Jogo: Bluebeard’s Bride
Sistema: Powered by the Apocalypse
Autoria: Whitney "Strix" Beltran, Marissa Kelly & Sarah Richardson
Editora: Magpie Games/ Há uma editora brasileira querendo trazer esse jogo, mas não sei se posso divulgar ainda.
Experiência: Joguei uma vez e mestrei uma vez. Quero mais!
Livros usados: Só o básico. Todos os outros parecem ser material para o mestre.
Era uma vez um homem muito rico e poderoso, conhecido por sua longa e espessa barba azul e assim ele era chamado. Havia boatos e histórias sobre as noivas de Barba Azul. Como nunca elas eram vistas após o casamento. Alguns diziam que elas não suportavam sua estranha barba azul, outros que ele as prendia em seu castelo e haviam histórias ainda mais sinistras.
Um dia, Barba Azul se encantou por uma moça e a tomou como noiva. No dia após o matrimônio, antes que pudessem consumar seu casamento, a moça acordou e encontrou sua cama vazia e foi em busca de seu marido. Este se preparava para partir em uma longa viagem repentina, mas deu a sua amada esposa um molho de chaves, dizendo que ela as usasse para explorar todos os cômodos de seu castelo. Ela era a senhora destes domínios. MAS, ele a alertou puxando uma pequena chave dourada em meio as outras, peço que não entre no closet do terceiro andar. É tudo que lhe peço.
A noiva caminhou pelo castelo por horas (ou seriam dias?) e viu tudo o que havia para ser visto, até que a curiosidade enfim a dominou ela enfim foi até onde todos sabíamos que ela iria.
Ao closet do terceiro andar…
Bluebeard’s Bride é um jogo de terror inspirado pela fábula A Noiva do Barba Azul. É definido como um jogo de terror feminino, um tipo de terror que visa amplificar através da surrealidade questões vivenciadas por mulheres no dia-a-dia como desigualdade de poder, cobrança sobre aparência, maternidade forçada, violência doméstica, relacionamentos abusivos etc.
Dito isso, não é um jogo para qualquer pessoa nem para qualquer grupo. É importante respeitar os limites de cada um, criar um ambiente seguro e acolhedor e utilizar métodos de segurança.
Mesmo assim, se os temas citados acima forem gatilho emocional para você, não jogue. Busque ajuda terapêutica e se cuide.
Em Bluebeard’s Bride os jogadores coletivamente controlam a Noiva. Cada jogador é uma faceta da personalidade desta personagem. Imagine aquelas conversas que você tem com você mesmo quando tem de tomar uma decisão importante. Esses são os jogadores nesse jogo.
É uma dinâmica interessante. Ainda mais em um jogo de terror surreal. Acaba que esse controle coletivo alimenta a sensação de falta de controle que se tenta criar.
Passo Um: Escolha um Playbook. Como a maioria dos jogos Powered by the Apocalypse começamos escolhendo um playbook. São cinco! The Animus,The Fatale, The Virgin, The Mother e The Witch. Quando joguei eu interpretei a Fatale, que foi bem interessante. Para esse projeto quero pegar um playbook que ainda não vi ninguém pegar que é a Bruxa.
A descrição da Bruxa é “Você trança magia do sangue e das sombras. Outros desejam uma prova do seu pecado e oram pela sua ruína”. Deve ser legal jogar com ela. É uma faceta sobre poder, mistério, traição e segredo.
Passo Dois: Preparações para o Casamento. Agora eu respondo uma série de perguntas que, junto com as respostas dos outros jogadores na mesa ajudam a formar a Noiva e o cenário do casamento, dessa forma fornecendo ao Groundkeeper (o GM desse jogo) elementos para criar as salas por onde andaremos. As primeiras duas perguntas são específicas para a Bruxa, as outras são respondidas por todas as irmãs.
Vamos as perguntas:
- Como é o cabelo da Noiva?
Negro e encaracolado como as ondas do mar a noite. Descendo em uma cascata de escuridão pelas suas costas.
- Como os outros gostam que você o use?
Encolado e amarrado em uma trança, como para aprisionar a escuridão.
- O que você está deixando para trás da sua vida provinciana para se tornar a Noiva do Barba Azul?
A liberdade selvagem que eu tinha de ir até a floresta dançar com os espíritos da noite.
- Quando vocês se encontraram pela primeira vez que gesto de amor o Barba Azul fez que te ganhou?
Quando estávamos sozinhos ele fez um gesto e uma pequena chama dançou em sua mão. Uma chama com traços de mulher. Eu vi ali uma oferta de poder e a agarrei com todo meu desejo.
- Que presente você deu ao Barba Azul antes do casamento? Por que você escolheu isso?
Uma flor do campo muito rara que ele deve usar em todos os momentos, afinal seu polem é um veneno lento.
- Você confia em seu generoso marido Barba Azul, ou você possui suspeitas cruéis? Por quê?
Claro que não. Ninguém com tanto poder quanto ele é confiável. Mas eu também não sou.
Passo Três: Decidir Meus Stats. Existem três Stats: Blood, Carnality e Resilience. Essa talvez seja uma pequena crítica a esse jogo. Os stats são indecifráveis de primeira. Só quando você vê em qual move cada um deles é utilizado que a coisa faz algum sentido.
Como uma Bruxa eu já começo com um bônus de +1 em Blood, que me permite lidar com os servos e horrores da casa, cuidando deles para obedecerem aos meus desejos. Eu tenho um 0 e um -1 para colocar nos outros dois stats.
Acho que vou colocar -1 em Carnality, que é usado para ações violentas e o 0 vai para Resilience, que é usado para pedir ajuda. Se for necessário descer ao nível da violência a Bruxa irá preferir passar o anel para outra irmã ou usar um dos servos para esse fim.
Passo Quatro: Escolha uma Face. Basicamente isso significa escolher um move especial do seu playbook. A Bruxa tem como opções Medium, Reaper e Viper. Estou indeciso entre o primeiro e o terceiro, mas acho que The Viper, que me permite envenenar um servo com mentiras está mais coerente com o que criei até aqui.
Passo Cinco: Laços de Sororidade. Aqui eu tenho algumas afirmações onde eu encaixo as facetas utilizadas pelos outros jogadores, como sou só eu aqui vou escolher dois outros playbooks e pronto. A Mãe é uma ferramenta útil, e a Virgem atrai o mal para ela.
E é isso! Deve ser interessante jogar com essa faceta da Noiva.
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A Bruxa
Stats:
Blood +1
Carnality -1
Resilience 0
Face: The Viper
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