pela primeira vez.
Challenge é uma desvantagem que eu posso pegar para ganhar mais pontos de Tricks. Dou uma olhada nos exemplos e acho que vou pegar um Challenge Social com Disconnected. Sam foi expulso de sua antiga vida e tem um constante sentimento de não-pertencimento em meio as pessoas que o acolheram. Isso significa que toda vez que eu pegar um Coringa ou alguém do meu passado vai aparecer ou vai acontecer alguma coisa que vai me lembrar desse não-pertencimento.
Com os dois pontos extras eu decido tirar o Vitality e comprar Alluring Aura por quatro pontos que me dá a habilidade de dobrar os sucessos de alguém quando eu o acalmar.
Por fim, Scripts são os pontos de experiência desse jogo.
Parte Oito: Monte o seu Baralho. Eu não disse que não tinha acabado?
Precisei dar uma relida em como o sistema funciona pra saber como eu monto esse baralho. Bom, meu baralho inicial tem um número de cartas igual ao meu número de pontos total em Images, ou seja 15 para um personagem inicial, mais um Coringa pelo Challenge que eu peguei. Os naipes das cartas são baseados em cada Image e os valores indicam quão elaborada é a minha ação (o que não faz muito sentido, sinceramente), mas o livro indica pra pegar números baixos inicialmente.
Como o sistema funciona? Quando eu tenho de fazer um teste, o mestre vai determinar um número de sucessos necessários, uma image e uma aptitude. O jogador saca um número de cartas do seu baralho igual a soma desses dois últimos valores, mas também pode decidir sacar menos cartas para um mínimo de dois. Porque ele faria isso? Boa pergunta. O número de cartas que você declara que vai sacar é o seu Draw e cada carta do naipe certo cujo valor seja abaixo do Draw vale 2 sucessos e cada carta acima vale apenas 1. Cartas de outros naipes não valem nada, exceto ouros que tem um efeito especial que não vale a pena explicar aqui porque envolve uma série de outras regrinhas do jogo.
Então eu tenho cinco cartas de espadas (Intent), quatro de copas (Conduct), e três tanto de paus quanto de ouros (Feats e Push, respectivamente). Eu vou fazer o mais básico e pegar de as ás cinco de espadas, ás a quatro de copas, ás a três de ouros e ás a três de paus. O que torna meu personagem um cara um tanto simplório, talvez? Mas pelo jeito ele consegue fazer o trabalho.
Eu realmente preciso ver um gameplay desse jogo pra entender como isso funciona em mesa. Eu encontrei um e se conseguir ver e entender venho aqui e complemento esse post.
_____________________________________________________
Sam “Doc” Murphy
Images:
Intent (Intelligence 3, Insight 2)
Feats (Force 1, Finesse 2)
Conduct (Charm 3, Cunnig 1)
Push (Potential 1, Perseverance 2)
Aptitudes:
Intent (Crafting 1, Medicine 4, Memory 1, Perception 2, Research 2, Technology 1)
Feats (Athletics 3, Larceny 1, Melee 1, Ranged 1, Riding 1, Stealth 2)
Conduct (Acting 2, Animals 1, Empathy 4, Etiquete 3, Manipulation 2, Rumors 1)
Articulation 1
Coherency 7
Syllable 4
Parse Aptitudes.
Emission 5
Embodiment 3
Enchantment 4
Tricks: Alluring Aura (4), Holistic Treatment (3), Inspirantion (1), Trustworthy (1)
Deck (16)
Spades: Ace, Two, Three, Four, Five
Hearts: Ace, Two, Three, Four
Staves: Ace, Two, Three
Diamonds: Ace, Two, Three
Joker (Social – Past Unresolved)
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