quarta-feira, 4 de junho de 2025

Mil Faces de um RPGista - D&D 5e - Alexander Mercer

Era pra ter postado isso semana passada. Fazer o quê? Será um post a menos do que eu tinha planejado para 2025. C'est la vie!

Jogo: Dungeons e Dragons 5a edição
Autoria: Mike Mearls, Jeremy Crawford, Rodney Thompson, and Peter Lee.
Editora: Wizards of the Coast/ Galápagos Jogos
Experiência: Dessa edição específica joguei duas sessões em 2020, pouco antes da pandemia bater. Coincidência?! EU ACHO QUE NÃO!
Livros usados: O Player’s Handbook dessa edição.

Em 2014, saiu a quinta edição do RPG mais antigo e mais famoso do mundo. Depois de quase vinte anos sem uma nova edição antes da terceira, D&D teve duas novas edições no espaço de pouco mais de uma década (três se contamos a 3,5). Essa edição prometia um retorno as propostas e ao feeling das edições passadas e um abandono dos erros da quarta edição (sobre a qual falarei quando ela for sorteada para aparecer aqui).
Como muita gente que começou a jogar RPG nos anos 80 ou 90, eu tive a sensação ao ler esse livro de “nossa, parece o jogo que eu joguei a trinta anos atrás”. Mas enquanto muitos disseram essa frase com entusiasmo nostálgico eu a disse com um certo enfado.
Não me levem a mal, eu acho que a quinta edição é a melhor edição que D&D teve até hoje. Suas regras são mais fluídas e dinâmicas que outras edições, parece-me que a matemática teve algum equilíbrio, mas voltar a ter que ler toda a descrição de uma magia para saber afinal quais são os números do efeito dela me pareceu um retrocesso de alguns avanços que a quarta edição trouxe (e que muita gente não gostou, fazer o quê!?). Não tenho nada contra quem curte (até tenho amigos que curtem rs), e acho que se você que está me lendo e seus amigos gostam e se divertem, vão fundo. Só realmente não é mais o jogo para mim.
Mas eu tenho uma ideia interessante para um personagem que talvez com o mestre certo até me faria pensar duas vezes em jogar essa edição de novo. Por isso…

Vamos fazer um aventureiro.

Passo Um: Escolha uma Raça. Isso me surpreendeu. Em vez de começar com os velhos atributos, o livro propõe que comecemos escolhendo uma raça e uma classe antes de rolar os dados. Isso pode ajudar ir criando o conceito do meu personagem. Vamos ver o quanto isso funciona. Minha raça é humano. Seu nome é Alexander Mercer.
Isso me dá um bônus de +1 em todos Ability Scores e uma linguagem extra. Eu escolho falar Halfling por conta de algumas ideias que tenho para ele.

Passo Dois: Escolha uma Classe. Eu quero fazer um Warlock. Então eu preciso escolher um patrono entre Archfey, Fiend e Great Old One. Apesar de Great Old One ter o potencial para alguns desdobramentos interessantes para o que tenho em mente com esse personagem eu acho que Fiend encaixa perfeitamente no meu conceito.
Isso coloca Burning Hands e Command na minha lista de spells que posso pegar depois e também me dá a habilidade Dark One’s Blessing que me dá uns pontos de vida temporários toda vez que eu matar um inimigo.
Eu tenho proficiências com Light Armor, Simple Weapons, com os saves de Wis e Cha e em mais duas skills. Eu quero Deception e Intimidation.
Eu escolho dois cantrips e duas magias de primeiro nível para minha lista de Spells Known. Dos cantrips eu pego Eldritch Blast (porque é idiotice ser um warlock e não pegar esse cantrip) e Prestidigitation que é bem útil. Agora para minhas magias de primeiro nível eu quero Charm Person e Burning Hands, que é uma das minhas favoritas desde comecei a jogar D&D lá nos anos 90.
Por fim eu começo com Proficiency Bonus +2 e 8 HPs.

Passo Três: Determine seus Ability Scores. Finalmente chegamos. Vamos rolar os atributos porque mais de 30 anos não nos ensinaram que ter o poder de customizar seu personagem em vez de contar com dumb luck é melhor. Pelo menos oficializaram o 4d6, mantém os 3 melhores e distribui como quiser. Eu consigo os valores: 12, 12, 11, 14, 17 e 16. Nada mal. O 17 vai para o Carisma, óbvio. O 16 vai para Wisdom e o 14 para Consitution (o que vai fazer meus HPs subirem para 10). Um dos 12 vai para Intelligence e o outro para Dexterity, deixando o 11 para Strength. Tudo vai aumentar em +1 por conta de eu ser humano oque vai me dar uns modificadores bem legais.

Passo Quatro: Descreva o seu Personagem. Finalmente posso começar a falar de conceito. Alexander é um homem de quarenta e poucos anos, já com algumas entradas no cabelo e de óculos. Seus cabelos e barba estão quase sempre revoltos, o que pode ser desleixo, mas dão a ele um ar meio feral.
Minha ideia para esse personagem é um cara que começou como aventureiro em uma fase adiantada da vida. Alexander era um mercador, alguém que tinha uma vida estabelecida. Ele é um homem viajado, mas não como um aventureiro. Ele chegava nas cidades para fazer comércio, trocar, comprar e vender mercadorias. Fazer contatos. Não para descobrir onde estava o próximo monstro a matar e pilhar.
Um dia, ao retornar a sua mansão, ele a encontrou destruída. Sua única filha ferida além da cura e do alcance dos clérigos, morreu em seus braços. Foi quando uma voz lhe fez uma oferta irrecusável. O demônio a traria de volta a vida, mas Alexander teria de servi-lo. Sendo um negociante cascudo, meu personagem fez uma exigência. Que sua filha estivesse viva e feliz. Seu interlocutor aceitou a condição, mas impôs uma sua. Em troca pela felicidade da filha, Alexander esqueceria tudo sobre ela, exceto seu nome. Então o pacto foi feito.
Alexander agora vaga pelo mundo, unindo-se a grupos de aventureiros e fazendo o serviço sujo que seu patrono lhe exige, sabendo que sua obediência significa que sua filha continua viva e feliz em algum lugar do mundo. Mesmo que ele só se lembre de seu nome, Anna, e de seus olhos. Por algum motivo, o demônio não conseguiu arrancar essa pequena memória e ele a guarda como um tesouro.
Eu vejo esse personagem atuando como um velho ranzinza ao mesmo tempo sendo um “paizão” do grupo. Por mais que negue, Alexander verá seus colegas aventureiros como uma nova família eventualmente. Seria legal, inclusive, que uma das personagens jogadoras o lembrasse de sua filha (talvez seja e ela também não lembre dele, em uma tortura articulada pelo demônio?).
Uma mecânica nova interessante dessa edição são os Backgrounds que dão algumas poucas vantagens mecânicas, mas conferem alguns ganchos de roleplaying. Acho que o que mais encaixa aqui é uma variante do Guild Artisan, o Guild Merchant. Eu ganho proficiency com navigator’s tools e poderia começar com uma mula e uma carroça. Por que não? O nome da mula é Betsy, inclusive. É uma mula velha e talvez a última posse que me sobrou de meus tempos de mercador.

Passo Cinco: Escolha Equipamento. Eu adoro quando RPGs te dão listas de equipamentos prontas para escolher em vez de te forçar a comprar cada itenzinho que pode ou não ser úlil em algum momento da sua vida. Eu escolho:
- Um light crossbow com 20 bolts.
- Um arcane focus. Um medalhão que eu não posso abrir. Talvez haja uma foto da minha filha dentro dele?
- Uma dungeooneer’s Pack
- Armadura de couro, uma arma simples (um quatterstaff está bom) e duas adagas.

Passo Seis: Reunam-se. Agora seria o passo em que eu e os outros jogadores iríamos traçar como nos conhecemos ou como viríamos a nos conhecer em nossa primeira aventura juntos. Mas aqui sou apenas eu, então…

É isso! Alexander Mercer está pronto para embarcar em uma vida de aventureiro, juntando os cacos de sua velha vida e ouvindo os sussurros do demônio sobre como ele mantém sua filha bem enquanto Alex for um servo obediente.
____________________________________________________________
Alexander Mercer
Human
Warlock 1
Guild Merchant Background

Abilities:
Str: 12 / +1
Dex: 13 / +1
Cons: 15 / +2
Int: 13 / +1
Wis: 17 / +3
Cha: 18 / +4

Proficiency Bonus +2
Hit Dice d8
Hit Points 10

Proficiencies: Light Armor, Simple Weapons, Navigator’s Tools, Deception, Intimidation, Wis Save, Cha Save.

Cantrips: Eldritch Blast, Prestidigitation
Equipment: light crossbow with 20 bolts, arcane focus, dungeooneer’s Pack, leather armor, quatterstaff, two daggers

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