quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Mil Faces de um RPGista - Way of the Minor Clans - Kaito


Jogo: Legend of the Five Rings First Edition
Autoria: John Wick
Editora: Alderac Entetainment Games
Experiência: MUITA! Mestrei muito e joguei muito esse sistema no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Livros usados: O básico e o suplemento Way of the Minor Clans.

Apesar do poder e influência que os Grandes Clãs exercem em Rokugan, eles não são os únicos clãs no Império Esmeralda. Ao longo dos séculos algumas pessoas fizeram feitos tão grandiosos pelo próprio Império ou pelo Imperador que este lhes concedeu o direito de ter seu próprio clã. Muitos pereceram e foram esquecidos, mas existem aqueles que perduraram e tem um papel, mesmo que pequeno, na história e nas disputas políticas de Rokugan.

Então, vamos fazer um samurai de um clã menor.

Passo Um: Conceito. O livro traz os nove clãs menores ativos durante a Guerra dos Clãs (Louva-a-Deus, Raposa, Libélula, Pardal, Texugo, Centopeia, Falcão, Tartaruga e Vespa), e um capítulo sobre os clãs perdidos, incluindo informações sobre três (Javali, Coelho e Serpente). Então eu vou rolar 1d10 pra sortear de qual clã vou fazer meu personagem e se tirar dez sorteio um dos três perdidos. Tirei oito. Tartaruga. Deixa eu reler a história deles aqui que eu não lembro.
Eita! Vamos lá. Como explico isso rápido. Uns 500 anos atrás Rokugan foi invadida por uma frota de Gaijins que resultou na Batalha do Cervo Branco, na região ao norte da capital, Otosan Uchi. Um grupo de samurais, liderados por um membro do clã dragão, decidiu salvar os últimos gaijin e levá-los de volta às suas terras. Eles voltaram, tiveram uma conferência com o Imperador que os perdoou de seus crimes e lhes deu o direito de fundar um clã e cuidar das terras onde a supracitada batalha ocorreu, mas não lhes deu o direito a ter um daimyo, com o clã reportando diretamente ao Imperador. Isso deu uma má fama ao clã e uma poderosa proteção ao mesmo tempo, já que para ter um embate com os membros do clã era preciso reportar diretamente ao Imperador. Boa parte do clã é formada pelos descendentes dos samurais que saíram em missão ou de camponeses e ronins que se uniram a eles no início. Sendo um clã muito independente.
Em verdade, o clã tem um grande segredo. Em sua viagem eles descobriram um povo que vive ao norte de Rokugan, os Yobanjin, que não tem interesse em navegações e com quem começaram a fazer comércio clandestino (porque depois desse incidente o Imperador proibiu qualquer comércio com gaijins), mas quem iria denunciar um clã cujo daimyo é o próprio Imperador?
Quanto ao meu personagem, dou uma pesquisada em nomes e escolho Kaito, que fala da profundidade do oceano. Acho que ele é um navegador, como alguns do clã. Ele se ressente que os outros clãs vejam o Tartaruga com desdém por conta de sua origem e suas raízes humildes, mas ele entende o papel que eles tem em manter contato com o mundo lá fora, o qual ele um dia sonha em conhecer e velejar.
Acho que é isso. Sem tabela de herança dessa vez, infelizmente.

Passo Dois: Clã, Família e Escola. Bom, o clã é Tartaruga, mas eles não tem uma família (alguns clãs menores não tem). Eu não recebo um bônus de atributos por isso, mas recebo “Má Reputação: Tartaruga” e menos um Rank de Glória, mas posso usar perícias Low e Merchant sem perder Honra.
Quanto a Escola, o livro traz apenas uma escola de cada clã e elas só vão até o Rank 3 (exceto o Louva-a-Deus que vai até Rank 4). Isso visava demonstrar o menor poder dos Clãs Menores. Mais pra frente outros suplementos eliminarão essa limitação e acrescentarão novas escolas aos clãs menores. Eu pensei em pegar a vantagem Different School, mas acho que vou ficar com a Escola Tartaruga de Bushi mesmo que me dá +1 em Perception, Honra inicial 1,5 e as perícias Athletics, Defense, Hand-to-Hand, Nofujutsu, e quaisquer 3 outras Merchant ou Low Skills. Eu também ganho a Técnica Fortune’s Favor que me dá um bônus quando uso uma arma de camponês escolhida. Escolho a Tonfa. Acho que Kaito é um cara que evita conflitos desncessários então estará mais disposto a se defender e desarmar seus oponentes do que matá-los.

Passo Três: Gastar os Pontos. O velho esquema. Tenho 25 pontos para gastar. Eu já começo gastando três para aumentar a Honra para 2,5 porque vejo Kaito como alguém mais honrado que a média de seu clã. Não tem nenhuma vantagem ou desvantagem exclusiva do clã, então vamos pegar o livro básico e ver o que encaixa para ele.
Primeiro vamos definir as perícias que eu ganho extras da minha escola. Primeiro eu quero Sailing, para poder velejar a costa de Rokugan. Depois pego Stealth e Commerce. Eu vejo Kaito como um mercador para seu clã e também como um certo espião. Olhando para as vantagens eu sei que eu quero Absolute Direction (1), Ambidextrous (3) (pra usar duas tonfas), Perfect Balance (2) e Read Lips (2), o que me custa oito pontos e me deixa com apenas mais 14.
Vendo algumas desvantagens pra contrabalancear eu já começo com Bad Reputation: Tortoise sem receber pontos por isso e quero Brash (3), Meddler (2) e talvez True Love? Taí, acho que fica legal. Ele tem uma paixão em uma moça da casa imperial, seu nome é Otomo Kumiko, mas ela está prometida em casamento para um membro do clã Garça, Kakita Toya, que eu também posso pegar como Sworn Enemy por 3 pontos cada. Nada como um triângulo amoroso pra aquecer as coisas. Pode ser ainda mais interessante que Toya sequer saiba da existência de Kaito no início. Então ele é o Inimigo Jurado de Toya que nem faz ideia de quem ele é e talvez demore a reconhecer sua importância, mas está sempre no caminho de Kaito em seu amor por Kumiko. Isso me dá onze pontos de volta o que passa do limite de dez pontos em desvantagens. Pergunta ao meu mestre imaginário se está tudo bem e ele me dá o aval. Ele adora uma trama dramática. Isso me coloca de novo com 25. Desses, quatorze vão para aumentar as sete skills que o personagem já tem para 3. Ficam 11 de sobra. Aumento Agility para 3 por oito pontos e me deixa apenas mais 3. Acho que vou pegar Quick (3) para completar.

Prontinho, Kaito está pronto para navegar pela costa de Rokugan e além. Talvez ele traga um presentinho especial para sua amada Otomo Kumiko e isso o coloque em confronto contra o maldito Kakita Toya (que não faz ideia de quem é esse samurai que olha pra ele com cara de quem comeu sushi estragado).
__________________________________________________________
Kaito
Clan Tortoise
Tortoise Clan Bushi School

Earth 2
Stamina 2
Willpower2

Fire 2
Agility 3
Intelligence 2

Air 2
Reflexes 2
Awareness 2

Water 2
Strength 2
Perception 3

Void 2

Advantages: Absolute Direction (1), Ambidextrous (3), Quick (3), Perfect Balance (2) e Read Lips (2),
Disadvantages: Bad Reputation: Tortoise (0), Brash (3), Meddler (2) e talvez True Love: Otomo Kumiko (3).

Skills: Athletics 3, Commerce 3, Defense 3, Hand-to-Hand 3, Nofujutsu 3, Sailing 3, Stealth 3

Honor 2,5
Glory 0,0
Insight 121


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Leituras 2025 - Semana 04

Leituras 2025 - Semana 04
08 lidos

Lendo:
01 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.) - 59% 
02 - Chasing the Dragon - Yoshio Manaka MD - 03% 
03 - Quarta Asa - Rebecca Yarros - 08%

Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 18% (26)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 21% (07)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 18% (17)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.

Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes
07 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair
08 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade




quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Mil Faces de um RPGista - Renewal & Riot - Lúcia Bonfim


Jogo: Renewal & Riot – A Hopepunk-themed Laser and Feelings Hack
Sistema: Laser and Feelings
Autoria: Joan Noble
Editora: Auto-publicado, você pode encontrar esse e outros livros da autora em https://lady-goggles.itch.io
Experiência: Li o folheto e gostaria de colocar um dia na mesa, mas ainda não rolou.
Livros usados: Só o folheto disponível no site acima.

Eu já postei aqui um personagem de Laser & Feelings que é um sistema indie super simples. Por ser também um sistema aberto ele possui uma enorme variedade de “hacks” que usam o sistema espalhados pela internet. Eu mesmo estou escrevendo um. E é incrível como você tem um jogo tão interessante em apenas duas páginas.
Em Renewal & Riot os jogadores são parte de uma comunidade que está lutando por melhorias junto aos poderes públicos e privados (tudo bem que na democracia burguesa os dois se confundem). O jogo usa o sistema do Laser & Feelings que explico melhor mais abaixo.

Então, vamos criar uma pessoa que queira melhor sua vizinhança.

Passo Um: Escolha um Estilo. As opções são Insightful, Brave, Weird, Leader, Serious, Techy, Michievous e Artistic. Como eu fiz um personagem mais acolhedor no último post estou querendo fazer uma mais guerreira agora. Estou entre Brave e Leader… hummm… Vou de Leader.

Passo Dois: Escolha uma Profissão. As opções são Capinteiro, Jardineiro, Estudante, Adolescente, Parente, Encanador e Professor. Para a ideia que estou tendo eu quero Estudante.

Passo Três: Escolha um Número. Essa é única parte numérica desse sistema. Eu escolho um número de 2 a 5 para ser meu único atributo Renewal/Riot. Um número alto significa que ela é melhor em Renewal (consertar coisas, criar, persuadir, precisão, projetar, etc) e um numero menor que ela é melhor em Riot (protestar, confrontar, ajuda mútua, intimidar, sabedoria de rua, intuição, “ver o todo”). Aqui cabe eu explicar rapidinho o sistema.
Quando tenho de fazer um teste eu rolo 1d6 e tenho de tirar acima do meu número para uma ação Riot e abaixo para uma ação Renewal. Eu ganho um dado extra se minha ação tiver algo a ver com meu estilo e mais um dado extra se tiver a ver com minha profissão. Também ganho um dado extra se alguém gastou uma ação me ajudando. Cada dado que tirar o número desejado é um sucesso. Se eu tirar EXATAMENTE meu número eu preciso descrever como resolvo a situação ao mesmo tempo usando Renewal E Riot. Eu acho esse sistema genial.
Voltando a minha personagem, eu escolho colocar 3. Ela é melhor em Riot, mas não é totalmente inepta em Renewal. Talvez só falte a ela a paciência para ações que demandam mais tempo e atenção.

Passo Quatro: Dê um Nome a sua Personagem. Vou chamá-la de Lúcia Bonfim. Lúcia em homenagem a uma querida amiga que já se foi e Bonfim em homenagem a deputada Sâmia Bonfim que é uma guerreira no congresso nacional (e se não gostar a porta da rua é serventia da casa).

Passo Cinco: Crie um Centro Comunitário. Essa é parte seria feita em grupo, mas como sou apenas eu aqui vamos lá. Eu escolho duas forças e um problema do nosso centro comunitário a partir de duas listas. Eu diria que meu centro comunitário tem um Arquivo da História da Comunidade e uma Ligação com a Câmara de Vereadores (seria conselho municipal, mas estou adaptando ao modelo brasileiro) como suas forças e seu problema é Má Administração, talvez exatamente essa conexão com a câmara faça com que as pessoas que estão hoje na administração do centro comunitário o vejam apenas como um trampolim para uma carreira política. Há muitos assim no Rio de Janeiro, infelizmente.

Passo Seis: Crie um Problema. Esse é um passo para o GM e eu já estava esquecendo. Basicamente rolo 4d6 em ordem e vejo em uma tabela qual o problema que Lúcia e sua comunidade terão de enfrentar. Tiro 2, 1, 2 e 5. Isso me dá “Uma Corporação… Quer Destruir… Habitações...Que Irá Destruir os Recursos Locais”. Então vamos dizer que uma empresa quer destruir o pequeno comércio interno da comunidade para forçar as pessoas a comprarem um supermercado de sua imensa rede que fica logo ao lado da comunidade mas que tem preços exorbitantes. Parece bem real para mim.

E é isso. Lúcia Bonfim está pronta para botar a boca no trombone e lutar contra a péssima administração em sua comunidade.
_________________________________________________________
Lúcia Bonfim
Líder
Estudante

Renewal/Riot 3


Centro Comunitário
Forças: Arquivo da História da Comunidade e uma Ligação com a Câmara de Vereadores
Problema: Má Administração

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Mil Faces de um RPGista - Parselings - Sam "Doc" Muprhy


Jogo: Parselings – Words Are What Define Me – A Deck Building Table Top RPG
Autoria: Leo Cheung
Editora: Smunchy Games
Experiência: Nenhuma. Apenas li o livro. Não sei como esse jogo funcionaria em mesa, mas tenho curiosidade em ver.
Livros usados: Só o básico mesmo.

Esse vai ser um longo post, já deixo o aviso. Eu peguei esse jogo em um bundle uns dois anos atrás e estava bem curioso por conta de uma mecânica que aparece até no título do livro. Ele é um deck building, para quem não conhece o termo do mundo dos jogos de tabuleiro modernos é um tipo de jogo onde você vai montando um baralho conforme vai se jogando. Aqui, no caso a montagem do baralho é feita na criação de personagem e as suas ações são regidas não por dados ou cartas normais, mas pela forma como você administra o seu próprio baralho. Ainda não sei bem como isso funcionaria em mesa, principalmente se o sistema seria fluído ou travado. Achei um gameplay aqui e depois vou ver.
E quanto à ambientação? Bom o jogo se passa em Nominal City, que era uma cidade qualquer antes de receber esse nome. Aliás, nomes são muito importantes nesse jogo. Anos atrás (acho que são quinze, mas preciso confirmar) aconteceu um evento mundial e Nominal City foi o epicentro. O aparecimento de um vírus mágico interdimensional (pois é, vocês não leram errado) que ao infectar as pessoas se manifesta na pele de uma forma similar a uma tatuagem de palavras. Essas palavras conferem poderes ao infectado que eu vou falar melhor mais pra frente.
Há o risco de um parse (as pessoas infectadas pelo parsecyte) serem dominadas por uma das palavras, apagando toda identidade para além dela e se tornando uma criatura perigosa.
O jogo gira muito em torno da metáfora dos rótulos que recebemos da sociedade ao nosso redor e de como encaramos os rótulos que compõem a nossa identidade. É um jogo que fala muito da comunidade LGBTQIAPN+, claro, e sua busca de ser quem se é.
Em suma, é um jogo cuja proposta eu acho bem interessante, mas precisaria de um grupo certo para jogá-lo.

Após essa introdução enorme, vamos fazer um parse.

Passo Um: Detalhes. Mas poderia ser conceito, só que de forma estruturada. Antes de começar a preencher a ficha, vamos pensar um pouco sobre ele. O jogo não tem um papel específico para os jogadores. Algo como “aventureiros” ou coisa parecida. Há muitos cenários possíveis propostos no capítulo do mestre, mas eu particularmente gostei do estilo “slice of life” que é apresentado nos contos que entremeiam o livro. Ou seja, pessoas normais em situações normais que ganham uma dimensão extraordinária. Sei que esse é tipo mais difícil de colocar na mesa e conseguir um grupo empenhado em jogar, mas como esse personagem é para mim (e para os poucos que me leem) vou me dar o prazer de fazer como eu quero.
Imagino meu personagem como alguém que tinha a vida toda definida antes do Evento. Ele estava chegando aos 30, terminando a residência de medicina (ainda não pensei em uma especialidade, talvez cirurgia que é uma carreira que tem algum prestígio), noivo de sua namorada de colégio, vindo de família abastada (não sei se rica, talvez), mas internamente sentia que algo não encaixava. Ele não falava disso com ninguém, apenas seguia sua vida o mais normal que podia.
Então veio o evento e uma das tatuagens apareceu no seu rosto. Não havia como esconder. Amigos se afastaram com medo de pegar, apesar das autoridades dizerem que não era pelo contato direto que se pegava o vírus (não lembro se o livro especifica como isso acontece), a noiva o largou quando ele deixou de ser “perfeito”.
Acho que até sua família meio que o renegou. Ele acabou senso acolhido entre aqueles que foram afligidos, muitos deles da comunidade LGBTQIAPN+, que o ajudaram a se descobrir como não-binárie. Seu nome é Sam Murphy. Sam que pode ser Samuel ou Samantha, mas as pessoas da comunidade paresecyte costumam chamá-lo de “Doc” por sua atuação na clínica comunitária.
Elu tem uma aparência masculina, de ascendência irlandesa, com cabelos e uma barba rala ruiva.
O livro fala para eu definir os princípios do meu personagem, uma espécie de guia para a personalidade delu, mas não dá nenhum parâmetro para isso e parece não haver nenhuma importância mecânica nisso. Vou deixar com algo como “Acolher e cuidar”.
Também teria de escolher alguns Goals de curto e longo prazo para ganhar Script (o xp desse jogo), mas não tenho nenhuma ideia no momento. Vamos ver se surge algo mais a frente.

Passo Dois: Palavras. Agora eu escolho quais palavras o parsecte tatuou no corpo de Sam. Há duas formas de fazer isso, uma é em grupo, a outra que eu vou usar é chamada de Ad Lib. Na verdade essa também é em grupo, mas parece mais fácil de fazer sozinho. Eu receberia de cada jogador na mesa, incluindo o GM, 1 Aspect e 2 Augments até um total de seis e doze respectivamente, daí eu sorteio pra ficar com um e três deles inicialmente. Deixa eu ver qual a diferença entre ambos pra escolher aqui.
Então, Aspects representam características principais do seu personagem e sempre são substantivos. Já Augments podem ser substantivos, verbos, adjetivos ou advérbios que são usados para descrever seu personagem. Um dos fatores que torna fazer seu personagem em grupo interessante é que os outros jogadores vão te dar palavras que representam como os personagens deles veem seu personagem.
Sei que eu quero algo que represente a vida que ele vivia antes. Algo covardia, medo, máscara, ilusão… Pensando melhor se eu for explicar cada palavra esse post vai ficar ainda mais gigantesco do que já está prometendo ficar. Vou só colocar as listas e pronto:
Aspects: Medo, Vermelho, Líder, Arrependimento, Doutor, Luz
Augments: Farol, Amável, Calado, Gentil, Cura, Firme, Parceiro, Distante, Fechado, Ocultar, Só (ou sozinho, não consegui me decidir), Encruzilhada.
Agora que tenho as palavras (e foi difícil fazer isso sozinho), rolo 1d6 e 3d12 pra ver com quais Doc começa. Tiro Doutor, Gentil, Cura e Só. Se eu fosse jogar com esse personagem eu poderia ir acrescentando uma palavra a lista por sessão até ficar com 10 e 20, respectivamente. A tatuagem que elu tem no rosto é Doutor e, por isso, todo mundo chama de “Doc”.
Ah! Esqueci de explicar, mas as palavras servem para fazer “parse” que é a magia desse jogo. Vários parselings podem combinar suas palavras para criar um efeito. Em uma história no livro, duas pessoas combinam as palavras Consertar (fix) e Memória (memory) para dar a uma senhora em fase terminal de alzheimer a capacidade de viver suas últimas horas com seus filhos e netos com alguma dignidade.

Mas preciso rever como isso funciona na mesa.

Passo Três: Imagens. Imagens demonstra como seu personagem se mostra no mundo. Cada Imagem é dividida em dois… não tem um nome no livro, mas vou chamar de atributos porque é o que eles são. A montagem é em um sistema de priorização, estilo World of Darknes, mas com menos pontos e apenas dois atributos por grupo. Acho que Doc tem como primário Intent (Intelligence, Insight), como secundário Conduct (Charm, Cunnig), com Push (Potential, Perseverance) e Feats (Force, Finesse) por último.
Agora eu distribuo 3, 2, 1 e 1 em cada Image, sendo que cada… atributo já começa com um. No final ficou assim:
Intent (Intelligence 3, Insight 2)
Feats (Force 1, Finesse 2)
Conduct (Charm 3, Cunnig 1)
Push (Potential 1, Perseverance 2)

Passo Quatro: Aptitudes. Assim, eu sou super a favor de novos nomes e termos em RPGs, mas se é pra dar um novo nome, torne algo novo. As Aptitudes são, como o próprio livro descreve, os Talentos e Perícias do seu personagem. Então por que raios não chamar de Talentos ou Perícias, cacilda!?
De qualquer forma cada grupo de Aptitudes está ligada a uma Image e temos um sistema de priorização de novo, sendo que a distribuição é 7, 5 e 3 e você já começa com um ponto em cada uma. Push não tem Aptitudes ligadas a ela.
Acho que vou manter a ordem anterior com Intent, Conduct e Feats. Não, pensando melhor, vou inverter Conduct e Intent. Após distribuir os pontos fica assim:
Intent (Crafting 1, Medicine 4, Memory 1, Perception 2, Research 2, Technology 1)
Feats (Athletics 3, Larceny 1, Melee 1, Ranged 1, Riding 1, Stealth 2)
Conduct (Acting 2, Animals 1, Empathy 4, Etiquete 3, Manipulation 2, Rumors 1)

Passo Cinco: Estatísticas Derivadas.
Health é Perseverance+Force = 3 (acho que não sou muito resistente)
Potential (Resource) e 1. Não lembro pra que isso serve.
Defence é Perseverence+Insight+Finesse/2, arredondado pra baixo que dá...6
Initiative é Potential+Insight+Finesse = 5
Speed é Force+Finesse = 3
Carry é [(Potential+Force)x2] +Perseverance que fazendo os cálculos aqui é igual à… 6.
Deck Size a soma total da sua Image que é 15 para todo personagem inciante.
Não sei se realmente todos esses valores são necessários.

Passo Seis: Características de Parse. Se não me engano esses são os valores que me permitem fazer Parse, a magia desse jogo. Não sei, mas acho que o sistema poderia ser simplificado basicamente a isso, mas é só minha opinião.
Articulation é 1 no início. Isso diz quantas palavras posso usar no meu Parse.
Coherency é 7, se chegar a zero o vírus domina meu personagem e eu corro o risco de virar um monstro que é definido por uma única palavra.
Syllable representa minha capacidade de usar meus poderes Parse. É a soma de Insight, Cunning e Articulation. No meu caso 4!
E, por fim eu anoto as minhas Parse Aptitudes. Que são minhas perícias (olha essa palavra aí de novo) pra usar meus Parse.
Emission (Intelligence+Insigh = 5) é a habilidade pra criar ideias e conceitos do nada.
Embodiment (Finesse+Force = 3) me permite manipular o meu corpo e daqueles participando de um Parse.
Enchantment (Cunning+Charm = 4) é a habilidade de manipular objetos e pessoas que não estão participando do Parse.
Você também notou que cada um deles é apenas a soma dos atributos de uma Image? Então pra que tantos termos para a mesma coisa? Não sei, vamos em frente.

Passo Sete: Finalizando. Só que não já que ainda vai faltar montar o deck depois, mas agora tem mais três coisas pra anotar aqui, Tricks, Challenges e Script, mas eu não lembro o que cada uma dessas coisas é e pra que serve. Vou ler aqui e já volto.
Ok, Tricks são basicamente habilidades especiais ou vantagens que eu tanho. Eu começo com sete pontos para comprá-los. Dou uma olhada rápida nos Tricks e alguns me chamam logo a atenção: Holistic Treatment por três pontos me permite combinar minha habilidade de Medicine e a Empathy de outra pessoa para curar melhor e Inspirantio por um ponto faz com que todos os meus companheiros de equipe tenham um sucesso extra toda vez que me virem ter um sucesso crítico. Sobraram três pontos e eu jurava que tinha visto ontem um Trick de Charm que tinha me interessado, mas agora não estou achando...Não estou achando agora. Vou então pegar Vitality (2 pontos) para aumentar minha Health para 4 e Trustworthy (1 ponto) que me permite revelar uma carta a mais quando faço um teste de Etiquette em alguém pela primeira vez.
Challenge é uma desvantagem que eu posso pegar para ganhar mais pontos de Tricks. Dou uma olhada nos exemplos e acho que vou pegar um Challenge Social com Disconnected. Sam foi expulso de sua antiga vida e tem um constante sentimento de não-pertencimento em meio as pessoas que o acolheram. Isso significa que toda vez que eu pegar um Coringa ou alguém do meu passado vai aparecer ou vai acontecer alguma coisa que vai me lembrar desse não-pertencimento.
Com os dois pontos extras eu decido tirar o Vitality e comprar Alluring Aura por quatro pontos que me dá a habilidade de dobrar os sucessos de alguém quando eu o acalmar.
Por fim, Scripts são os pontos de experiência desse jogo.

Parte Oito: Monte o seu Baralho. Eu não disse que não tinha acabado?
Precisei dar uma relida em como o sistema funciona pra saber como eu monto esse baralho. Bom, meu baralho inicial tem um número de cartas igual ao meu número de pontos total em Images, ou seja 15 para um personagem inicial, mais um Coringa pelo Challenge que eu peguei. Os naipes das cartas são baseados em cada Image e os valores indicam quão elaborada é a minha ação (o que não faz muito sentido, sinceramente), mas o livro indica pra pegar números baixos inicialmente.
Como o sistema funciona? Quando eu tenho de fazer um teste, o mestre vai determinar um número de sucessos necessários, uma image e uma aptitude. O jogador saca um número de cartas do seu baralho igual a soma desses dois últimos valores, mas também pode decidir sacar menos cartas para um mínimo de dois. Porque ele faria isso? Boa pergunta. O número de cartas que você declara que vai sacar é o seu Draw e cada carta do naipe certo cujo valor seja abaixo do Draw vale 2 sucessos e cada carta acima vale apenas 1. Cartas de outros naipes não valem nada, exceto ouros que tem um efeito especial que não vale a pena explicar aqui porque envolve uma série de outras regrinhas do jogo.
Então eu tenho cinco cartas de espadas (Intent), quatro de copas (Conduct), e três tanto de paus quanto de ouros (Feats e Push, respectivamente). Eu vou fazer o mais básico e pegar de as ás cinco de espadas, ás a quatro de copas, ás a três de ouros e ás a três de paus. O que torna meu personagem um cara um tanto simplório, talvez? Mas pelo jeito ele consegue fazer o trabalho.
Eu realmente preciso ver um gameplay desse jogo pra entender como isso funciona em mesa. Eu encontrei um e se conseguir ver e entender venho aqui e complemento esse post.
_____________________________________________________
Sam “Doc” Murphy

Images:
Intent (Intelligence 3, Insight 2)
Feats (Force 1, Finesse 2)
Conduct (Charm 3, Cunnig 1)
Push (Potential 1, Perseverance 2)

Aptitudes:
Intent (Crafting 1, Medicine 4, Memory 1, Perception 2, Research 2, Technology 1)
Feats (Athletics 3, Larceny 1, Melee 1, Ranged 1, Riding 1, Stealth 2)
Conduct (Acting 2, Animals 1, Empathy 4, Etiquete 3, Manipulation 2, Rumors 1)

Articulation 1
Coherency 7
Syllable 4

Parse Aptitudes.
Emission 5
Embodiment 3
Enchantment 4

Tricks: Alluring Aura (4), Holistic Treatment (3), Inspirantion (1), Trustworthy (1)

Deck (16)
Spades: Ace, Two, Three, Four, Five
Hearts: Ace, Two, Three, Four
Staves: Ace, Two, Three
Diamonds: Ace, Two, Three
Joker (Social – Past Unresolved)

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Leituras 2025 - Semana 02


Leituras 2025 - Semana 02
06 lidos

Lendo:
01 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair - 69%
02 - Dark Ages: Mage (RPG) - Bill Bridges (org.) - 26% 
03 - Vale dos Acritós (RPG) - Carlos K. Pereira & Flávio Andrade - 12% 


Contos, Poesias & Artigos*
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 08% (29)
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 10% (18)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe - 06% (09)
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.




Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços
04 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga (Artigo) - Equina Nur
05 - Chinese Ghost Stories We Tell Ourselves Quickstart (RPG) - Alyx Bui
06 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Mil Faces de um RPGista - Way of the Naga - Yaad


Jogo: Legend of the Five Rings First Edition
Autoria: John Wick
Editora: Alderac Entetainment Games
Experiência: MUITA! Mestrei muito e joguei muito esse sistema no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Livros usados: O básico e o suplemento Way of the Naga.

Os Grandes Clãs acabaram, mas a série Way of the Clans ainda não. O oitavo livro é sobre os Naga. Mas quem são os Naga? A primeira raça não humana disponível para os jogadores de L5R (o que significa que tem outra? O futuro dirá), os Naga são um povo de homens-serpente que habitam a Floresta Shinomen e hibernaram na época logo após o Dia do Trovão aguardando o momento do retorno de um grande inimigo. Agora, em meio à Guerra dos Clãs eles despertaram, descobriram que algumas de suas cidades foram destruídas e esse bando de huu-manns espalhados para tudo que é lado.
Infelizmente os Naga nunca fizeram muito sucesso nem entre os fãs do cardgame nem do rpg e eles simplesmente voltaram a dormir após o fim da saga da Guerra dos Clãs sem muita explicação a respeito.
De qualquer forma, vamos fazer um Naga.

Passo Um: Conceito. Bom, rolei duas vezes na tabela de herança e sinceramente não curti nenhum dos resultados nem encaixou com a ideia que eu tenho para uma personagem. Vamos rolar uma terceira e ver no que dá. Quatro! Passado sem distinção. Bom, vamos com isso mesmo.
Uma coisa dos Naga é que eles não tem exatamente um nome. Pelo menos não no início. Seu “nome” é sua função dentro do clã. Então tem vários Naga com o nome Batedor, por exempo. Minha personagem vai se chamar Yaad, que é memória em Hindt (não sei porque mas acho que os Naga tem um ar meio indiano), sua função é lembrar dos tempos passados e recuperar os registros deste passado. Vejo ela comandando um grupo que vá a ruínas de cidades Naga destruídas nesses mil anos tentando descobrir o que aconteceu com quem morava ali. Acho que esse já é um ótimo Conceito.

Passo Dois: Linhagem e Escola. Em vez de famílias os Naga possuem Bloodlines, que seria algo como sub-raças. Eu sei que eu quero pegar a Escola Vedic e, por isso, ser uma Constritora faria mais sentido porque teoricamente é a bloodline mais ligada a Akasha (que substitui o Void pra eles), mas acho que Yaad é a memória do passado enraizada em um novo tempo, então acho que vou de Greensnake, que são os mais diplomatas.
Minha bloodline me deixa com Caste 2,5 inicial e eu escolho um bônus entre Intelligence ou Awareness. Acho que Awareness encaixa melhor. Eu também ganho 10 pontos extras para comprar perícias rokugani assim como vantagens e desvantagens que não sejam restritas.
Como Vedic eu tenho uma forte conexão com Akasha, uma espécie de inconsciente coletivo que conecta todos os Naga. Também recebo um bônus de +1 na minha Casta (aumentando para 3,5) e novamente escolho um bônus entre Inteligence ou Awareness. Acho que dessa vez vou pegar Intelligence. Eu também recebo as perícias: Advanced Medicine, Astronomy, Calligraphy (Naga), Law (Naga), Meditation, Theology (Naga), e um Lore.
Por fim, eu recebo a técnica Willful Harmony que me faz ter um Rank 1 fantasma em todas as High Skills.

Passo Três: Gastar Pontos. Pra começar eu quero colocar o ponto de Lore extra que eu tenho na minha escola em Naga Civilization. Agora deixa eu dar uma olhada nas perícias novas que vem no livro. Então vamos gastar aqueles dez pontinhos extras em High Skills. Dois em Rokugani Language pra ela conseguir falar com os Huumans, dois em Theology (Shintao), Law (Rokugani), Lore (Bushido) e os últimos dois pontos eu vou gastar com Ally (Kuni Tsukai-Sugasu), talvez o primeiro humano que ela conheceu e que começou a ensiná-la sobre esse novo mundo onde seu povo despertou.
As desvantagens novas do Way of Naga não me interessam então deixa eu ver se tem alguma do livro básico que encaixe. Acho que Meddler cai perfeitamente para Yaad. Como uma Vedic é a função dela se meter nos assuntos dos outros, mas não acho que os rokugani ficarão muito felizes com isso.
Então agora eu tenho 27 pontos para gastar. Eu quero aumentar a Awareness dela para 4 e Reflexos para 3, aumentando o Ar para 3 também. Isso me custa 16 pontos o que me deixa com 11 para vantagens e skills. Das vantagens específicas dos Naga eu quero Amphibious e Immute to Fear, que me custam três pontos cada. Hummm… isso vai me deixar só com 5. Esquece Amphibious e vamos gastar os oito pontos em skills.
Primeiro vou gastar um ponto em Lore (Shadowlands) e um em Archery (pra ela não ficar totalmente indefesa) e os últimos seis vou distribuir nas skills da Escola.
Eu registro minha Casta 3,5 e Honra 0 já que os Naga não entendem o conceito Rokugani de Honra e é isso. Yaad está pronta para buscar ajuda dos huumans para descobrir o que aconteceu com as cidades Naga destruídas ao longo dos séculos e para oferecer a ajuda de seu povo contra a escuridão que se aproxima.
__________________________________________________________
Yaad
Greensnake Bloodline
Naga School of Vedic

Earth 2
Stamina 2
Willpower2

Fire 2
Agility 2
Intelligence 3

Air 3
Reflexes 3
Awareness 4

Water 2
Strength 2
Perception 2

Akasha 2

Advantages: Ally - Minor (Kuni Tsukai-Sugasu), Immune to Fear
Disadvantages: Meddler

Skills: Advanced Medicine 2, Archery 1, Astronomy 2, Calligraphy (Naga) 2, Law (Naga) 2, Law (Rokugani) 2, Meditation 2, Naga Civilization.2, Rokugani Language 2, Theology (Shintao) 2, Theology (Naga) 2, Lore (Bushido) 2, Lore (Shadowlands) 1.

Honor 0
Caste 3,5
Insight 134


segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Leituras 2025 - Semana 01


Leituras 2025 - Semana 01
02 lidos

Lendo:
01 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair - 45%
02 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços - 72% 
03 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes - 38% 


Contos, Poesias & Artigos*
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 03% (19)
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto - 03% (30)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.

Lidos:
01 - Mulheres Machonas Armadas Até os Dentes (RPG) - Greg Poster
02 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman


quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Leituras 2025 - Início


Leituras 2025 - Início
00 lidos

Lendo:
01 - Lugar Nenhum - Neil Gaiman - 76%
02 - Falling For Your Best Friend - Emma St. Clair - 35%
03 - A Trupe (RPG) - Jorge Valpaços - 33% 
04 - Thousand Arrows (RPG) - James Mendez Hodes - 08% 
05 - Sub Drop e o Sistema de Luta e Fuga - Equina Nur - 01%

Contos, Poesias & Artigos*
- Wild Cards vol 1 - O Começo de Tudo - G.R.R. Martin (org.) - 02% (19)
- As Vira-Latas - Arelis Uribe
- Estórias Abensonhadas - Mia Couto
*Sendo lidos de forma não-linear. Os mais em cima foram lidos mais recentemente. O número entre ()s indica quantos contos/poesias faltam para terminar.

Lidos:

Mil Faces de um RPGista - Aberrant - Ai Girl


Jogo: Aberrant
Sistema: Revised Storytelling
Autoria: Robert Hatch (lead designer)
Editora: White Wolf Publishing. Acho que chegou a sair aqui no Brasil pela Devir, mas não tenho certeza.
Experiência: Montei uns personagens nos anos 90, acho que mestrei um ou dois jogos para testar as mudanças no sistema, mas não lembro de ter mestrado ou jogado propriamente. Ah! Acompanhei um PbEM no início dos anos 2000, mas ele terminou antes de eu poder entrar no jogo.
Livros usados: O básico e o Player’s Guide.

Aberrant foi o segundo jogo lançado pela White-Wolf na série Aeon Trinity. Contando a história do universo de trás para frente, enquanto o primeiro, Trinity, falava de um futuro distante, Aberrant falava de um então futuro recente, ambientado no ano 2008 (o jogo foi lançado em 1999) traz um cenário de superpoderes com elementos clássicos do gênero conhecido como “four-colour”, com pessoas comuns desenvolvendo poderes extraordinários e lidando com isso. Sabemos pela história futura apresentada em Trinity que os “Novas” (os supers desse jogo) irão se tornar Aberrants e se voltarão contra a humanidade. Mas talvez a história tenha mais camadas do que imaginávamos…
Quem acompanha o projeto sabe que eu adoro jogos de supers e Aberrant foi um que eu gostei muito na época. Fico triste nunca ter conseguido jogar ou mestrar na época que o jogo saiu. Hoje eu talvez considerasse esse jogo uma máquina travada demais diante de jogos mais fluídos, mas ainda gostaria de jogar um dia.
Bom, vamos fazer uma Aberração.

Fase Um: Humano. Como começou a ser feito nos últimos lançamentos do “velho” Mundo das Trevas e perdurou no Crônicas das Trevas (à época chamado de Novo Mundo das Trevas), primeiro fazemos um personagem humano e depois colocamos um template sobrenatural ou sobre-humano.

Passo Um: Conceito. Demorei para ter uma ideia para essa personagem. Apesar de haverem algumas pessoas com “cuecas por fora da calça” nesse universo, os novas costumam ser apenas pessoas comuns que adquiriram superpoderes. Diferente de outros cenários, entretanto, neste mundo essas pessoas foram elevados a nível de celebridades. Daí pensei nisso como fio condutor. E é engraçado ver que esse livro foi lançado apenas três anos antes do boom das redes sociais (o orkut é de 2002, se não me engano) então os exemplos de NPCs celebridades são apresentadores de programas de auditórios ou jornalistas famosos. Hehehe. Mas se eu me ativer aos verdadeiros anos 2008, talvez minha personagem seja uma influencer. Mas será que ela era uma influencer antes de sua erupção? Hummmm…
Lembrei do livro Feios (que inclusive virou filme da Netflix que eu ainda não vi, talvez até o fim do ano eu consiga ver rs) que no quarto livro da série a personagem Aya Fuse vive em uma sociedade totalmente baseada em quanto destaque você tem nas redes sociais e ela é obcecada em ser famosa. Essa é a base bem similar a essa personagem que quero criar. Imagino que ela também fosse obcecada em ser famosa e se torna famosa depois da sua erupção e terá de lidar com as delícias e agruras da fama. O nome dela é Jiyeon Kang, mas ela usa o nick Ai, amor em japonês, Girl. Ela é uma adolescente que no boom do orkut e do youtube (ou das redes sociais que teriam ganhado destaque com o aparecimento dos poderes dos novas e dos desenvolvimentos científicos que vieram a partir desses poderes). Acho que a definição desse conceito seria It Girl.
Agora escolho um Nature e uma Allegiance para ela. Essa versão do sistema não tem um Demmeanor. Eu adoraria que a Nature dela fosse Rebel, mas acho que isso pode surgir mais pra frente. Nesse momento ela dá muita importância a própria imagem e à chamar atenção, então sua Nature certamente é Gallant.
Já como Allegiance, imagino que ela tenha sido cooptada pelo Project Nova que é a principal organização de pesquisa e divulgação dos novas.

Passo Dois: Atributos. O básico do sistema storytelling. Como humana, acho que mental seria o primário em vez de social, que seria o secundário. Nesse caso, físico se torna terciário.
Mental: Perception 3, Intelligence 3, Wits 4.
Social: Appearance 2, Manipulation 3, Charisma 3.
Físico: Strength 2, Dexterity 2, Stamina 2.

Passo Três: Abilities. Agora eu tenho 23 pontos para distribuir. As habilidades não são divididas em categorias nessa versão do sistema e cada uma delas é ligada diretamente a um atributo.
Vou só saí distribuindo o que eu acho que faz sentido para ela: Athletics 1, Drive 1, Stealth 1, Awareness 2, Investigation 2, Academics 2, Computer 3, Intrusion 1, Linguistics 1, Science 2, Rapport 2, Style 1, Subterfuge 1, Etiquette 1, Perform 2. Prontinho!

Passo Quatro: Backgrounds. Tenho agora sete pontos para distribuir em Backkgrounds. E aqui vem uma crítica a essa divisão em fases já que muitos destes só fazem sentido pegar DEPOIS da minha erupção. Bom, eu sei que eu quero Influence e Resources então vou focar nesses agora e, com certeza, gastar uns freebie points aqui depois. Vou colocar Influence 4 e Resources 3 e seguir em frente.

Passo Cinco: Toques Finais da Fase Um. Willpower começa em 3 e Quantum em 1. Agora eu tenho 15 freebie points para gastar. Começo gastando sete pra já aumentar Quantum para 2 e vou aumentar Influence para 5 e Resources para 4 por um ponto cada. O que me deixa com 6 pontos. Eu quero pegar Cipher 3 por conta de algumas ideias que já tenho para a fase 2. Ai Girl é famosa e influente. Já Jiyeon Kang é uma incógnita que poucas pessoas sabem quem é. Isso poderia ser importante se eu fosse jogar com essa personagem. Dois pontos vão para aumentar Computer para 4 e o último ponto eu pego o Background Node para aumentar a capacidade de usar seus poderes. Prontinho.

Fase Dois: Nova. Agora vamos criar a parte super da personagem.

Passo Um: Origem. Essa é basicamente a história de como meus poderes irromperam. Acho que Malu (apelido para seus amigos) foi a um show de alguma artista pop nova (no sentido de alguém com superpoderes, não uma novidade rs) e subiu em algum lugar que não devia para gravar o show de um ângulo exclusivo para seu canal e conseguir muitos seguidores. Obviamente ela caiu de onde estava e o medo da morte fez ela irromper. Seu corpo se transformou, ela liberou uma explosão de luz e travou todas as telas do show e dos celulares das pessoas ao seu redor. Talvez logo depois ela foi cooptada pelo Projeto Nova, afinal uma cibercinética desgarrada pode ser muito perigosa.

Passo Dois: Pontos Nova. Agora eu tenho 30 pontos de nova para comprar poderes e outras coisitas. Em primeiro lugar eu quero Mega-Stamina (foi assim que ela sobreviveu a queda) e Mega-Aparência.. Também quero pegar alguns níveis de Cibercinese e Elemental Anima para controlar luz, só que são dois poderes nível 3, que são caros e me exigem ter Quantum 4, que vai me custar dez dos meus pontos nova e me deixar só com 20 pra pegar o que eu realmente quero.
Mega-Stamina e Mega-Aparência me custam 3 pontos cada para um total de 6. Eu também posso pegar um Enhancement de graça em cada um. Para Mega-Stamina eu pego Resiliency, que dobra a minha resistência à dano (que já é alta mesmo com nível 1)) e para Mega-Aparência eu quero… Appearence Alteration, porque imagino Ai mudando cor do cabelo, traços do rosto, tamanho e formato da boca, esse tipo de coisa o tempo todo. Quase como ter um filtro de instagram na vida real.
Bom, eu ainda tenho 14 pontos. Eu gasto dez para pegar um em cada um dos poderes que eu quero. Como ambos são poderes de nível 3, eu posso pegar uma técnica de cada um que meu personagem domina, não é que eu não possa fazer as outras, apenas é mais difícil. Para Elemental Anima eu quero Shaping e para Cyberkinesis eu quero Control. Então é boa em controlar máquinas e moldar luz.
E o que eu faço com meus últimos quatro pontos? Eu poderia pegar mais um nível em um dos meus poderes por três pontos em vez de cinco se eu pegar um nível de Taint. Isso daria à Ai uma Aberração Menor. Mas eu quero isso? Eu sei que invariavelmente ela vai ter alguma dessas coisas…
Não! Vou deixar Ai pura por enquanto. Vou usar um dos meus pontos para pegar Bioluminescence, um poder de nível 1 para ela poder produzir a própria luz, e os últimos três pontos vou pegar Mega-Strength 1. Quando a merda bater no ventilador eu não quero que Ai esteja totalmente indefesa. Eu também pego o enhancement Quantum Leap que permite a ela dar “supersaltos”.

Passo Três: Toques Finais. Bom, agora eu anotaria se ela tem algum Taint e Aberration. Quando ela tiver (porque o jogo meio que prevê que isso é algo que vai acontecer em algum momento) eu imagino ela com umas distorções de luz ao seu redor tipo os filtros do instagram, só que no mundo real, mas por hora ela está de boa. Eu vejo se tem alguma modificação nas perícias (não tem), em Iniciativa Movimento (também não) e anoto o Soak dela que é dois tanto para bashing quanto lethal damage.

Último comentário, demorei pra me decidir quanto ao nome dessa personagem. Tanto que mudei algumas vezes lá na lista do projeto. Por fim, decidi torná-la uma americana de descendência coreana já que está tão na moda e o Projeto Utopia veria nisso um prato cheio para suas relações-públicas. Até Ai descobrir que o projeto pode não ser tão bonzinho quanto aparenta.
Primeiro personagem de 2025! Feliz ano novo!
___________________________________________________
Jiyeon Kang/ Ai Girl
Nature: Gallant
Allegiance: Project Utopia

Attributes:
Mental: Perception 3, Intelligence 3, Wits 4.
Social: Appearance 2, Manipulation 3, Charisma 3.
Phisycal: Strength 2, Dexterity 2, Stamina 2.

Abilities: Athletics 1, Drive 1, Stealth 1, Awareness 2, Investigation 2, Academics 2, Computer 4, Intrusion 1, Linguistics 1, Science 2, Rapport 2, Style 1, Subterfuge 1, Etiquette 1, Perform 2.

Backgrounds: Cipher 3, Influence 5, Node 1 e Resources 4.

Quantum 4
Quantum Pool 28
Willpower 3

Mega-Attributes:
Mega-Strength 1 (Quantum Leap)
Mega-Stamina 1 (Resiliency)
Mega-Appearence 1 ( Appearence Alteration)

Powers: Bioluminescense 1, Cyberkinesis 1 [Control], Elemental Anima (Light) 1 [Shaping]