008
Jogo:
Dread
Autoria:
Epidiah Ravachol e Nathaniel Barmore
Editora:
The Impossible Dream
Experiência:
Já mestrei quatro vezes. Adoro!
Livros
usados:
Apenas o básico.
Dread
é um RPG de terror e um dos sistemas mais originais que eu vi surgir
nos últimos tempos. Seu grande diferencial é usar uma torre de
blocos (cof cof jenga cof cof) no lugar de dados ou cartas para a
resolução de ações e situações.
A
tensão que isso cria alimenta a sensação que é perfeita para um
jogo de terror.
Bom,
vamos criar um personagem. Esse sistema não tem ficha nem valores,
no lugar disso, ele trabalha com um questionário. O Host, como é
chamado o mestre de jogo em Dread, cria um questionário para cada
personagem e o jogador deve responder as questões respeitando a
pergunta. O que isso significa? Que se uma pergunta diz que meu
personagem é viciado em drogas, ele é viciado em drogas. As
respostas dessas perguntas determinam tanto o que o personagem é
capaz de fazer quanto sua personalidade.
Como
não tem um questionário padrão que dependeria de cada aventura (e
esse é um sistema voltado para oneshots), vou usar o questionário
de exemplo do livro que coloca meu personagem no meio de um
apocalipse zumbi.
Sem
mais delongas, vamos lá!
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1)
Antes do Apocalipse, que emprego você tinha em uma compania
ponto-com, o que você você mais gostava sobre seu trabalho?
Eu
era responsável por filtrar e avaliar conteúdo denunciado em uma
rede social de alcance mundial. Passava horas e horas vendo o lado
mais terrível e perverso da humanidade. Confesso que eu comecei a
ter um certo prazer nisso e no fato de eu ter acesso a um conteúdo
exclusivo que ninguém mais via.
2)
O que você pensa sobre os outros te tratarem diferente porque você
é o mais novo do grupo sem ser uma criança?
Deixe
que pensem que eu sou uma criança. Assim eu consigo o que eu quero e
consigo me safar mais facilmente.
3)
Qual droga você está viciado agora e porque você mantém isso como
um segredo?
Metanfetamina.
Comecei a tomar ainda na faculdade para aumentar meu rendimento nas
provas, depois no trabalho para render mais horas e ganhar mais
dinheiro (e ver mais vídeos proibidos). Mas não sou viciado, não.
Posso parar quando quiser. Isso não me controla. Eu só tomo porque
me faz bem.
4)
O impacto emocional do apocalipse é aliviado pelo fato que você
agora está mais em forma que você jamais esteve, ou você se sente
culpado por ter algum prazer com este fato?
Agora
eu corro para caralho, né? Não fico mais enfurnado em casa com a
cara no computador enchendo a pança de doritos e coca-cola. E é um
senhor alívio conseguir correr dos mortos. Apesar que eu só preciso
correr mais rápido do que o otário que ficar atrás de mim.
5)
Quando você tem problemas para dormir, em qual memória agradável
você foca?
Eu
e minha namorada sobre um gramado olhando o pôr-do-sol enquanto
acaricio os cabelos dela. Ainda vou reencontrá-la.
6)
De todos os membros da família e amigos que você perdeu para os
mortos nos primeiros dias do apocalipse, que você sente mais falta e
por quê?
Minha
avó. Ela quem cuidava de mim, me dava comida, limpava minha roupa.
Era chata a beça dizendo que eu tinha de limpar meu quarto que já
estava atraindo baratas e ratos. Foi triste ver vovó morrer, mas eu
não podia fazer nada então saí correndo.
7)
Você deixa os outros saberem do pico de adrenalina que você tem
durante uma luta contra os mortos, como este pico afeta como você
luta?
Bom,
é meio que algo que dá pra ver, né? Eu adoro arrancar as cabeças
dos desgraçados, olhar eles ainda se contorcendo e gemendo. Fico
imaginando quem eles eram antes e isso me deixa ainda mais excitado.
As vezes eu me arrisco só pra ter essa adrenalina. E se der merda,
bom eu corro pra caralho!
8)
Você depende dos outros para sobreviver por conta da falta de qual
habilidade vital?
Apesar
de agora estar mais em forma eu sou mais de um corredor do que de
lutador. Além disso, é mais fácil fugir se tiver um monte de
otários para ficarem entre mim e os mortos.
9)
De quem você se sente mais próximo do grupo e que você acredita
que não gosta de você?
(Aqui
eu precisaria de outros personagens, mas vou trabalhar com
arquétipos).
Acho
que a médica tá afim de mim, eu sempre me faço de mais coitadinho
e mais machucado perto dela para receber um carinho. Já o velho
soldado fica em cima de mim. Acho que ele sabe mais sobre mim, sobre
antes. Qualquer dia desses vai tomar um tiro “por acidente”.
10)
O que você tem nos seus bolsos?
Um
pote pílulas, uma faca, um chiclete meio velho mas que ainda dá pra
mascar e uma foto minha e da minha namorada no campo vendo o
pôr-do-sol. (a foto é uma daquelas fotos de modelos usadas por
lojas em porta-retratos e está rasgada sem mostrar a cabeça do
modelo).
11)
Qual parte sua você considera mais embaraçosa?
Meus
braços finos. Por isso uso casaco mesmo no calor.
12)
No que você acha que você é melhor do que você realmente é?
Na
verdade eu sou bom em muita coisa. Mas algo que eu sou muito bom mas
ninguém acredita é em meter umas balas nas fuças dos mortos. E daí
que eu preciso gastar um pente inteiro pros canalhas caírem? Isso só
deixa a coisa mais divertida! Problema é de quem não sabe sair da
frente na hora certa.
13)
Qual o seu nome?
Josias
Carneiro
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Que
cara fudido das ideias que eu fiz! Ha ha ha. Deve ser divertido jogar
com um personagem desses. Também desconfio que eu seria o primeiro a
morrer.
Saudades
de mestrar Dread, mas só depois da quarentena agora.
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